- Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
O médico Moisés Cohen, presidente do Comitê Médico da Federação Paulista de Futebol, FPF, disse nesta sexta-feira (19) ao Globo Esporte que o futebol poderia ser mantido, em meio ao agravamento da pandemia do novo coronavírus, sem prejuízos à população e sem riscos aos atletas.
Segundo Cohen, a ideia da entidade era manter os atletas isolados em bolhas, como foi feito na NBA, nos Estados Unidos.
“Não existe um protocolo que seja 100% seguro no mundo. Porém, o que nós tentamos fazer é um protocolo com segurança máxima dentro da realidade que vivemos, particularmente dentro do futebol. Nós não podemos contar e avaliar o protocolo pelas eventuais fugas do protocolo. A ideia que sugerimos ao Governo do Estado foi fechar esses atletas em bolhas, à maneira da NBA, da Major League, e esses atletas terem acompanhamento médico o tempo todo e serem testados antes e após cada jogo. Dessa forma, estaríamos diminuindo muito a possibilidade de contaminação. Quero chamar atenção para o seguinte: o atleta, via de regra, nos mais de 35 mil testes que fizemos pela Federação Paulista de Futebol, na sua grande maioria, (…) são assintomáticos ou muito pouco sintomáticos, e esse que é o perigo”, explicou.
Um dia antes, o neurocirurgião Miguel Nicolelis classificou como negacionistas os argumentos da Federação Paulista a favor da continuidade do Paulistão. Já Moisés Cohen defendeu que os atletas ficariam mais seguros sendo testados frequentemente, do que em casa sem esse protocolo. O médico negou que a entidade seja negacionista.
“Não somos negacionistas, como alguém quis colocar. Não estamos negando nada. Pelo contrário: estamos tentando, através da ciência, fazer a manutenção de algo, dando uma segurança para o atleta que ele talvez não tivesse nem na sua casa. Dentro da concentração fechada, ele tem exames. Se for positivo e por acaso acontecer alguma coisa, nós fazemos o rastreamento de contato, onde esteve nas últimas horas, família. Vamos lá, fazemos os exames. Sem o futebol ele não vai ter mais isso. Ele vai ter eventualmente o coronavírus, assintomaticamente, e vai estar espalhando o vírus por todo o canto, e não vamos nem ficar sabendo”.
O Campeonato Paulista está paralisado do dia 15 até o dia 30 deste mês, em razão de decreto do Governo de São Paulo, que, pelo aumento de casos e mortes por Covid-19, proibiu eventos esportivos no Estado.
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