• Por Samuel Cavalcante | Redação da Central do Timão

Na última segunda-feira, 23, em entrevista ao programa Zona Mista do Hernan, o treinador Márcio Zanardi relembrou a ocasião em que quase assumiu o Corinthians após a demissão de Mano Menezes. O acordo entre o clube alvinegro e o profissional não foi selado na época por conta do regulamento do Campeonato Paulista, que não permitia que um mesmo treinador comande duas equipes durante uma mesma edição.

No entanto, Zanardi revelou que está não havia sido a primeira conversa para ingressar ao Timão. De acordo com ele, Augusto Melo o convidou para assumir o comando da equipe Sub-20, que tinha Danilo como técnico, mas que vivia incerteza sobre seu futuro no clube até o título da Copinha. Zanardi afirmou que descartou a proposta por conta de seus objetivos na carreira e ainda relembrou sua vitória contra o time profissional do Corinthians no Campeonato Paulista.

“Eu tive uma conversa com o presidente (Augusto Melo) em janeiro. Ele quis me contratar para ser o treinador do Sub-20 e ser auxiliar técnico da casa. Eu estava em pré-temporada com o São Bernardo. Eu falei para o Augusto que já estava há quatro anos no profissional, eu acho que a minha história de auxiliar e de base ficou para trás”, iniciou.

“Fiquei muito lisonjeado, mas eu não vou aceitar esse convite porque eu tenho outros caminhos. Disse que iria encontrar o Corinthians no Campeonato Paulista, você vai ver o meu trabalho. E foi o que aconteceu. Ganhei de um a zero, com um a menos. Fizemos um trabalho e veio o convite, só que teve a questão do regulamento”, completou.

Marcio Zanardi já trabalhou no Corinthians anteriormente entre os anos de 2012 e 2016. Ele comandou o Sub-13, o Sub-15 e o Sub-17 do Timão, conquistando fama pela participação na revelação e desempenho dos atletas dentro de campo. Ele também trabalhou com Augusto Melo durante sua passagem, onde o atual presidente era o assessor das categorias de base durante a gestão do ex-presidente Roberto de Andrade entre 2015 e 2018. Ele não poupou críticas sobre as mudanças ocorridas na base ao alegar que a diretoria dá prioridade para “amigos” ao invés de profissionais na área.

“Deixou de ser profissional. É pegar o Palmeiras como exemplo, o que o João Paulo (diretor da base) fez. É contratar, formar, trazer os melhores. O Corinthians de 2009, de 2010 até 2016, era exatamente o que o Palmeiras é hoje. Então, eu estava no Sub-15, o Osmar Loss no Sub-20, era o Rodrigo Leitão, era o Coelho. Tínhamos vários treinadores, Caco Espinosa. Então, nós ganhamos tudo, Sub-15, Sub-17, Sub-20, Copa São Paulo, campeão mundial”, disse.

“Mas aí quando as pessoas começam a entrar, mandar embora, começam a trazer os amigos… você manda muitos jogadores embora, você acaba com o sonho. Então, você precisa ser muito profissional. E o Palmeiras se reestruturou. A gente ia jogar contra o Palmeiras, a gente sabia que ia ganhar de dois, três, quatro. E aí o Palmeiras foi mudando. Hoje o Palmeiras sabe que vai ganhar de dois, de três, de quatro, de todos eles e está anos luz na frente”, complementou.

Zanardi continuou falando sobre o segundo convite de Augusto Melo, mas desta vez para assumir a equipe profissional do clube. A possibilidade de assumir a equipe alvinegra não deu certo por conta de uma desatenção do clube no regulamento do Paulistão. O técnico relembrou o episódio e o alerta feito à diretoria do Corinthians.

“Alertei eles (sobre o regulamento), eles foram ver e foi isso que aconteceu. O Gustavo Delbin, que é da Federação Paulista, que foi meu atleta e é vice-presidente de esportivo, falou: ‘Márcio, o Reinado (Presidente da FPF) não vai liberar’. Quando o Augusto (presidente do Corinthians), viu que não tinha condições realmente, ele até tentou, mas falou: ‘Olha, Márcio, ainda se eu tentar, vou perder ponto”, relembrou.

“Eu fiquei muito feliz, muito lisonjeado. Qual é a decepção? Eu, com 46 anos, ser procurado para ser treinador do Corinthians, eu acho que eu só tenho que estar muito feliz. Conversei muito com a minha esposa, com a Fabi, disse que tudo no momento certo, na hora certa, as coisas vão acontecer, e eu tive a oportunidade de ir para o Goiás. Não me arrependo e torço muito pelas pessoas, porque são pessoas do bem lá no Corinthians, e eu tenho certeza que eles vão dar a volta por cima”, finalizou.

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