As contas apresentadas pelo Corinthians referentes a 2020 foram aprovadas pelos Conselhos de Orientação (CORI) e Conselho Fiscal (CF) do Clube na última semana. Mesmo com o alto valor deficitário de R$123,3 milhões, não foram vistas irregularidades nos números apresentados, e os órgãos sugeriram a aprovação aos membros do Conselho Deliberativo.
Porém, no balanço de 2019 que inicialmente apresentou o déficit de R$177 milhões, a sugestão foi de reprovação no ano passado, tanto pelo Conselho de Orientação, quanto pelo Conselho Fiscal. A afirmação é que haviam erros na discriminação dos valores, e após o ex-presidente do Clube, Andrés Sanchez, admitir os erros e solicitar uma nova revisão, o déficit saltou para R$195,4 milhões.
Após vários adiamentos, as contas deverão ser votadas novamente. Mas segundo a Gazeta Esportiva, as atuais composições do Conselhos de Orientação (CORI) e Conselho Fiscal (CF) não irão emitir um novo parecer sobre o balanço de 2019.
Ainda sem data para acontecer, devido ao surto de coronavírus no estado, a reunião para verificar os balanços de 2019 e 2020 também avaliará os primeiros números de 2021.
O balanço financeiro de 2020 do Corinthians, divulgado na madrugada deste sábado, não é otimista em relação a 2021 em razão da crise causada pandemia do coronavírus Covid-19. O documento de 50 páginas, assinado pela RSM, empresa de consultoria contratada pelo Timão, exibe a dívida do clube até o final do ano passado, descreve a ação da pandemia sobre as finanças do Alvinegro e prevê “impactos que afetarão os exercícios futuros”.
“A crise sanitária desencadeada pela pandemia exigiu decisões significativas de governos e entidades do setor privado, sejam medidas para preservação a saúde ou medidas para minimizar os impactos econômicos causados pelas ações que interromperam as atividades. Todo esse cenário aumentou o grau de incerteza para os agentes econômicos e podem gerar impactos que afetarão os exercícios futuros”, detalha o documento.
O balanço ainda mostra que a Neo Química Arena teve R$ 15 milhões de gastos durante o período da pandemia, o que, segundo a análise, foram impactos “muito severos”.
“Desde o princípio o Clube tomou medidas emergenciais para o desenvolvimento e aplicação de protocolos visando com prioridade total na preservação da saúde dos atletas e funcionários e medidas de preservação das condições econômico-financeiras para manter uma condição mínima de cumprimento das obrigações”.
“Apesar disso os impactos financeiros e econômicos para o Clube foram muito severos, pois as receitas de patrocínios, explorações comerciais e programa de Fiel Torcedor tiveram redução significativa no período, além da postergação de parte (cerca de 20%) das receitas de direitos de transmissão (TV) para o exercício de 2021. Além disso, as receitas de bilheteria zeraram e, embora essas receitas liquidas sejam integralmente repassadas ao Arena Fundo de Investimento Imobiliário os custos de manutenção da Neo Química Arena e de realização dos jogos acabaram sendo suportados pelo Clube, com gastos na ordem de R$ 15 milhões. Há ainda muitas incertezas quanto ao cenário para o exercício de 2021, mas é possível prever que será um ano com impactos econômicos relevantes para a atividade do Clube”, alerta a RSM no documento.
A análise é finalizada demonstrando a incerteza sobre o potencial impacto econômico e contábil em suas demonstrações financeiras.
“Em decorrência dessa pandemia, algumas paralisações vêm ocorrendo e com redução das atividades econômicas, especialmente no setor de entretenimento em qual o Clube se insere, especialmente por não haver condições da presença de público em eventos esportivos. O Clube está continuamente avaliando esses impactos, porém nesse momento não se pode determinar o potencial impacto econômico e contábil em suas demonstrações financeiras do exercício vindouro que que teve início em 1 de janeiro de 2021 e que se encerrará em 31 de dezembro de 2021, além daqueles já refletidos no exercício de 2020 conforme nota explicativa”.