Eu com meus pais, Sr. Lourenço e Dona Tica
Que eu sou corinthiana, todos sabem. Mas, de onde veio esse sentimento tão forte? Nasci e cresci vendo, em minha casa, o corinthianismo vivido a todo vapor. Não tinha como não ser Corinthians. Está no DNA.
Meu pai com um sobrinho e minha irmã
Meu avô paterno, Gino, filho de italianos e, conseqüentemente, palmeirense, casado com Palmira, minha avó, de ascendência portuguesa. Corinthiana fanática, freqüentadora de estádio.
Quando nasci, meu avô já era falecido, mas cresci ouvindo uma história que seu papagaio de estimação era tão apegado a ele, que nunca mais comeu depois que meu avô partiu. Porém, a fama do “louro” ficou eternizada porque falava “Gooooool do Baltazar”(quem será que ensinou? hahaha).
Lourenço, meu pai, era “doente” pelo Timão.
Poderia escrever um livro contando toda essa paixão. Então, vou ilustrar algumas passagens, pois foram muitas.
Nos anos 90, ele, literalmente, proibiu a mim e meus irmãos de consumirmos produtos Parmalat, sob pena de nunca mais pisar nas nossas casas. Dizia que se cada corinthiano doasse 1 saco de cimento, construiríamos nosso próprio estádio e disse, ainda, que ele doaria 2.
Na minha infância, aos domingos, ele ajudava minha mãe a preparar o almoço, com horário marcado, pois ia aos jogos, sempre com o carro lotado. Ninguém sabe como ele conseguia colocar 11 pessoas num fusca. Pode? Detalhe: na época podiam levar bandeiras. Discutia todos os dias com minha mãe (sãopaulina) por futebol. Mas acho que no fundo ela só torcia para o São Paulo em dias de majestoso, nos demais torcia para o Corinthians, por nossa causa.
Papai levou a criançada toda na carreata de 77, fomos dar volta na Av. Perimetral, em Santo André. Parecia título de copa do mundo. Muita gente na rua.
Faleceu em 2005, sem conhecer a Arena Corinthians. Foi velado com uma camiseta do Corinthians em cima do caixão, pois era sua roupa do dia a dia.
Que incrível seria ver a felicidade dele, se tivesse vivenciado essa era vitoriosa do time. A Arena, o CT, a Libertadores, me emociono em TODAS as vezes que revejo o gol do Guerrero no Mundial do Japão. Nem em seu maior delírio imaginaria ver o “Fenômeno” jogando no Timão. Tinha verdadeira admiração pelo Ronaldo, e é um dos motivos de eu também admirá-lo tanto.
Espero que tenha conseguido passar pra vocês um pouco do DNA corinthiano da minha família. Todas essas frases feitas de “só quem é, sabe” ou “Corinthians não é um time, é uma religião”, entre outras, são a mais pura verdade. Está na nossa essência, no nosso corinthianismo e tenho muito orgulho disso.
Dedico esse texto ao meu pai Lourenço Tamarozi, que, tenho certeza deve ter encontrado (junto de muita gente boa) um cantinho preto e branco, no azul do céu.