- Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
Quando Rafael Perrone, sapateiro italiano de 27 anos, se juntou aos amigos e fundou o Sport Club Corinthians Paulista, não sabia que por toda eternidade seu nome seria lembrado.
Nascido em Nápoles, no sul da Itália em 1º de abril de 1883, no começo do século XX sua família veio para o Brasil, fixando residência na cidade de São Paulo. Trabalhava como sapateiro e amava futebol.
Era zagueiro no time de várzea Botafogo do Bom Retiro, que cedeu muitos dos primeiros jogadores e ídolos do Corinthians, como Neco, Amílcar Barbuy, Francisco Police, Fulvio Benti, Casemiro Gonzalez, César Nunes (irmão de Neco), Davi, João Pizzocaro, José Apparício Delgado, Rafael Apparício Delgado e Sebastião.
Rafael (sapateiro) e seus amigos Joaquim Ambrosio e Antônio Pereira (pintores de parede), Anselmo Correia (cocheiro), Carlos da Silva (trabalhador braçal da linha férrea) fundaram o Sport Club Corinthians Paulista.
Ainda contaram com o apoio de mais oito pessoas (consideradas sócios-fundadores do Corinthians): Miguel Battaglia (1º Presidente), Alexandre Magnani (2º Presidente), Salvador Lapomo, Antonio Vizzone, Emilio Lotito, Antônio Nunes, César Nunes e Jorge Campbell.
Não sabiam o quanto afetariam a vida de milhões de pessoas. Para eles, era só uma diversão para as tardes de domingo, mas estavam, na verdade, criando o único grande clube brasileiro com origem operária.
Antonia Perrone, sua primeira mulher, foi a costureira que em 1913, teve a honra de bordar nas camisas o lendário e primeiro símbolo do Timão, o CP — Corinthians Paulista. Sua filha mais velha se chama Amélia Perrone e foi conselheira do Corinthians.
Rafael Perrone foi zagueiro, o primeiro capitão do Corinthians e treinador. Comandou o time em campo em 18 oportunidades e participou de oito vitórias, um empate, duas derrotas e sete partidas com resultado desconhecido. Ele também participou do primeiro jogo da história do clube: União Lapa 1 x 0 Corinthians. Sua carteirinha está marcada com o número 3, de sócio-fundador.
Na década de 40, foi para Jacareí trabalhar como motorista numa instituição de saúde que amparava leprosos. No município do Vale do Paraíba constituiu família, tendo 10 filhos (três da primeira esposa e sete da segunda). Lá ele morreu em 29 de agosto de 1959 aos 76 anos.
Antes de morrer, vendeu parte de seus bens e doou ao Corinthians.
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