- Por Kennedy Cardoso e Larissa Beppler / Redação da Central do Timão
O futebol brasileiro foi surpreendido nas últimas semanas com o estouro do esquema de apostas envolvendo vários jogadores de, sobretudo, clubes da Série A do Brasileirão. Mas, antes mesmo de a imprensa tornar pública a investigação do Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, o Corinthians já se preocupava com o tema.
De acordo com o diretor jurídico do Timão, Herói Vicente, a área de compliance do Corinthians previu, “meses atrás”, uma seção específica sobre esquema de apostas em seu novo código de conduta. O assunto aguarda aprovação dos órgãos internos do clube.
“Muitos meses atrás, a área de compliance do Corinthians já havia previsto em seu novíssimo código de conduta, uma seção específica sobre o assunto. Vale a menção que muito antes dos ‘escândalos das apostas’ explodirem, nosso clube já havia se preocupado com o assunto”, disse Herói, em contato com a Central do Timão.
“Não é permitido apostar ou participar, direta ou indiretamente, individualmente ou por meio de empresas, em atos de exploração financeira relacionados a apostas envolvendo partidas ou competições que o Corinthians esteja participando ou tenha participado, exceto serviços de publicidade”, dizia o Artigo 19 da Seção XII do novo código de conduta do Corinthians, obtido com exclusividade pela reportagem.
“Configura infração ética grave contribuir, direta ou indiretamente, por ação ou omissão, dolosamente, para qualquer iniciativa ou tentativa, bem-sucedida ou não, de manipulação de resultados de partidas ou competições. Inclui-se no conceito do caput a omissão em denunciar qualquer tentativa de corrupção e atos espúrios que possam interferir nos rumos de uma partida ou competição que se tenha conhecimento”, dizia o Artigo 20.
Agora, com o escândalo, o departamento jurídico do Corinthians determinou a edição de uma cartilha para orientar os atletas de todas as modalidades e categorias sobre o tema, quanto à legislação, regramento vigente e os riscos envolvidos.
Entenda o que é a Operação Penalidade Máxima
Uma nova denúncia sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro foi apresentada pelo Ministério Público de Goiás. O órgão investiga jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022, além de partidas dos campeonatos estaduais de 2023. Os clubes e as casas de apostas são tratados como vítimas no caso.
Pelo menos 20 jogos vêm sendo analisados pelo MP. A nova denúncia foi iniciada a partir de busca e apreensão de equipamentos em fases anteriores da Operação Penalidade Máxima. A Justiça já tornou réus 16 pessoas.
Os casos investigados envolvem apostas para lances variados, como punições com cartões, amarelos ou vermelhos, e pênaltis cometidos. O apostador Bruno Lopez de Moura é visto pelo MP como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados. Ele já havia sido detido na primeira fase da Operação Penalidade Máxima.
Diversos jogadores de, sobretudo, clubes da Série A vêm sendo apontados nos últimos dias como participantes do esquema. Entre eles, estão os zagueiros Eduardo Bauermann (Santos) e Vitor Mendes (Fluminense), o lateral-direito Nino Paraíba (América-MG), o lateral-esquerdo Pedrinho (Athletico-PR), o volante Richard (Cruzeiro), o meio-campista Nathan (Grêmio) e os atacantes Dadá Belmonte e Matheusinho (ambos do América-MG).
Na última quarta-feira, 10, o ge.globo noticiou que o atacante Nathan Palafoz foi citado por apostadores como um possível participante do esquema em 2022, quando ainda tinha contrato com o Corinthians e estava emprestado ao Avaí. O centroavante teria recebido R$ 15 mil como um “sinal” para sofrer cartão amarelo contra o Athletico-PR, em setembro, mas não teria cumprido o acordo e teve de devolver o dinheiro.
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