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Cássio comenta lance do gol tomado pelo Corinthians

Arqueiro lamentou não ter conseguido defender a bola

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Cássio, após a partida que culminou na desclassificação do Corinthians na Copa Libertadores, comentou sobre o lance do gol adversário. Além disso, fez uma análise do time em campo, que segundo ele foi muito bem.

“Até toquei. Confesso que quando toquei achei que tivesse tirado a bola. Lógico que quando se fala, teoricamente, em bola no canto do goleiro… tem que se defender. Infelizmente eu não consegui defender. Pode ser uma bola defensável, mas uma bola que faz parte do jogo.”

“Não vejo como lance capital, pois criamos oportunidades e fizemos um grande jogo. Lógico que o gol fora de casa é importante, só que são dois jogos, não é um jogo só. A gente fica chateado pelo o gol tomado, pelo que o time jogou, o time correu, lutou, buscou o gol, acho que foi o jogo mais consistente que o Corinthians fez. Infelizmente não conseguimos.”

Por Redação Central do Timão.

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SCOUTS: Comportamento, postura e tática – As mudanças do Corinthians no segundo semestre

A melhora do Corinthians pós parada da Copa América é nítida, e isso se deve a vários fatores, os quais iremos tentar abordar nesse texto. Confiram.

Pressão na saída de bola adversária/Linha alta 

Um ponto crucial nessa mudança de postura do Corinthians na parada, se deve à mudança de filosofia na hora de fazer a marcação. Um dos marcos de Fábio Carille sempre foi uma equipe organizada, que trabalhava bem com os blocos médios e baixos de marcação. Porém, com desempenhos ruins, atuações fracas e uma dificuldade crônica de ter um jogo propositivo, o técnico corinthiano veio com uma mudança nesse segundo semestre, uma equipe que marca alto, realiza a famosa “pressing”, termo utilizado para descrever a marcação-pressão na saída de bola adversária.

Na imagem acima, vemos um Corinthians com seis jogadores dentro do campo de defesa do Flamengo, apertando a saída de bola, fechando as linhas de passe da equipe adversária e na sequência recuperando a bola ainda no campo de ataque. A equipe entendeu que era, sim, capaz de fazer uma marcação alta e intensa sem perder a organização, ponto que é muito importante para Carille. O Corinthians entendeu também que retomar a posse de bola ainda no campo de ataque é mais vantajoso do que ter que começar a construção de jogo a partir do campo de defesa. 

Gabriel foi outro ponto chave para começarmos a entender como a pressing realizada pelo Corinthians tem sido eficiente. Por ter como característica a antecipação, devido à sua mobilidade e velocidade, o volante ajuda muito a marcação alta da equipe, sempre buscando apertar os homens de meio adversários na hora que vão receber o passe. 

Nesta imagem podemos ver bem isso. Gabriel antecipa o meia do Goiás e recupera a bola próximo à entrada da área da equipe adversária, fazendo o Corinthians pegar uma defesa mais desorganizada e tendo superioridade numérica em vários setores. 

Saída de bola mais qualificada

Outra melhora que tivemos desde a parada até agora, foi, sem dúvidas, a saída de bola. Tivemos um primeiro semestre burocrático, muitos chutões, uma transição lenta, falta de aproximação e um Fagner sobrecarregado no quesito. 

Com a chegada de Gil, claramente tivemos um upgrade técnico em relação à dupla de zaga titular anterior, que era Henrique e Manoel (esse que iremos falar mais para frente). Além de uma liderança gigantesca, o zagueiro trouxe à equipe uma qualidade maior para a nossa saída de bola, que parou de focar nos lançamentos longos para tentar sair pelo chão, triangulando a atraindo o adversário para subir as linhas. 

Porém, nem tudo é graças ao Gil. Gabriel também faz parte diretamente dessa mudança. Com mais mobilidade, mais iniciativa e mais qualidade técnica, ajuda no desafogo aos zagueiros e na hora de fazer a bola chegar nos homens de meio e ataque da equipe.

Os gráficos acima mostram como Gabriel é muito mais vertical que Ralf, conseguindo ajudar com muito mais qualidade a transição ofensiva do Corinthians a partir do campo de defesa. Enquanto o camisa 15 aparece menos para o jogo e busca bem mais o passe de segurança muitas vezes voltando o jogo nos zagueiros e deixando a saída mais burocrática. 

Manoel foi outro que teve uma melhora importante no quesito. Com mais confiança e tendo ao seu lado um zagueiro mais qualificado, passou a ser mais ousado, cresceu tecnicamente e começou a encaixar mais passes nas entrelinhas, ligando bem mais o ataque e fazendo a ligação diretamente com os homens de frente. 

A imagem acima retrata o início da jogada do primeiro gol contra o Montevideo Wanderers, nela podemos perceber como o passe do Manoel abre um caminho nas entrelinhas do adversário, onde o Corinthians constrói a jogada do gol. 

Jogo propositivo e mais gente na área 

A maior crítica em relação ao Corinthians sempre foi a dificuldade propor jogo, a pouca inspiração da equipe quando tinha a bola, um fator que melhorou bastante desde a parada. 

Muito dessa melhora se deve a Pedrinho, que começou a deixar de lado o rótulo de “talismã” e começou a entender que é protagonista dentro da equipe. Juntamente com Fagner, forma o lado mais forte da equipe que ainda conta diretamente com a participação de Junior Urso que apresenta bastante para a triangulação pelo setor. 

O fato do garoto ter começado a virar protagonista, também passa diretamente pelo entendimento maior dele sobre a função que exerce. Pedrinho nunca foi um ponta de drible ou propriamente um driblador, sempre foi um armador com capacidade e recursos muito grandes individualmente. Quando começou a entender isso, seu jogo cresceu. Hoje, temos um jogador mais coletivo, sem perder a individualidade, mas acrescentando um poder de criação melhor e entendendo que é de fato o cara que vai construir o jogo no ataque e acionar os pontas e os atacantes. 

Um dos pontos fortes do nosso protagonista são os cortes para o meio, sempre buscando clarear a jogada. No lance acima, ele aciona Boselli no lançamento que resulta no gol de empate contra o Fortaleza. 

Outra mudança importante foi a presença maior de jogadores na área para finalizar. Antes tínhamos uma equipe isolada, muitas vezes deixando o ataque brigar sozinho contra uma defesa fechada e que quase sempre não resultava em nada. Uma das diferenças nesse segundo semestre é um time que conta mais jogadores dentro da área adversária. 

Hoje, o Corinthians busca sempre atacar a área do rival com pelo menos três jogadores. Além do atacante, Junior Urso tem um papel importante para ser o elemento surpresa, e a presença de um dos pontas também. Na imagem, Clayson é quem está junto a Love e Sornoza. 

Já nessa imagem, Pedrinho é quem está lá com Love e Junior Urso. 

As mudanças aconteceram. O Corinthians que tinha como média de finalizações certas uma baixíssima porcentagem de apenas 3,8%, viu seu número aumentar em mais de 50% depois da parada, subindo para quase 6%. Além de ter reduzido o número de finalizações certas sofridas para 16% (números do Footstats). Ou seja, entendemos que é possível sim ser mais ofensivo sem perder a qualidade defensiva e muito menos a organização, só precisávamos sair dessa caixinha que muitas vezes nos prende. 

As melhoras são claras, porém, para que a evolução continue, algumas coisas ainda precisam ser revistas. A sequência ruim do Sornoza, a titularidade absoluta de Vágner Love são as principais delas.  A pausa fez bem ao Corinthians, voltamos com evoluções, melhoras e o principal, recuperamos a confiança de alguns jogadores. Crescemos em muitas coisas e sem perder a organização e muito menos os fatores defensivos. Carille prometeu um time melhor depois da parada e vem entregando isso. Sem alarde, sem muito barulho, vamos criando nosso espaço novamente dentro do Campeonato Brasileiro.

Por Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão
Twitter @sccpscouts

BLOG DO DR. CÉSAR – Qual é o nível do elenco do Corinthians?

Foto: Agência Corinthians

Análise simples e objetiva do elenco do Corinthians e as reais probabilidades de conquistas ainda em 2019.

Sigam o fio.

Goleiros: Cássio, Walter e Caíque

Cássio é o melhor goleiro do Brasil. Dispensa comentários. Walter é o melhor goleiro reserva do Brasil. Caíque é um bom goleiro.

O Corinthians está muito bem servido em sua meta.

Laterais: Fagner, Michel, Avelar, Carlos e Píton

Fagner é o melhor lateral direito do Brasil. Faz 4 anos, no mínimo. É insubstituível. Michel Macedo ainda não se firmou, mas, em tese, é um bom reserva. Nada, além disso. Avelar é um lateral que marca bem, é bom no jogo aéreo ofensivo, mas não apoia com eficiência, o que deixa a equipe previsível. Carlos ainda é jovem, imaturo, embora com potencial. Eu apostaria no Carlos em detrimento do Avelar, para melhorar a qualidade ofensiva do lado esquerdo, mesmo que com isso a defesa fique mais exposta. Píton é um bom jogador.

Falta um lateral esquerdo com mais capacidade ofensiva para dialogar ofensivamente com os atacantes.

Zagueiros: Manoel, Marllon, Mendez, Henrique e Gil

Com a chegada de Gil, a zaga eleva o seu patamar. Manoel e Henrique são experientes, mas falham bastante. Manoel vem num momento melhor. Henrique está num nível bem modesto para um zagueiro do Corinthians. Mendez é uma promessa, precisa ser mais testado. E lapidado, se necessário. Marllon é um zagueiro comum.

O Corinthians está bem servido na zaga, especialmente após a chegada de Gil.

Volantes: Ralf, Gabriel, Renê Júnior, Júnior Urso, Ramiro e Matheus Jesus

Ralf é titular absoluto. Não há, no Brasil, nenhum volante com a capacidade de marcação de Ralf. Em compensação, Ralf tem dificuldades no passe. Gabriel é um bom reserva. Fez um ótimo 2017. Renê Júnior ainda está no Departamento Médico.

Júnior Urso foi a melhor contratação de 2019. Encaixou rapidamente no padrão da equipe. Ramiro ainda não mostrou a que veio, está bem abaixo do Urso, por exemplo. Talvez seja mais útil jogando pelo lado direito. Matheus Jesus fez um ótimo Paulista, mas ainda não teve oportunidades.

O Corinthians possui bons volantes titulares, mas os reservas não estão no mesmo nível. Urso e Ralf fazem muita falta quando não jogam.

Meias: Jadson, Sornoza, Araos, Pedrinho, Vital e Régis

Eis a posição em que o Corinthians mais sofre.

Jadson, infelizmente, não tem mais condições de dar a dinâmica ofensiva necessária que um time como o Corinthians precisa. Fisicamente, Jadson não possui mais condições.

Sornoza também não dá a dinâmica ofensiva necessária. Ele joga mais como volante ao lado de Urso, que meia. A única vantagem do Sornoza é a bola parada.

Araos não teve oportunidades, mas foram gastos 17 milhões. Parece que será emprestado.

Régis jogou muito pouco, mas, claramente, não é o homem que resolverá o problema do Corinthians. Aliás, como explicar a contratação de Régis?

Matheus Vital merece mais chances que Jadson e Sornoza.

Pedrinho precisa ser testado pelo meio. É ali que ele pode fazer algo diferente. Pelo lado, Pedrinho tem dificuldades.

De qualquer forma, o Corinthians precisa, urgentemente, de um meia mais veloz, mais driblador, mais dinâmico. Mas onde está esse jogador?

E o Corinthians tem grana para contratá-lo?

Atacantes: Love, Gustagol, Boselli, Clayson, Everaldo e Janderson 

O Corinthians tem 3 bons atacantes. Dois jogadores mais de área, Boselli e Gustagol, e o Love de mais movimentação. Mas quem joga é o Vagner Love, o de mais movimentação, mas com claras dificuldades técnicas. As opções são boas, mas o Love, no meu entendimento, ou joga num 442, ou é reserva. Ele não pode colocar Boselli ou Gustagol no banco.

Boselli ainda não jogou o que pode, mas é o mais técnico dos nossos centroavantes.

Gustagol é o artilheiro da temporada, mas se machucou. Tem tudo para voltar a ser titular.

Pelo lado, o Corinthians tem Clayson, que é um jogador pouco objetivo e com pouca capacidade de finalização. Everaldo, que praticamente não jogou. E Janderson, que é jovem. Urge a contratação de um atacante de lado, que tenha como característica uma boa finalização ao gol. A carência nessa posição é muito grande.

Conclusão

O elenco do Corinthians é mediano. Não é bom nem ruim, mas não é um elenco capaz de brigar pelo título brasileiro com Palmeiras e Flamengo.

Há carências na lateral esquerda, tendo em vista que não há um jogador com características ofensivas na posição. Carlos ainda é muito jovem.

Há carências no meio, pela ausência de dinamismo ofensivo, pois Jadson e Sornoza não conseguem dar a dinâmica ofensiva que resulte num time mais letal. Quem sabe o Pedrinho por ali?

E a carência maior desde o início do ano é a falta de profundidade pelos lados. Clayson e Everaldo não são apostas animadoras para um time que pretende ser campeão de alguma coisa. Tira o escorpião do bolso, Corinthians!

No atual momento, o limite desse elenco é lutar por uma vaga na Taça Libertadores da América de 2020, por mais que o meu coração corinthiano fique machucado.

Por outro lado, briga pelo título da Sul-Americana, caso leve a competição a sério.

Eu apostaria 2 caraminguás na Sul-Americana.

COLUNA DO RAFA GIL: Paciência é imprescindível no Futebol

Há um fato inegável sobre o primeiro semestre do Corinthians em 2019: É muito mais promissor e anos-luz superior a tudo o que foi apresentado após o desmanche do ano anterior. 

A temporada 2018 prometia com a conquista épica e humilhante sobre o rivale na casa deles, mas a saída do Professor Fábio Carille e as negociações de diversos atletas que formavam a espinha dorsal do time trouxeram enorme instabilidade a equipe, se perdendo todo o trabalho que havia sido construído anteriormente. 

O retorno do Professor no início desta temporada foi um retumbante acerto. Conhecia mais que nenhum outro a casa e  diversos atletas do elenco. Sem contar que o currículo vitorioso e o perfil sóbrio são credenciais inegáveis do treinador. 

Evidente que a integração de 12 novas contratações para a temporada demandariam tempo e paciência. Entrosamento não acontece da noite para o dia. Sem contar que alguns atletas demoram para mostrar o seu melhor futebol quando chegam numa nova casa.

Mesmo com diversos percalços e construindo um trabalho desde o início, o Corinthians conquistou de maneira esplendorosa o Campeonato Paulista, brigou na Copa do Brasil e segue firme na Sulamericana. Mas o mais importante é que aos poucos vai encontrando a melhor forma de jogar e o elenco vai se adaptando.

É preciso entender que futebol não é feito num passe de mágica. O trabalho do treinador é sempre de médio e longo prazos. Mas fica claro o potencial do Corinthians, o enorme espaço pra crescimento da equipe e o quanto foi construído até o momento. 

Há muito a melhorar. Ainda temos grandes erros e alguns atletas não conseguiram, até agora, mostrar tudo o que podem, mas com a sequência do trabalho e com um pouco de paciência da Fiel podemos colher grandes frutos.

Saudações Alvinegras e Saravá São Jorge Fiel!

Vai Corinthians!