Ex-jogador fala sobre momento em que o futebol foi além das quatro linhas e partiu para o universo da política
Em 1982, o Brasil passava por momento complicado: a Ditadura Militar. Para se opor à forma de governo vigente, Casagrande, Sócrates, Wladimir e Zenon criaram o movimento conhecido como Democracia Corinthiana. O objetivo foi o seguinte: democratizar as decisões internas do clube e, de quebra, inspirar o mesmo em outros setores. Era o futebol tendo influência política no país.
Em entrevista ao programa Expediente Futebol, da FOX Sports, um dos idealizadores, Zenon exaltou a Democracia Corinthiana e revelou que, até hoje, frequenta espaços como universidades graças ao movimento criado pelo Corinthians. Além disso, o ex-jogador diz se sentir privilegiado por ter participado daquilo.
“Foi um momento ímpar dentro do futebol. Um clube de futebol tomou partido de política, deixando as quatro linhas e indo para fora, para brigar por uma redemocratização do país. Foi um negócio fantástico. Até hoje é cantado em prosas e versos. Vira e mexe, eu tenho que ir em uma universidade para esclarecer como era a democracia, qual era o intuito da democracia”, disse Zenon, que seguiu falando sobre privilégio de jogar naquela época.
“Eu me sinto privilegiado de poder ter participado daquele momento no Corinthians”, completou.
A Democracia Corinthiana consistia em um uma democratização dentro do clube, onde a opinião do presidente tinha a mesma validade do que de qualquer outro funcionário do clube. Este movimento fazia apelo para foras das quatro linhas também. Essa corrente teve início em 1982 e final apenas em 1984, um ano antes de se encerrar a ditadura militar no Brasil.
Por Matheus Fernandes / Redação Central do Timão