Émerson Sheik marcou os dois gols da final contra o Boca e ainda provocou os argentinos; e nós reunimos um pouco dessa história, confira
No dia 4 de julho de 2012, o Corinthians disputou a final da Libertadores da América com o Boca Juniors, no Estádio do Pacaembu. Apesar de ter um time muito forte coletivamente, um nome se destacou no jogo: Émerson Sheik. O atacante fez os dois gols da vitória que deu o título inédito ao Timão.
“A semana inteira eu sabia que ia fazer o gol. Pressão nenhuma, alegria, pô. Quem não quer? Eles não jogaram, eles não ameaçaram muito. Principalmente depois do primeiro gol, não teve perigo”, falou Sheik em entrevista especial ao Fox Sports, em 2018.
O primeiro gol se originou de uma falta cometida por Riquelme. Alex levanta na área, Jorge Henrique desvia de cabeça, Danilo dá um passe de letra e a bola sobra para Sheik estufar a rede do goleiro Sosa.
“No momento do gol, eu lembrava do Chicão, do Castán, do Fábio, do Paulo, do Alessandro e do Ralf. Não ia passar mais nada ali. Podia ficar, sei lá, dar mais duas horas para eles, não iam conseguir”, disse Émerson na mesma entrevista ao Fox Sports.
Aos 27 minutos, após uma saída errada de bola, Sheik fica com a bola e sai sozinho para tocar no canto de Sosa, marcando o segundo gol do jogo.
Diversos jogadores podem sentir o peso de uma partida do tamanho daquela final, não para Émerson Sheik. O atacante evidenciou que não sentiu medo, nem pressão.
“Pressão é deitar na cama e ter medo de uma bala perdida atingir seu corpo. Jogar no estádio lotado com vocês, com bola e grama novas é um privilégio. É momento de desfrutar, não de sentir medo ou pressão”, disse o jogador, em 2012. Outros companheiros daquela equipe citaram a ‘malandragem de Sheik.
“O Émerson é extremamente competitivo, não vai se inibir, não vai se amedrontar. Coragem na competição, porque ali é ser o melhor”, declarou Tite no documentário ‘Libertados’.
“Ele é um cara que incendia mesmo, que luta, que não tem medo, que joga em qualquer campo, dribla qualquer um”, cita Edu Gaspar também no ‘Libertados’.
Além dos gols marcados, Émerson Sheik protagonizou momentos de disputa com o zagueiro Caruzzo, chegando até a morder os dedos do argentino.
“A primeira coisa que eu falei para esse cara foi em português, depois eu só falei ‘boludo’. Eu falei para ele ‘cara, esse aqui é o meu país, meu campo e minha torcida. Lá você fala, aqui não’. Falei em português para ele, daí ele ficou rindo. Falei que poderia rir à vontade, esse ano é nosso”, explicou Sheik ao Fox Sports, e ainda continuou.
“Eu queria fazer uma brincadeira. Estava 2×0, eu queria fazer uma brincadeira. Só que eu sei que o Tite não ia gostar. Estava sendo um momento tão máigco, que eu não queria estragar. Mas eu queria zoar, eu sou assim, não tem jeito. Queria brincar com a bola, petecar, levar para lateral e dançar, eu queria fazer, mas não iria agradar quem manda, não fiz“, declarou Sheik.
No mesmo especial do Fox Sports, lançado em 2018, Sheik comentou sobre a mordida nos dedos de Caruzzo.
“Daí ele começou a pilhar comigo, e eu resolvi zoar ali. No lance da mordida, ele já tava irritado. Ele não podia me dar um soco, pior para ele, né, que ele não podia nem me bater. Ele botou o antebraço no meu rosto e foi apertando. O dedo dele caiu dentro da minha boca… Eu sei que doeu quando eu mordi ele, meus dentes doeram”, finalizou o ex-atleta.
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Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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