Confira a análise das construções das jogadas que resultaram nos gols da vitória do Timão sobre a Ferroviária.
Por Corinthians SCOUTS para a Redação da Central do Timão
Confira a análise das construções das jogadas que resultaram nos gols da vitória do Timão sobre a Ferroviária.
Por Corinthians SCOUTS para a Redação da Central do Timão
Na tarde do último sábado (17), Corinthians e Botafogo se enfrentaram na Arena Corinthians pela décima quinta rodada do Campeonato Brasileiro. O Timão venceu a partida por 2×0 com gols de Boselli e Everaldo. Carille escalou os donos da casa no 4-1-4-1 com: Walter; Fagner, Manoel, Gil e Carlos Augusto; Gabriel; Pedrinho, Urso, Vital (Jadson) e Everaldo (Clayson); Boselli (Gustavo).
Primeiro Tempo
O Corinthians dominou o primeiro tempo e mereceu sair vencedor. Como aconteceu em outras partidas, o Timão começou o jogo fazendo aqueles 15 minutos em que o adversário não tinha tempo nem para respirar com tranquilidade e depois diminuiu a intensidade sem perder o controle do jogo e criar algumas chances aproveitando erros do oponente.
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Mais uma vez o ponto forte do ataque corinthiano foi o seu lado direito com Fagner, Pedrinho e Urso que conseguiram, em alguns momentos, envolver a defesa do Botafogo com triangulações, o que levou vantagem no 1×1, algo que pode ser visto no lance do primeiro gol. O lado esquerdo do ataque, totalmente modificado, não deixou a desejar dessa vez. Carlos Augusto apoiando o ataque, Everaldo mostrando muita atitude quando teve a posse e, Vital participando da criação, deram mais vida ao setor esquerdo de ataque.
O Corinthians não permitiu que o Botafogo criasse algum perigo ao gol de Walter. Marcou a saída de bola do adversário no seu campo de ataque e forçou vários erros dos visitantes. Quando o Botafogo superava essa marcação pressão, a equipe recuava e se postava de forma bem compacta no campo de defesa, sem dar espaços para o Fogão criar.
Segundo Tempo
O Corinthians voltou à segunda etapa com a ideia de forçar o erro, recuperar e sair em velocidade no contra-ataque. A estratégia deu certo, já que o Timão teve vários bons contra ataques, como por exemplo, o lance do gol de Everaldo, onde Urso rouba a bola que sobra, para Manoel lançar Pedrinho que saiu em velocidade e, no rebote da sua finalização, Everaldo marcou o gol que sacramentou a vitória alvinegra. Destaque para mais uma boa partida de Vital após a pausa.
O Timão continuou fazendo uma partida segura, onde manteve a forte marcação saída de bola Gabriel e Urso se destacaram bastante no momento defensivo. O primeiro volante foi o dono do meio campo sendo bastante agressivo na marcação sem dar um segundo de respiro ao adversário. Já Urso conseguiu se impor no meio campo com a sua força física, uma de suas principais qualidades.
Conclusão
A boa atuação serve para aumentar a confiança do time e da torcida, além de mostrar a Carille que tem jogadores pedindo passagem e que o Corinthians pode ser mais ofensivo sem perder a força defensiva.
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Por Jhonata Souza do Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão.
Twitter/@Jhonny14Souza @sccpscouts
A melhora do Corinthians pós parada da Copa América é nítida, e isso se deve a vários fatores, os quais iremos tentar abordar nesse texto. Confiram.
Pressão na saída de bola adversária/Linha alta
Um ponto crucial nessa mudança de postura do Corinthians na parada, se deve à mudança de filosofia na hora de fazer a marcação. Um dos marcos de Fábio Carille sempre foi uma equipe organizada, que trabalhava bem com os blocos médios e baixos de marcação. Porém, com desempenhos ruins, atuações fracas e uma dificuldade crônica de ter um jogo propositivo, o técnico corinthiano veio com uma mudança nesse segundo semestre, uma equipe que marca alto, realiza a famosa “pressing”, termo utilizado para descrever a marcação-pressão na saída de bola adversária.
Na imagem acima, vemos um Corinthians com seis jogadores dentro do campo de defesa do Flamengo, apertando a saída de bola, fechando as linhas de passe da equipe adversária e na sequência recuperando a bola ainda no campo de ataque. A equipe entendeu que era, sim, capaz de fazer uma marcação alta e intensa sem perder a organização, ponto que é muito importante para Carille. O Corinthians entendeu também que retomar a posse de bola ainda no campo de ataque é mais vantajoso do que ter que começar a construção de jogo a partir do campo de defesa.
Gabriel foi outro ponto chave para começarmos a entender como a pressing realizada pelo Corinthians tem sido eficiente. Por ter como característica a antecipação, devido à sua mobilidade e velocidade, o volante ajuda muito a marcação alta da equipe, sempre buscando apertar os homens de meio adversários na hora que vão receber o passe.
Nesta imagem podemos ver bem isso. Gabriel antecipa o meia do Goiás e recupera a bola próximo à entrada da área da equipe adversária, fazendo o Corinthians pegar uma defesa mais desorganizada e tendo superioridade numérica em vários setores.
Saída de bola mais qualificada
Outra melhora que tivemos desde a parada até agora, foi, sem dúvidas, a saída de bola. Tivemos um primeiro semestre burocrático, muitos chutões, uma transição lenta, falta de aproximação e um Fagner sobrecarregado no quesito.
Com a chegada de Gil, claramente tivemos um upgrade técnico em relação à dupla de zaga titular anterior, que era Henrique e Manoel (esse que iremos falar mais para frente). Além de uma liderança gigantesca, o zagueiro trouxe à equipe uma qualidade maior para a nossa saída de bola, que parou de focar nos lançamentos longos para tentar sair pelo chão, triangulando a atraindo o adversário para subir as linhas.
Porém, nem tudo é graças ao Gil. Gabriel também faz parte diretamente dessa mudança. Com mais mobilidade, mais iniciativa e mais qualidade técnica, ajuda no desafogo aos zagueiros e na hora de fazer a bola chegar nos homens de meio e ataque da equipe.
Os gráficos acima mostram como Gabriel é muito mais vertical que Ralf, conseguindo ajudar com muito mais qualidade a transição ofensiva do Corinthians a partir do campo de defesa. Enquanto o camisa 15 aparece menos para o jogo e busca bem mais o passe de segurança muitas vezes voltando o jogo nos zagueiros e deixando a saída mais burocrática.
Manoel foi outro que teve uma melhora importante no quesito. Com mais confiança e tendo ao seu lado um zagueiro mais qualificado, passou a ser mais ousado, cresceu tecnicamente e começou a encaixar mais passes nas entrelinhas, ligando bem mais o ataque e fazendo a ligação diretamente com os homens de frente.
A imagem acima retrata o início da jogada do primeiro gol contra o Montevideo Wanderers, nela podemos perceber como o passe do Manoel abre um caminho nas entrelinhas do adversário, onde o Corinthians constrói a jogada do gol.
Jogo propositivo e mais gente na área
A maior crítica em relação ao Corinthians sempre foi a dificuldade propor jogo, a pouca inspiração da equipe quando tinha a bola, um fator que melhorou bastante desde a parada.
Muito dessa melhora se deve a Pedrinho, que começou a deixar de lado o rótulo de “talismã” e começou a entender que é protagonista dentro da equipe. Juntamente com Fagner, forma o lado mais forte da equipe que ainda conta diretamente com a participação de Junior Urso que apresenta bastante para a triangulação pelo setor.
O fato do garoto ter começado a virar protagonista, também passa diretamente pelo entendimento maior dele sobre a função que exerce. Pedrinho nunca foi um ponta de drible ou propriamente um driblador, sempre foi um armador com capacidade e recursos muito grandes individualmente. Quando começou a entender isso, seu jogo cresceu. Hoje, temos um jogador mais coletivo, sem perder a individualidade, mas acrescentando um poder de criação melhor e entendendo que é de fato o cara que vai construir o jogo no ataque e acionar os pontas e os atacantes.
Um dos pontos fortes do nosso protagonista são os cortes para o meio, sempre buscando clarear a jogada. No lance acima, ele aciona Boselli no lançamento que resulta no gol de empate contra o Fortaleza.
Outra mudança importante foi a presença maior de jogadores na área para finalizar. Antes tínhamos uma equipe isolada, muitas vezes deixando o ataque brigar sozinho contra uma defesa fechada e que quase sempre não resultava em nada. Uma das diferenças nesse segundo semestre é um time que conta mais jogadores dentro da área adversária.
Hoje, o Corinthians busca sempre atacar a área do rival com pelo menos três jogadores. Além do atacante, Junior Urso tem um papel importante para ser o elemento surpresa, e a presença de um dos pontas também. Na imagem, Clayson é quem está junto a Love e Sornoza.
Já nessa imagem, Pedrinho é quem está lá com Love e Junior Urso.
As mudanças aconteceram. O Corinthians que tinha como média de finalizações certas uma baixíssima porcentagem de apenas 3,8%, viu seu número aumentar em mais de 50% depois da parada, subindo para quase 6%. Além de ter reduzido o número de finalizações certas sofridas para 16% (números do Footstats). Ou seja, entendemos que é possível sim ser mais ofensivo sem perder a qualidade defensiva e muito menos a organização, só precisávamos sair dessa caixinha que muitas vezes nos prende.
As melhoras são claras, porém, para que a evolução continue, algumas coisas ainda precisam ser revistas. A sequência ruim do Sornoza, a titularidade absoluta de Vágner Love são as principais delas. A pausa fez bem ao Corinthians, voltamos com evoluções, melhoras e o principal, recuperamos a confiança de alguns jogadores. Crescemos em muitas coisas e sem perder a organização e muito menos os fatores defensivos. Carille prometeu um time melhor depois da parada e vem entregando isso. Sem alarde, sem muito barulho, vamos criando nosso espaço novamente dentro do Campeonato Brasileiro.
Por Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão
Twitter @sccpscouts
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