- Por Kennedy Cardoso / Redação Central do Timão
Fundado na década de 1980 por Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco, o “Clube dos 13” foi demolido em uma guerra de narrativas em uma disputa que nunca foi muito bem explicada pelos dirigentes dos clubes envolvidos. Andrés Sanchez, ex-presidente do Timão, porém, ainda tem muito a dizer.
Dez anos depois, o ex-mandatário assume ter causado a implosão e revela que tudo foi uma consequência de uma promessa de Ricardo Teixeira, então chefe da CBF. A união dos clubes, que posteriormente passou a contar com 20 membros, tinha a intenção de defender os interesses das equipes associadas que teriam maior poder em negociações coletivas, como venda de direitos televisivos, do que se fossem vendidos individualmente. Uma liga brasileira independente da CBF, como é a Premier League, independente da Federação Inglesa, chegou a ser discutida, mas tudo ruiu após Andrés desassociar o Corinthians em 2011.
“O Ricardo Teixeira me chamou e falou ‘Andrés, o Kléber Leite (ex-presidente do Flamengo) quer ser candidato ao Clube dos 13. Se ele ganhar, eu passo o futebol todo para o Clube dos 13. Vocês fazem liga, o que quiserem. Eu não vou dar para aqueles loucos, mas para o Kléber eu passo o futebol todo’. Eu comprei a ideia”, revela Andrés no livro “O futebol como ele é”, do jornalista Rodrigo Capelo, que está em pré-venda pela Editora Grande Área.
Os “loucos” citados eram os adversários na disputa política do “clubinho” da elita do futebol brasileiro, chefiado por Fábio Koff e por Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo. Kléber, por sua vez, foi presidente do Flamengo e era a aposta da CBF para ter mais influência sobre o “Clube dos 13”.
“Chamei o Juvenal e o Fábio Koff, que Deus os tenha, e expliquei tudo. Eles não quiseram abrir mão do poder”, diz Andrés Sanchez. “O Alexandre Kalil (ex-presidente do Atlético-MG) entrou com tudo. Fomos para a eleição e perdemos por dois votos; o Koff ganhou de novo. Foi quando eu falei para ele: ‘vocês ganharam, mas não vão levar’. Dias depois, eu saí. Eu não acabei com o Clube dos 13; eu só saí”, afirma o corinthiano.
Semanas depois da desfiliação do Timão, o “Clube dos 13” foi ao chão. A disputa dos dirigentes teve grandes consequências: o jeito de vender os direitos de transmissão mudou e a criação de uma liga independente virou apenas um mero devaneio.
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