Em novembro de 2024, o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por unanimidade, a recomendação de abertura de um processo de destituição do presidente Augusto Melo por gestão temerária. Essa iniciativa é independente do processo de impeachment já em andamento, relacionado ao contrato com a VaideBet. Nas últimas semanas, o caso tramitou entre a Comissão de Ética e Disciplina e o CORI, com novas deliberações e divergências sobre o tema.
No documento enviado à Comissão de Ética e Disciplina no ano passado, o CORI apontou a ausência de balanços auditados e outros documentos que a diretoria tinha a obrigação de apresentar. Após analisar as contas do segundo trimestre de 2024, o colegiado rejeitou o balancete devido à falta de documentação e inconsistências nas informações. A decisão foi tomada por 13 votos. Clique AQUI para ler.
Segundo apuração da Central do Timão, após receber o relatório, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina Roberson de Medeiros devolveu o documento ao CORI com alguns questionamentos. Ele queria saber, por exemplo, se a diretoria foi formalmente notificada sobre a entrega dos documentos e se recebeu as devidas orientações antes da recomendação de destituição.
A resposta do CORI veio na última reunião do órgão, realizada poucas horas antes da votação do primeiro pedido de impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo, em 20 de janeiro. O órgão deliberou pelo reenvio do pedido ao comitê disciplinar, argumentando que não cabe ao presidente da Comissão de Ética fazer esses questionamentos, mas apenas instaurar o processo.
“Quem tem que fazer questionamento se falta documento, se não falta, se houve a devida recomendação de entrega do documento, se houve a devida orientação à diretoria, não é o presidente da Comissão de Ética. O presidente da Comissão de Ética tem que ser isento“, explicou um dos membros trienais do CORI ouvidos pela reportagem.
Além das questões políticas, a divergência dentro do clube também envolve alguns aspectos regimentais. Nesse sentido, está sendo discutida uma proposta de reforma estatutária no Conselho Deliberativo, com o objetivo de esclarecer os chamados “casos omissos” e aprimorar pontos específicos do estatuto. De acordo com o documento vigente, o presidente da Comissão de Ética não tem autoridade para questionar, por conta própria, a recomendação do CORI. Sua função é instaurar o processo, o que já foi feito, nomear um relator e, somente após, permitir que o colegiado faça as solicitações necessárias.
A Central do Timão também entrou em contato com o presidente da Comissão de Ética para comentar o caso. Ele confirmou ter enviado as solicitações ao Conselho de Orientação e afirmou que ainda não recebeu retorno do órgão. Até o momento, Augusto Melo não foi chamado para apresentar sua defesa em relação a este segundo pedido de destituição.
Veja mais:
Diretor do Corinthians revela se há chances de Pogba reforçar o Timão e fala de ajuda de Memphis
Polícia abre inquérito para investigar cenas de violência e ameaça após reunião do impeachment
Ponte Preta x Corinthians: onde assistir, desfalques, escalações e arbitragem
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados