• Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do Timão

O Corinthians se despediu da temporada no último domingo, com derrota por 1 x 0 para o Atlético-MG, na Neo Química Arena. E esse jogo pode ter sido o último de Maycon com a camisa alvinegra. Emprestado pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, somente até 31 de dezembro, o volante não garantiu que seguirá no Timão para 2023, já que a negociação para a permanência envolve três partes: os dois clubes e o jogador.

“Depois que eu voltei de lesão que eu tive no jogo contra o Flamengo (pela Libertadores), não consegui atingir meu nível por vários motivos. São coisas internas, e temos que respeitar nosso corpo. Em relação à permanência, não posso prometer que vou ficar. Como sempre falei, são três partes que têm negociações: o Corinthians, o Maycon e o Shakhtar. E eu não sei o quanto o Corinthians está disposto“, declarou Maycon, na zona mista da Neo Química Arena após a derrota para o Atlético-MG.

Maycon admitiu um começo de conversas entre Corinthians e Shakhtar para tratar do assunto. Ele, no entanto, não sabe qual valor os ucranianos pedem para vendê-lo, e tampouco qual quantia o Timão está disposto a investir.

“O Corinthians já começou a conversar com o Shakhtar, mas não sei os valores, quanto o Shakhtar está pedindo e quanto o Corinthians quer investir. São coisas que tenho que respeitar. Não adianta falar minha vontade, porque não depende de mim. Depende do Shakhtar aceitar a proposta e o Corinthians querer investir, ver qual é a prioridade para o ano que vem”, complementou.

“O Corinthians tem uma dívida, e eu tenho que entender tudo isso, o lado do clube. Duilio sabe da minha vontade, todos sabem, mas não posso dizer se vou ficar ou não. Não depende do jogador Maycon, e sim dos valores que o Shakhtar vai pedir e do que o Corinthians tem para investir. Tem várias situações que o clube tem que manusear, Yuri, Balbuena… São coisas que não podemos prever. Tem que ver com o tempo.”

Além de tratar da permanência de Maycon, o Corinthians, agora, busca um novo treinador após anunciar a saída de Vítor Pereira. O volante ainda destacou que há a necessidade de encaixar seu estilo de jogo no sistema do novo técnico, para o Timão não realizar um possível investimento sem sentido.

“Vai vir um novo treinador, Corinthians tem que entender qual esquema quer jogar, de repente o sistema do novo treinador não encaixa com o Maycon. Então, vai fazer um investimento que talvez não faça sentido. Tem que pensar. Sempre desejei as melhores coisas para o Corinthians, sempre respeitei, a minha vontade de voltar foi muito clara quando voltei esse ano. Aqui é minha casa, sempre foi e sempre será, mas temos que respeitar as decisões dos clubes”, concluiu.

Formado nas categorias de base do Corinthians, Maycon vive sua segunda passagem pelo clube desde março, quando foi emprestado pelo Shakhtar em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. O meio-campista, porém, conviveu com lesões ao longo da temporada e não conseguiu atingir seu melhor nível físico e técnico. Em 2022, o volante disputou apenas 26 jogos e marcou dois gols.

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• Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do TImão

Revelado pelo Corinthians e campeão do Brasileirão em 2017, Maycon, que defende o Shakhtar Donetsk desde 2018, está isolado no porão de um hotel na Ucrânia ao lado de outros jogadores brasileiros em meio aos conflitos do país com a Rússia.

Em live com o jornal LANCE!, o volante diz que, neste momento, só pensa em sair da Ucrânia e retornar ao Brasil, para depois começar a projetar a sequência de sua carreira.

“Eu não parei para pensar nessas hipóteses (continuação da carreira) eu só estou pensando mesmo em uma forma de sair daqui bem, eu, minha família e meus colegas, que a gente possa sair bem. Claro que é uma situação muito complicada e estamos muito tristes com isso mas a minha cabeça só pensa em sair daqui”, disse o ex-camisa 8 do Timão.

“Só penso em poder ir para o Brasil novamente e ver depois o que vai acontecer, como vai ficar a Ucrânia. Isso é uma coisa que depois eu penso, hoje meu maior foco é sair bem, todos em segurança, e que tudo possa ocorrer da melhor maneira possível.”

Há de se destacar que, apesar de ser de Donetsk, o Shakhtar precisou se transferir para Kiev a partir de 2014, quando a então cidade-sede do clube se declarou independente da Ucrânia por conta de conflitos geopolíticos.

Maycon disse que os brasileiros estavam tranquilos e não imaginavam que uma guerra pudesse acontecer neste momento, já que os desentendimentos entre as nações acontecia apenas nas fronteiras. O volante acredita que uma batalha não pode ser julgada como normal.

“A gente sabe que teve uns conflitos em 2014, mas para nós, estávamos tranquilos em Kiev. A gente sabe que a situação na fronteira é muito complicada, sempre teve uma tensão muito grande nesses anos, mas o que passavam é que (o conflito) era nas fronteiras, e a situação estava controlada”, explicou.

“Claro que tinham riscos lá, mas como o clube não frequentava esses lados, principalmente esse leste europeu, apesar do clube ser de Donetsk e Donetsk ser uma das regiões, o clube veio para Kiev quando estourou a primeira guerra em 2014, e aqui era uma vida muito tranquila. A gente tem muitos medos na carreira, mas uma guerra é uma coisa muito além do que qualquer um imagina. É uma coisa que não pode ser julgada como normal.“

Por fim, o jogador disse que os brasileiros estão em uma sala bem segura em um hotel, e se mostrou confiante em um desfecho positivo nessa história.

“A gente está em uma sala bem segura. Dizem que tem uma proteção boa em relação aos outros lugares do hotel. Claro que a gente não pode ter certeza de muitas coisas, mas acreditamos que estamos seguros, aparentemente. Estamos apreensivos, mas confiantes que tudo, se Deus quiser, vai acabar bem“, concluiu o meia.

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