Arquivo da tag: brasileirão 1998

Ex-lateral do Corinthians, Índio quer despedida oficial do clube e sonha com time de indígenas

  • Por Kennedy Cardoso / Redação Central do Timão

Ex-lateral-direito do Corinthians, campeão mundial em 2000, José Sátiro do Nascimento pode não ser um nome conhecido entre a Fiel Torcida. No entanto, o apelido de Índio, da Aldeia Xucuru-Kariri, de Palmeira dos Índios, em Alagoas, é bem identificado entre os corinthianos.

Em entrevista por videoconferência concedida ao portal “Globo Esporte”, que durou quase 30 minutos, o ex-jogador admitiu que, vinte anos após sua saída do Timão, ainda deseja uma despedida oficial do clube.

Além disto, contou que sonha com um time profissional só de atletas indígenas e fez questão de agradecer ao Corinthians em diversas oportunidades. Primeiro por ter mudado sua vida e ter lhe dado oportunidades de conhecer o mundo, e depois por ele ter condições financeiras de ajudar sua aldeia e cuidar dos sete filhos.

“Para mim, tem uma importância muito grande sair da selva para o mundo, para São Paulo, então foi um orgulho muito grande ter jogado no Corinthians. Graças a Deus, eu me sinto muito bem de ser índio da Aldeia Xucuru-Kariri aqui de Caldas. Até o cacique aqui é meu irmão Jau, a gente se dá muito bem com todos da cidade, e o futebol do Corinthians foi tudo na minha vida. Tudo que eu tenho agradeço ao manto sagrado que é preto e branco, o Corinthians”, disse, emocionado.

índio, ex-lateral-direito do Corinthians, com camisa comemorativa do título do bicampeonato mundial em 2012. Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians.

Entretanto, Índio ainda possui uma lacuna na vida profissional que não foi preenchida: um jogo de despedida. Há mais de dez anos, já pensou em diversas possibilidades. No Pacaembu, com veteranos do time de 2000 enfrentando o elenco atual. No Parque São Jorge, onde realizou vários testes após cruzamentos certeiros para Fernando Baiano, com quem atuou junto na base do clube. Pensa em um jogo de seus amigos indígenas contra os amigos de Vampeta, para quem sempre liga para conversar e fazer planos.

“Aí vou levar os caciques das aldeias para jogar com os amigos de Vampeta. Nós vamos fazer o jogo com a aldeia, vão as aldeias quase todas do Brasil […] Eu tenho na minha cabeça uma ideia de montar um time indígena para jogar uma Copa São Paulo, um Campeonato Paulista. Já está tudo engatilhado comigo, com o prefeito da cidade (de Caldas), com meu irmão Jau, e assim que fizer os campos aqui na aldeia, quero fazer isso. Pra gente disputar campeonato no Brasil, no exterior, é tudo o que eu quero”, afirmou.

Índio nasceu em uma aldeia carente no interior de Alagoas e, com apenas 12 anos, foi pai do primeiro de seus sete filhos. Ajudou na roça da aldeia da qual seu pai, Zezinho, falecido em 2015, era cacique. Aos 17 anos, em 1996, foi aprovado em uma peneira do Vitória, na Bahia. Rapidamente virou titular e foi um destaque do Rubro-Negro baiano. Com isso, chamou a atenção do Corinthians em um torneio de base nos Estados Unidos.

“A dificuldade que eu tive foi que passei muita fome até chegar no Corinthians. Saí do Vitória da Bahia, de busão, para fazer uma avaliação e graças a Deus fiz cinco peneiras no Corinthians. Em três peneiras eu fui mal, o treinador (Adaílton) Ladeira queria me mandar embora, mas depois de mais duas peneiras, cruzei três bolas e Fernando Baiano fez três gols. Aí assinei o contrato com a base do Corinthians”, disse.

“Eu corria muito, gostava de correr, e o Edilson não aguentava, mandava eu parar. E eu dizia “Vocês estão ricos e eu estou pobre, tenho que correr cada vez mais”. E pra mim foi um orgulho muito grande jogar com esses grandes jogadores. Carregava a chuteira de Gamarra, de Marcelinho Carioca, de Edílson, de Vampeta […] Ele (Vampeta) foi lá na diretoria e mandou aumentar (meu salário) para R$ 20 mil, daí comecei a estabilizar minha vida. Era como um pai mesmo.”

“E eu ficava vendo: como é que pode, eu jogando desse jeito, botei os laterais quase tudo do Corinthians no banco, e os caras ganhando milhões. Por isso que digo: eu comecei lá de baixo, pianinho, com humildade, a gente pra vencer na vida tem que ter muita humildade. Eu, como índio, tenho muita humildade até hoje. E por isso aqui todo mundo me ama, a família toda, cento e poucas famílias. E eu tenho muito orgulho disso”, finalizou.

Veja mais:

Corinthians tem penúltimo dia de preparação para enfrentar o Cuiabá; confira a provável escalação

Shandong Luneng aceita liberar Roger Guedes; rescisão depende de acordo financeiro

Atacante do Corinthians, Gustavo Mosquito vive processo para obter passaporte italiano

Notícias do Corinthians

Ex-atacante diz que brigas motivavam Corinthians bicampeão brasileiro

  • Por Kennedy Cardoso / Redação Central do Timão

Dinei, ex-atacante e ídolo do Corinthians, concedeu uma entrevista ao comentarista Alê Oliveira, no canal do YouTube do jornalista, e contou que as brigas no vestiário do Timão que conquistou o bicampeonato brasileiro em 1998 e 1999 serviam como uma espécie de combustível para o elenco. O ex-jogador disse que os próprios atletas, como Vampeta, reconheciam que o time não jogava tão bem em semanas mais tranquilas.

“O pessoal saía bastante na mão. O Rincón deu (um soco) no Mirandinha, no Marcelinho, no Edílson. Aquele Corinthians de 1998-2000 era assim. O Vampeta falava que quando a semana estava muito tranquila, o time não ganhava. Tinha que ter um ‘vuco-vuco’ para entrar ligado. Se não tivesse, não ia. Se não tivesse fumaça, o pessoal entrava na ‘inhaca'”, disse Dinei.

Foto: Reprodução / Corinthians.

Dinei e o ex-meia Danilo, vale lembrar, são os únicos jogadores a conquistarem três edições do Campeonato Brasileiro pelo Timão. O paulistano disse que o futebol brasileiro está atravessando um momento ruim e, inclusive, admitiu que não consegue nem assistir aos jogos do time comandado por Sylvinho, seu ex-companheiro de equipe.

“Quando eu começo a assistir um jogo, hoje em dia, dá 20 minutos, eu durmo. Não consigo assistir. É porque o jogo é ruim mesmo. O time do Jorge Jesus do Flamengo foi o último time que eu conseguia ver os 90 minutos mesmo. Sou corinthiano, mas está difícil de assistir aos jogos do Corinthians e dos outros times brasileiros“, disse.

“Hoje, a molecada está uma ‘perna’ desgraçada. Eles veem a gente, que é ex-jogador, e nem cumprimentam. Quando eu era jogador, eu via Ataliba, Zenon, Casagrande, que já tinham parado, e chamava os caras de ídolo. Parava para cumprimentar. Cheguei no Parque São Jorge um dia, nem vieram me cumprimentar. Só o Mauro, que jogou comigo e o Carille que também jogou comigo. Comentei com eles que as coisas estão diferentes. Parece que eles querem que a gente chegue neles. Tudo pé de rato. Passei no vestiário, o Mauro disse que eu era o único tricampeão brasileiro pelo Corinthians, só acenaram. Mas nem fiz questão também. Os únicos que têm meu respeito são Fagner, Cássio, Fabio Santos, Jô e Gil. O resto, tudo pé de rato, tanto fez, tanto faz”, completou.

Leia mais:

Gaviões da Fiel pede expulsão de Danilo Avelar por caso de racismo

Corinthians tem pior aproveitamento como mandante entre clubes da Série A na temporada

Corinthians pode perder três zagueiros em uma semana

Notícias do Corinthians