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Há 32 anos, Corinthians conquistava o título do Brasileirão pela primeira vez

  • Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão

Com um time de operários liderado por Neto, o Corinthians bateu os favoritos e levantou sua primeira taça do Brasileirão em 16 de dezembro de 1990, há exatos 32 anos. Olhando para aquele time, o que se viam eram guerreiros com a cara, a energia e a identidade corinthianas. O elenco do Timão em 1990 tinha muitos Filhos do Terrão: Ronaldo, Marcelo Dijan, Márcio Bittencourt e Wilson Mano eram alguns.

Outros jogadores experientes chegaram, e um deles era Neto, que foi revelado no Guarani e tinha acabado de chegar do rival Palmeiras. A identificação com a Fiel foi tanta que diziam que aquele time tinha o mais puro coração corinthiano no bico da chuteira”.

Neto comemora gol marcado pelo Corinthians. Foto: Divulgação/Site Oficial Corinthians.

Palmeiras e São Paulo já tinham o título do Brasileiro, e o Corinthians, multicampeão em São Paulo, ainda o buscava incessantemente. Quantas vezes o Timão havia chegado perto, com equipes técnicas, como a dos anos 80, a da Democracia Corinthiana. Faltava algo mais. E esse algo mais era o que aquela equipe tinha, o amor por vencer, o não desistir sob hipótese alguma, a ânsia por ser campeão.

“A base do time foi montada com o goleiro Ronaldo, Giba e Jacenir nas laterais e Marcelo Dijan e Guinei formando a zaga. Na frente dos zagueiros, Marcio Bittencourt e Wilson Mano — quando não era utilizado como coringa — faziam o primeiro combate. Neto era o cérebro, o armador”, diz um trecho extraído do site oficial do Corinthians.

“Nas pontas, Fabinho e Mauro. Paulo Sérgio era o atacante, com Tupãzinho aparecendo bastante como o 12º jogador. O elenco também tinha outro filho do terrão que fez história no clube do Parque São Jorge: Dinei. Todos comandados por Nelsinho Baptista, que havia se destacado ao treinar o Novorizontino vice-campeão paulista no primeiro semestre daquele ano.”

Na primeira fase, a campanha feita foi suficiente para se classificar para as quartas de final. Quatro vagas eram destinadas aos vencedores de turnos, assim, Atlético-MG, Santos, Grêmio e Palmeiras se garantiram. As restantes ficariam para os clubes com maior pontuação: São Paulo (3º lugar na soma dos turnos), Corinthians (4º), Bahia (5º) e Bragantino (6º) avançaram assim.

Coube ao Corinthians enfrentar o Atlético-MG, que tinha direito de jogar por dois empates e fazer o segundo jogo em casa, pela melhor campanha. No jogo de ida, no Pacaembu, caiu a vantagem do adversário, o Timão venceu, de virada, por 2 x 1. Dois gols de Neto com assistência de Paulo Sérgio. No Mineirão, segurou a pressão do dono da casa, empatou por 0 x 0 e se manteve na briga pelo inédito título.

Veio o Bahia na semifinal. E tudo se repetiu: 2 x 1 no Pacaembu, com dois gols de Neto, e um 0 x 0 fora de casa, na Fonte Nova.

Restava o poderoso São Paulo de Telê Santana, já com parte da base que seria bicampeã da Libertadores e do Mundial em 1992 e 1993 (Raí, Leonardo, Cafu, Zetti). Na partida de ida, em 13 de dezembro, o xodó corinthiano Wilson Mano marcou no triunfo por 1 x 0 e deixou o Corinthians em vantagem para a finalíssima, três dias depois.

Em 16 de dezembro, no jogo final, no Morumbi, diante de mais de 100 mil torcedores, com a vantagem do empate em seu favor, o Timão voltou a derrotar o rival. Novamente por 1 x 0. E com mais um gol de um coadjuvante, que entraria ali, para sempre, para a história do clube: Tupãzinho.

Neto com a taça do Brasileirão de 1990. Foto: Divulgação/Corinthians.

O mais corinthiano dos títulos

Tupãzinho era a mística, Ronaldo, o paredão que defendia a meta com a alma e o coração, e o ídolo foi Neto. Marcou nove gols ao longo da campanha, o terceiro maior artilheiro, muitos em cobranças de faltas indefensáveis. Mais do que isso, o Corinthians quebrou um tabu nacional. Com um time de operários, desacreditado, libertou-se da angústia e das piadas dos rivais.

A partir daí, uma enxurrada de conquistas impressionantes em apenas 32 anos. No Brasileirão foram mais seis até agora. Heptacampeão brasileiro. Soma ainda três Copas do Brasil, uma Libertadores e dois Mundiais de Clubes da FIFA, que hoje, o último também faz aniversário e pode ser o título mais significativo para o corinthiano jovem. Mas, aquele que cresceu, e já completava 20 anos, ouvindo que o Corinthians nunca conquistaria o Brasil, lembra do Brasileirão de 1990 e diz: Nenhum time foi como aquele”.

Assista à entrevista exclusiva da Central do Timão com Márcio Bittencourt, um dos personagens do Corinthians no Brasileirão de 1990:

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Notícias do Corinthians

Cria do Terrão e um dos heróis de 1990, Marcelo Djian completa 54 anos

  • Por Redação Central do Timão

Marcelo Djian, ou simplesmente o Marcelo, um dos mais perfeitos zagueiros da história do Corinthians, completa 54 anos nesta sexta-feira (6)

(Foto: Reprodução Montagem)

Raça, técnica, perfeição. Nascido em 6 de novembro de 1966, Marcelo foi revelado nas categorias de base do Corinthians, onde jogava também no futsal. Subiu ao profissional em 1987 e no ano seguinte se consolidou com um dos grandes jogadores da equipe que conquistou o Campeonato Paulista de 1988. Foi dele a jogada que resultou no gol de Viola contra o Guarani, na final daquele Paulistão. 

(Foto: Reprodução Internet)

Fez parte do lendário time de 1990, ao lado de Ronaldo, Neto e Tupãzinho, comandou a defesa campeã brasileira, que levou somente 20 gols em 25 jogos.

Marcelo atuou no profissional do Timão entre 1987 e 1993. Jogou 342 partidas (152 vitórias, 121 empates, 69 derrotas) e marcou quatro gols (fonte: Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte).

Depois que deixou o Timão, passou pelo Lyon e voltou ao futebol brasileiro em 1998, quando foi vice-campeão nacional pelo Cruzeiro.

Marcelo e Célio Silva sendo homenagedos pelo Corinthians em 2017, eternizando seus pés na Calçada da Fama do Memorial do Corinthians. (Foto: Divulgação/Ag. Corinthians)

A importância de Marcelo na história do título de 1990 é tão grande, que o jogador tem seus pés eternizados na Calçada da Fama no Memorial do Corinthians, no Parque São Jorge. Após se aposentar, Marcelo Djian tornou-se representante do Lyon no Brasil e hoje é o diretor de futebol do Cruzeiro, em Belo Horizonte, clube onde também é ídolo.

NASCIDO EM 1910: Timão empilha taças desde sua origem

Mesmo com o período sem vencer o Campeonato Paulista, Timão é um dos maiores campeões do território nacional

Após levantamento feito pelo jornalista Diego Salgado, do portal UOL Esporte, a teoria de que “o Corinthians nasceu em 1990” foi por água abaixo, afinal foram contabilizados os torneios de maior relevância faturados pelos quatro maiores clubes de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos).

Fundado em 1910, o Corinthians conquistou seu primeiro título no futebol em 1914, quando ergueu a taça do Campeonato Paulista e, desde então, empilhou taças ao longo de sua história. Vale lembrar que o campeão estadual em 1914 e 1916 não disputou competições oficiais em 1915 por boicote da Associação Paulista de Esportes Atléticos, que consistia em não permitir que equipes de operários disputassem torneios oficiais ao lado de equipes da elite. Tal boicote ficou conhecido como “Golpe da APEA”. O episódio proporcionou protesto do Timão, que criou a tradicional camisa preta com finas listras brancas na vertical, como forma de protesto, em vitória sobre a Atlética Caçapavense por 2 a 1, em 1915.

Em seus primórdios, Timão goleou o Santos, na Vila Belimiro, por 11 a 0, na maior goleada da história do clube até hoje.
Foto: Reprodução

Desmitificando o jargão criado por rivais de que o Corinthians ganhou espaço apenas em 1990, é válido esclarecer que o Campeonato Paulista possuía importância infinitamente maior do que nos dias atuais, tendo em vista que era o torneio mais nivelado nas décadas passadas, com intensos duelos entre equipes da capital e do interior, onde foram formados grandes ícones da história do futebol, como por exemplo, Sócrates, que iniciou sua trajetória no Botafogo-SP, dentre outros. Maior vencedor do Paulistão, o Timão sagrou-se tricampeão da competição em 1922/23/24, em 1928/29/30 e 1937/38/39 no século passado.

Já na década de 1950, liderados por Cláudio, Luizinho e Baltazar, um dos maiores esquadrões da história do clube fez história e encantou o mundo. O Esquadrão Mosqueteiro – como ficou conhecido na época – faturou o Paulista de 1952 e foi convidado para a disputa da Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, no ano seguinte, com equipes como AC Roma e FC Barcelona na disputa, além do anfitrião Caracas XI. O torneio consistia em duelos entre as equipes em turno e returno, onde quem mais pontuasse, levantaria a taça. O Timão, com vitórias sobre a italiana Roma (1 a 0 e 3 a 1), sobre os espanhóis, favoritos no início do torneio (3 a 2 e 1 a 0) e sobre os afitriões (2 a 1 e 2 a 0), foi campeão incontestável com 100% de aproveitamento. Assim como em 2017, o Corinthians era considerado como a “quarta força” da competição e , após a conquista, foi aclamado em sua volta ao Brasil. Importante deixar claro que o Sport Club Corinthians Paulista jamais buscou reconhecimento em entidades máximas do futebol para oficializar o torneio como Mundial de Clubes e derivados, apesar de o torneio ter caráter internacional e contar com as mais fortes equipes do mundo na época.

Jornais da época enalteceram a invencibilidade corinthiana contra rivais internacionais.
Foto: Reprodução

É de suma importância valorizar também os cinco títulos do Torneio Rio-São Paulo conquistados pelo Timão, uma vez que, antes de 1970, o país enfrentava problemas de locomoção, onde não era possível organizar competições nacionais de grande porte e com equipes de todo o país dadas as dificuldades de locomoção na época. O torneio regional, com as equipes mais fortes do Brasil, reunía craques do país todo. Não à toa, um dos eventos mais aguardados nas décadas passadas era o amistoso entre as seleções de Rio e São Paulo. Por incrível que pareça, o torneio possuía até mesmo caráter nacional, justamente pelos motivos citados acima.

Ainda na década de 50, o Timão faturou o importantíssimo Paulista de 1954, edição que celebrou o IV Centenário da cidade de São Paulo. O Corinthians sagrou-se campeão contra o supersticioso Palmeiras após empate em 1 a 1, em jogo que o rival apelou para o sobrenatural e atuou de azul, sem sucesso. O título alvinegro rendeu até música, onde um dos trechos afirmava que o “Corinthians, por cem anos serás o campeão”.

“Corinthians! Corinthians” Por 100 anos, serás o campeão!”
Foto: Reprodução

Em 1955, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), atual CBF, organizou a Taça Charles Miller, também com caráter internacional, semelhante à Copa Rio de 1951 e 1952, com a participação do poderoso Benfica (POR), futuro campeão da Liga dos Campeões da Europa. Após bater Palmeiras e Benfica, o Timão faturou mais um torneio internacional, porém, como um clube correto e ímpar, não busca reconhecimento da conquista nos dias de hoje.

Fechando a década vitoriosa, o Corinthians venceu a Taça do Atlântico, de caráter continental, após eliminar Danúbio (URU) e os rivais Santos e São Paulo. A competição, que contava com as principais equipes da América do Sul, curiosamente não teve uma final, pois o Boca Juniors (ARG) negou-se a vir até o Pacaembu para duelar contra o Timão. O título, portanto, foi dada ao Sport Club Corinthians Paulista, proclamado campeão da competição pela IFFHS e pela RSSSF

Tablóides da época celebraram a final, mas o Boca honrou o amarelo de sua história e não disputou a final.
Foto: Reprodução

Assim como todos os clubes de futebol do mundo, o Corinthians viveu período de seca nas décadas de 60 e 70, mas engana-se quem pensa que o clube ficou quase 23 anos sem gritar “É campeão!”, afinal o Timão faturou o Torneio Rio-São Paulo de 1966, onde dividiu a conquista com o Santos e os cariocas Botafogo e Vasco, por conta da Copa do Mundo daquele ano. O regional, portanto foi interrompido e as entidades responsáveis na época optaram por encerrar o torneio dividindo a taça entre as equipes com as melhores campanhas.

Corinthians, campeão do Torneio Rio-São Paulo, em 1966.
Foto: Reprodução

Mais recentemente, o Corinthians conquistou a pouco mencionada Supercopa do Brasil de 1991. Campeão Brasileiro em 1990, o Timão disputou o título contra o Flamengo, campeão da Copa do Brasil do mesmo ano. O Todo Poderoso sagrou-se campeão do torneio após bater o rubro-negro de Marcelinho e Luxemburgo por 1 a 0 no Morumbi, com gol de Neto. O Corinthians obteve o direito do mando de campo do decisivo duelo por ter faturado o Brasileirão no ano anterior.

Neto comemora gol que deu título da Supercopa do Brasil pro clube do Parque São Jorge, em 1991.
Foto: Reprodução

Com as conquistas ao longo de toda a sua história, o Corinthians lidera o ranking de títulos conquistados ao longo de sua história, embora a Fiel Torcida tenha crescido mais durante o período apontado por muitos como o mais crítico da história do clube, na década de 60, o que rendeu a alcunha de “Fiel”.

Mesmo líder no ranking mencionado acima e com sua Fiel Torcida crescendo cada vez mais, comprova-se, à cada dia, que o corinthiano definitivamente não vive de títulos. O corinthiano vive de Corinthians.

Por toda a sua história e por toda a sua tradição: Fiel vive apenas de Corinthians!
Foto: Bruno Teixeira

Por Redação Central do Timão