Por Tatiana Carvalho / Redação da Central do Timão
Júlio César, ex-goleiro do Corinthians, concedeu uma entrevista para a ESPN na noite desta sexta-feira (25). Na ocasião, ele relembrou sua parceria com Cássio, entre 2012 e 2013, e elogiou o atual camisa 12 do Timão.
“Falar do Cássio é fácil. É um cara super bacana, gente fina. A gente se deu muito bem desde o primeiro dia dele no Corinthians e até hoje, quando nos encontramos nos jogos. Eu fico muito feliz, torço por ele. É um cara que merece tudo isso que está passando, ele é muito bom de grupo, que só tem coisas boas a agregar e é um líder“, comentou o arqueiro.
Cássio após defender pênalti contra o Guarani | Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Júlio César também afirmou que o Gigante está no Top-3 de ídolos alvinegros: “Eu já disse algumas vezes e volto a frisar que o Cássio é o melhor goleiro da história do Corinthians e está entre os três maiores ídolos da história do clube por tudo que ele fez, pelos títulos, pelas atuações e por aquilo que ele representa“.
O ex-arqueiro do Corinthians é um Filho do Terrão. Ele chegou ao clube com 15 anos e em 2005 foi promovido para a equipe profissional. Com a camisa alvinegra atuou por sete temporadas e conquistou nove títulos, sendo uma Libertadores, um Mundial de Clubes, uma Recopa, uma Copa do Brasil, dois Campeonatos Paulista e três Brasileirões.
Há exatos dezesseis anos, no dia 22 de maio de 2005, o goleiro Julio Cesar, um dos jogadores mais vitoriosos da história do Corinthians, estreava no profissional do Timão. O duelo em questão foi diante do Figueirense, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 2005, no qual o clube conquistou o tetracampeonato.
Cria das categorias de base do Parque São Jorge, o arqueiro precisou entrar em campo àquela ocasião pois Fábio Costa, o então titular, havia perdido espaço na equipe, sendo sacado pelo então técnico Daniel Passarella.
Julio Cesar, um dos maiores campeões pelo Corinthians, com a taça da Libertadores. Foto: Marcelo Machado de Melo / Fotoarena.
Julio foi escolhido para entrar em campo enquanto o Alvinegro esperava a chegada de Helton, goleiro que acabou indo para o Porto, de Portugal, depois de estar praticamente acertado com o Corinthians. Diante da equipe catarinense, o ex-camisa 1 levou um golaço de fora da área. Depois, porém, viu Tevez e Roger garantirem a vitória corinthiana por 2×1.
Entre os diversos títulos que conquistou no Timão, estão: Copa São Paulo de 2004 e 2005, Brasileiros de 2005 e 2011, Série B de 2008, Copa do Brasil de 2009, Libertadores de 2012, Mundial de 2012, Paulistas de 2009 e 2013 e Recopa de 2013, além de ter disputado 140 partidas. Hoje, o atleta é reserva do Red Bull Bragantino, e pensa em se tornar dirigente após o fim da carreira, que deve ocorrer no fim deste ano.
Muitos torcedores, inclusive eu, vêem a base corinthiana como um celeiro de pedras preciosas. Dela saíram alguns de nossos principais jogadores, com destaque para os goleiros, responsáveis por conquistas memoráveis e outros que tiveram sua importância em determinado momento de nossa história.
Julio César de Souza Santos faz parte desse time. Chegou à base do Timão com quinze anos em 1999 e já em 2004 conquistou seu primeiro título de relevância, a Copa São Paulo, repetindo a dose em 2005.
Suas boas atuações o levaram ao time profissional, tendo conquistado, o que poucos lembram, o título brasileiro de 2005 onde jogou apenas uma partida, a vitória sobre o Figueirense por 2×1 no Pacaembu. Nunca conseguiu se firmar e mesmo sendo preterido por goleiros, alguns de gosto muito duvidoso que chegavam ao Parque São Jorge, soube esperar pacientemente sua oportunidade.
Foto: Reprodução
E ela surgiu em 2010, ano do centenário corinthiano, em um time recheado de bons jogadores, após a saída do titular Felipe. Mesmo com boas atuações, o Corinthians, após a Copa do mundo, recorreu ao veterano paraguaio Bobadilla que sequer atuou. A bola literalmente estava nas mãos de Júlio.
O ano de 2011 começa e a eliminação para o Tolima na pré-Libertadores só aumentou a pressão sobre ele e a equipe, que continuou forte após sua falha no gol de Neymar na final do Paulistão daquele ano, ligando definitivamente o sinal de alerta para o Campeonato Brasileiro. E lá foi a diretoria atrás do jovem Renan, goleiro com boas atuações pelo Avaí, o preparando para ser a sombra de Júlio César.
Imagem: Reprodução TV
O time faz boa campanha no certame nacional. Chega então a décima rodada, partida contra o Botafogo no estádio de São Januário e o momento mais marcante da carreira do goleiro. Na reta final do jogo, com o Corinthians tendo feito as três alterações e vencendo por 1 a 0, em um lance fortuito ele sofre uma luxação exposta no dedo mínimo da mão esquerda. O arqueiro chora de dor, mas o espírito guerreiro, a garra, a raça e principalmente o amor ao Corinthians o fizeram superar a adversidade seguindo até o final da partida, inclusive fazendo uma defesa muito difícil após um cruzamento. Indagado por um repórter ao final da partida do por quê daquele ato de heroísmo, a resposta foi simples: “AQUI É CORINTHIANS”.
Sai da equipe para se recuperar e abre espaço para Renan, mas este falha nas partidas contra Cruzeiro e Avaí, acabando com a boa sequência do time e fazendo com que a Fiel implore pela volta de seu titular. A recompensa por tamanha identificação vem com o título em dezembro. Continua como titular até as quartas de final do Paulistão 2012 quando após duas falhas na derrota e eliminação por 3×2 para a Ponte Preta, perde a vaga para o recém chegado Cássio, exatamente no primeiro jogo válido pelas oitavas de final da histórica Libertadores, contra o Emelec. Indiretamente Júlio César foi importante também aí, não da maneira que gostaria, mas abriu espaço para alguém que viria a se tornar um dos maiores ídolos da história do Corinthians.
Coisas do futebol. Seu ciclo no clube terminou em meados de 2014 ao ser negociado com o Náutico.
Imagem: Junior Lago
É um dos maiores vencedores de troféus da nossa história, exatamente ao lado de Cássio, com nove conquistas profissionais, mais duas Copinhas.
Hoje é capitão do Bragantino que faz excelente campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.
Júlio César foi um goleiro contestado na sua trajetória corinthiana, mas hoje, dia do seu aniversário de 35 anos, não há contestação: ele merece todo nosso respeito e admiração por tanta dedicação e amor que sempre demonstrou por nosso time.
Em nome da CENTRAL DO TIMÃO, quero desejar muito sucesso, muita saúde e muitas conquistas. Lhe agradecemos por tudo que fez em prol do nosso grande Corinthians.
Vida longa a esse herói corinthiano!
Por Marcelino Rocha
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