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Ídolo do Corinthians revela mágoa na saída do clube

Rivellino, ou simplesmente Riva, explica motivações para a saída do Corinthians, em 1974; entenda

Foto: Reprodução

Um dos maiores ídolos da história do Timão, Roberto Rivellino atuou pelo Corinthians de 1965 a 1974. Formado na base do Parque São Jorge, era a principal referência da equipe por quase uma década. Em entrevista a Walter Casagrande, no GloboEsporte.com, o ex-meia comentou sobre a idolatria da Fiel.

“Até hoje eu tenho o carinho do torcedor. Até hoje quando fazem uma enquete sempre tem o Rivellino lá. O Rivellino aparece. Então eu fico feliz. E pra mim, a maior homenagem que eu tive na minha vida foi quando o Mário Gobbi, enquanto presidente do clube, e o Conselho liberaram de fazer um busto no Parque São Jorge. Isso aí tá eternizado, tá lá“, citou Rivellino.

Foto: Divulgação Corinthians

A falta de títulos

Com 474 jogos pelo clube, Rivellino viveu a época dos ’23 anos sem títulos’. Aqui vale desmistificar a história. Na verdade, o Corinthians chegou a vencer o Torneio Rio-São Paulo em 1966. Logo, não ficou exatamente 23 anos sem ‘ganhar nada’, mas sim sem vencer títulos de grande expressão, como era o Paulista. Assim, Rivellino conta que um dos ‘culpados’ disso eram os clubes de São Paulo, que ofereciam grande concorrência:

“Era difícil. Eu dei azar até nesse ponto. Como você falou aí, tem o time do Santos. Aí tinha a Academia, do Palmeiras, que ganhava tudo. Aí tinha o São Paulo, que foi bicampeão paulista. E o Corinthians, se você for analisar, era o pior deles todos. Contratavam mal na época, os dirigentes não tinha visão para trazer bons jogadores. O Corinthians naquela época conseguia contratar quem ele quisesse, tinha essa condição”, explicou Riva.

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Mágoa com a saída do Corinthians

A falta de títulos grandes foi tão importante que minou a passagem de Rivellino pelo Timão. Durante a maior parte da carreira, o camisa 10 sofria críticas por não conseguir trazer uma grande taça para o Parque São Jorge.

Em 1974, a ‘revolta’ contra Rivellino alcançou o ápice. O time alvinegro perdeu a final paulista para o maior rival. E de virada. Um título quase dado como certo, o primeiro de Rivellino, que escapou das mãos do Corinthians.

“Eu nunca esperava sair do Corinthians, porque eu nasci no Corinthians, pensei que ia encerrar minha carreira no Corinthians. Antigamente a gente pensava em jogar eternamente. O J. Ávila botou na TV que ‘o Rivellino ganha tanto, tem gente morrendo de fome’. Daí a imprensa abraçou a ideia do Ávila. E todo mundo metendo o pau no Rivellino. Não sei porque o motivo”, explica Rivelino a Casagrande. O ex-jogador completa:

“A porrada veio em cima de mim, só veio pancada. Eu não vi nenhum jogador falar ‘pô, o Rivellino não é culpado’. Infelizmente, isso é uma mágoa que eu tenho. Eu sempre durmo tranquilo. O que eu dei para o Corinthians, o que eu fiz, sempre fiz com o maior carinho, sempre procurei dar o máximo de mim. Não me arrependo e durmo tranquilo.“, declara Riva.

Em 12/12/1974, Rivellino marcava seu último gol pelo Corinthians, contra o Guarani, em partida que terminou empatada em 1 x 1. Foto: Lemyr Martins/Placar

Em 1974, de saída do Corinthians, Rivellino transferiu-se para o Fluminense. Logo na estreia, uma daquelas coincidências do futebol: três gols em cima do ex-time. À época, Riva comemorou bastante os gols e foi até ‘acusado’ de vibrar por ter sido sobre o clube que o magoou. Porém, o próprio jogador rechaça essa tese.

“Eu vibrava da mesma maneira que eu vibrava no Corinthians. Gol é o momento mais importante do futebol. E eu fiz três gols, porque eu não vou vibrar? Não foi pela maneira que eu saí do Corinthians”, argumentou Rivelino ao GE.

Invasão do Maracanã

Em 1976, durante as semifinais do Brasileiro, Rivellino defendia as cores do Fluminense. Na época, o presidente da equipe carioca quis convidar a Fiel para o jogo de volta, no Maracanã, como uma espécie de provocação. Conhecendo os corinthianos, Riva tentou fazer o mandatário da época, Francisco Hora, desistir da ideia.

“De repente o presidente Horta: ‘Riva eu vou convidar a torcida do Corinthians pra vir pro Maracanã’. Falei ‘presidente do céu, não faça isso. Eles vão invadir, eles vão invadir’. ‘Não, mas vai ser bom’, respondi ‘não, deixa eles quietinhos em São Paulo’“, relembrou o ídolo do Timão.

A torcida do Corinthians aceitou o desafio e protagonizou um do momentos mais sublimes da história do futebol: a Invasão Corinthiana, quando mais de 70 mil torcedores teriam ocupado o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Rivellino conta a sensação de estar do outro lado da festa.

“Foi impressionante, nós vinhamos pro Maracanã, na rua só via bandeira do Corinthians. Realmente foi uma coisa maravilhosa. Tô aqui agora e tô arrepiado. Quando eu subi a rampa do Maracanã e vi quele estádio dividido, foi uma coisa maravilhosa“, contou Rivellino.

Foto: Rodrigo Coca / Ag. Corinthians

Por Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão

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