- Por Levi Natan / Redação da Central do Timão
Este é o dia do nosso aniversário, dia de falar do 1º de setembro de 1910, quando aqueles cinco operários se reuniram na esquina da rua José Paulino com a Cônego Martins para pôr no papel iluminado por um lampião o sonho de muitos.
Nasceu do inglês Corinthian Casuals o Corinthians Paulista, que depois rompeu barreiras e, de paulista, se tornou o mais brasileiro como diz em seu hino, para logo em seguida conquistar o mundo, não somente uma, mas duas vezes. Cada conquista, uma data, cada etapa, uma marca. Porém, hoje vou falar de uma data diferente que marca todo corinthiano.
Aprendemos a gostar de um time quando criança, sempre criamos identificação com alguma equipe, seja pelo time que os nossos pais torcem, ou aquela equipe que ganha tudo logo na nossa infância, sempre tem algum motivo que faça a gente torcer, já no caso da minha mãe, e de milhares de corinthianos iguais a ela foi diferente.
Em sua infância, a ”Dona Luci”, quando ainda não era “dona”, mas apenas “Luci”, viu pela televisão ainda em preto e branco um time das mesmas cores. Ela viu que esta equipe, que tinha em seu brasão uma âncora e dois remos, ser vice-campeã do Campeonato Paulista mais uma vez e com isso, perdurar na fila sem títulos que já durava 20 anos. Ela olhou aquilo e pensou para si mesma “É esse o time que não está ganhando nada? Então é esse o time para quem vou torcer.”
Depois que ela me contou essa história, após ouvir essa frase eu realmente entendi o que era ser corinthiano. Dá para acreditar que foi nesse período que a Fiel mais cresceu? E é isso que mais me intriga nessa torcida, a paixão pelo Corinthians e a sua ligação com o sofrimento. O fato de sofrer derrotas ao longo destes 111 anos e estar cada vez mais perto do time.
É claro que ninguém quer que seu time perca de goleada e fique anos sem ganhar títulos, mas e se acontecer? Você ainda vai continuar amando o seu time? Ainda terá orgulho de vestir a camisa e sair na rua no dia seguinte após perder um clássico? A Fiel fez isso, e fez muito mais.
Por isso ganhou dentre tantas torcidas o apelido de “Fiel”, por isso minha mãe passou para mim, além do seu amor, sua paixão pelo Corinthians pra mim, aprendi a amar o Corinthians nas vitórias e a fortalecer ainda mais esse amor nas derrotas. Por conta disso o título de 77 é tão emblemático para nós, porque foi difícil.
Assim como foi difícil também a criação de um clube apenas com operários, sem ajuda de empresários e apoio da elite em 1910. Uns nasceram para ser colônia, outros para representar um território. O Corinthians nasceu para ser do povo, todos os povos, sem exceção.
Hoje, exalto o 1º de setembro, também lembro do 13 de outubro de 1977 e enalteço o dia que me descobri corinthiano, quando minha mãe disse essa frase pra mim ainda quando eu era criança. Certamente passarei essas datas e essas razões a meus filhos e estes aos seus também, para que por gerações se passe a alegria e a virtude de ser Corinthians, seja por um dia ou por 111 anos…
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