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Mesmo com restante do pagamento encaminhado, Marcelo Odebrecht reclama da Arena Corinthians


Proprietário da construtora tenta vincular a Casa Corinthiana aos fracassos do seu empreendimento, abalado por dezenas de escândalos

Em entrevista ao jornal O Globo, o mandatário da Construtora Odebrecht citou a Arena Corinthians como uma das causas da circunstância atual da empresa, que se encontra em grave estado financeiro. Recentemente, a Caixa Econômica Federal, credora de compromissos da empresa, chegou a pedir na Justiça a sua falência, visando obter de forma mais rápida o pagamento dos débitos em aberto.

“O estádio do Itaquerão foi uma dessas missões em que perdemos muito dinheiro”, afirmou Marcelo.

Na oportunidade, falou, ainda, sobre estratégias erradas na expansão das atividades econômicas.

“A maior parte do nosso crescimento e diversificação era sustentável: a internacionalização da companhia que vinha desde os anos 1980, a Braskem, óleo e gás… Mas nos aventuramos no setor de etanol a pedido do governo, e tivemos muito prejuízo, assim como no estaleiro na Bahia.”

As declarações do mandatário causam estranheza, tendo em vista os valores já pagos e os ainda a serem pagos pela Arena Corinthians. No dia  25 de julho deste ano, foi publicado, no Diário Oficial do Município de São Paulo, um Despacho Autorizatório municipal que repassou CIDs da Arena Corinthians (Arena Fundo de Investimento Imobiliário – FII)  para a Construtora Odebrecht.

Imagem extraída do Diário Oficial do Município de São Paulo (25/07/2019)

Outro ponto importante são as tratativas entre a empresa e o Corinthians para solucionar o pagamento da dívida, algo confirmando publicamente por ambas as partes. O Timão, inclusive, deseja abater do valor devido parte das obras, na sua grande maiorias da classe “perfumarias”, não entregues pela construtora.

Foto: Bruno Trolo

Assim, tudo indica que a Arena Corinthians, embora em descompasso com o planejamento inicial das partes, vai adimplir seu débito junto à Odebrecht. Ou seja, a perspectiva futura é de pagamento da dívida e não do calote, como faz parecer por meio da declaração dada.

Quanto ao débito com a Caixa Econômica Federal, o clube também está em processo de formalização de acordo, sendo que o processo de execução ajuizado pelo banco está suspenso, aguardando a finalização do ajuste entre as partes. O Timão deseja ter prestações menores do que as atualmente tem o dever de pagar, em no mínimo alguns meses do ano.

A Arena Corinthians é uma das únicas praças esportivas construídas para a Copa do Mundo de 2014 que tem buscado adimplir seu débito, tendo, inclusive, já pago mais de R$ 120 milhões de reais.

Por Redação Central do Timão

Teto para atletas e folha geral sem teto. A política remuneratória do Corinthians

Clube defende a ideia de ter um teto salarial, que muitos clubes, a princípio, não possuem, mas continua com uma grande folha de pagamento

A palavra austeridade é tida como algo importantíssimo em qualquer seguimento organizacional, principalmente no campo das finanças de cada entidade. Seja no campo privado, seja no campo público, seja nas organizações sem fins lucrativos, a austeridade é algo a se buscar, pois o equilíbrio entre gastos e arrecadação traz solidez para continuação das atividades e, por muitas vezes, tem como resultado o sucesso.

No mundo do futebol brasileiro, onde a esmagadora maioria dos clubes são entidades sem fins lucrativos, tal estado de organização financeira é, em tese, o desejo de todos, principalmente dos torcedores.

O Corinthians, por meio de seus dirigentes, em alguns momentos nas últimas décadas, já externou que deseja ter austeridade, mas o que se vê é algo diferente.

O clube vem aumentando seu endividamento nos últimos anos, ao passo que também aumenta sua arrecadação.

Clube é um dos que mais arrecada no Futebol Brasileiro (Foto extraída do site oficial do Corinthians)

Contudo, em meio a tal circunstância, eis que surge uma vertente de tal plano de austeridade que “funciona”, o tal teto remuneratório para atletas.

Não se sabe bem ao certo, muitas notícias desencontradas já surgiram sobre os valores, mas o Corinthians adota como teto remuneratório para atletas algo em torno de R$ 450 a 600 mil reais mensais.

Corinthians mantém em 2019 a política remuneratória com teto focado apenas em contratos individuais. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Sempre que se vislumbra ou se comenta a possibilidade do Timão contratar atletas mais renomados e, via de regra, consequentemente, com valores mais altos de salários, o discurso “O Corinthians tem teto salarial” aparece.

Ocorre que, mesmo sem pagar grandes salários, o Corinthians sempre está entre as maiores folhas de pagamento do país, sendo que, em 2018, superava, inclusive, alguns clubes que muitos na mídia esportiva chamam de “ricos”, como é o caso do Flamengo.

Isto acontece em decorrência da grande quantidade de atletas contratados, muitos deles de capacidade técnica discutível.

Claro que as apostas devem sempre existir, afinal o Timão é um exemplo de “moldar” atletas desconhecidos, mas isso deve ser feito de forma limitada, pois, via de regra, quase todos os atletas de pouca fama ou história de bom futebol jogado acabam sendo pouco aproveitados ou emprestados, gerando custos fixos.

E não está a se discutir o mérito da boa captação de atletas que o Corinthians faz, principalmente na última década, contudo, o quadro poderia estar melhor, com o clube possuindo elencos bem melhores, conquistando mais títulos e arrecadando mais, consequentemente.

Assim, por muitas vezes, a austeridade atingida ao contratar jogadores, em tese, baratos, custa caro, ao final.

Uma opção a tal quadro seria uma austeridade real na quantidade de valor gasto com a folha de pagamento de atletas, com a contratação de menos atletas e com salários obedecendo o teto, o que geraria resultado prático na economia de gastos, ou então, caso queira manter os gastos atuais, o melhor uso dos valores, com o investimento pontual em atletas que entreguem com mais certeza o bom futebol, com a destinação de apenas uma parte dos recursos para as apostas.

O quadro atual de grande folha com pouca capacidade de concorrer com outros clubes pela contratação de grandes atletas, demonstra que a austeridade existe apenas para o pagamento individual de salário, ficando o montante geral da folha sempre elevado, devido à imensa quantidade de atletas contratados.

Por Redação Central do Timão

Torcida “cheirinho” subindo e Fiel multicampeã regular estagnada? Datafolha aponta avanço da torcida do Fla frente à Fiel

Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que torcida flamenguista segue na liderança do ranking com a Fiel em segundo lugar

Foto: Daniel Augusto/Ag. Corinthians

Que o torcedor do Corinthians não se importa com quantidade e sim com qualidade, todos sabem, afinal, a marca da Fiel é a sua paixão e apoio incondicional ao Timão, e isso é o mais importante para os loucos do bando, contudo, algumas pesquisas apontam situações que os corinthianos nem sempre compreendem.

O Corinthians aparecia bem abaixo do Flamengo nas pesquisas, há cerca de 25, 30 anos. Depois de uma regularidade de títulos, desde a década de 90, a Fiel torcida apareceu nas pesquisas encostada na torcida do Flamengo na década de 2000.

Ocorre que, mesmo depois de encostar, estranhamente a “ultrapassagem” nunca ocorreu, segundo os institutos, sendo que chegou haver o empate técnico, considerando a margem de erro das pesquisas, que a maioria da mídia esportiva estranhamente evitou falar, já que não se viam manchetes do tipo “Flamengo e Corinthians estão empatados em números de torcedores”.

Na década de 2010, considerando até os dias atuais, a sequência de títulos regulares do Corinthians ficou ainda mais forte, mas, estranhamente, a “ultrapassagem” nunca ocorreu e o pior, agora, a nova pesquisa do Instituto Datafolha aponta que a Fiel continua com 14 pontos percentuais, assim como na última pesquisa feita no início de 2018, e a torcida do Flamengo teria saltando de 18 para 20 pontos. De 2014 a 2018 os números teriam ficado iguais, segundo o Datafolha, mas, agora, a torcida do Flamengo saltou 2 pontos em pouco mais de 1 ano.

O Flamengo, embora com um time de qualidade atualmente e perspectiva de brigar por títulos importantes, acumulou frustações seguidas por muito tempo, inclusive ganhando o apelido de “cheirinho”, uma zoeira surgida contra a mensagem dos flamenguistas de que sentem cheiro real de título.

Assim, parte da Fiel continua sem compreender tais levantamentos, bem como segue valorizando a fidelidade e a paixão do Bando de Loucos, dando “de ombros” para algumas pesquisas e sabedora de certas circunstâncias, como a existência de torcedores “terceirizados”.

Por Redação Central do Timão