O economista e ex-diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg explicou na última quinta-feira (10), em live do canal Pendlcast, alguns pontos polêmicos do contrato de patrocínio do Clube com o banco BMG, que tem a duração de cinco anos e foi realizado em 2019.
“Como sempre fomos pioneiros e os outros vieram atrás. Quando você confia na força da marca, como é o caso do Corinthians, e você tem uma propriedade tão vistosa quanto o patrocínio master na camisa, você sabe que eles te pagam um pedacinho do que ele vai gerar de lucro por tá fazendo aquela propaganda. Então, como a tua marca é no mínimo tão importante quanto a dele, a gente introduziu a filosofia do seguinte: o Corinthians sempre vai preferir tem uma parceria do que uma venda. Eu não quero ter um inquilino na minha camisa, eu quero ajudar no parceiro que, dependendo do sucesso do empreendimento, eu participe disso. E o BMG por ter uma tradição de lidar com futebol há muito tempo entendeu esse argumento e topou” explicou a finalidade inicial do projeto.
“Então, nós fizemos uma negociação que eu acho espetacular. Não conheço ninguém que tenha feito melhor, a gente dá o patrocínio, tudo que tem a ver com com contas abertas e que geram lucros decorrentes do BMG/Corinthians é segmentado dentro da contabilidade do banco e apurado o lucro, metade desse lucro vem para o Corinthians, metade fica no banco mesmo“
Ao anunciar o acordo com o BMG, em 2019, Luís Paulo Rosenberg, afirmou que o Timão receberia R$ 30 milhões do banco antecipadamente. Quando questionado, na época, se o valor correspondia ao valor fixo do patrocínio máster ou se o montante englobava uma previsão de ganhos com a parceria do banco digital, o dirigente afirmou que era uma mistura de ambos. Em live, ele explicou de forma mais clara o funcionamento.
“Mesmo assim, eu ainda exigi, como sabia que isso ia levar tempo, um pagamento mínimo, e exigi master. Como nós estávamos apertados de dinheiro, você vai antecipar dois anos. Então, o negócio é meio a meio sobre o lucro, esse é o negócio que nós contratamos. Agora eu já recebi um caixa de 25 milhões no início do processo e que eu vou descontar no lucro que venha na frente. Esse foi o contato feito. Aí eu ganhava por contas em média abertas e já teria alguma coisa como 35 milhões por ano pela camisa. E isso foi o que nós fizemos, óbvio, que depois sai e não acompanhei mais os desdobramentos disso“
“O que houve foi um mal entendido em relação aos 25 milhões, eu fiz essa apresentação e deixei muito claro que o que eu estava fazendo era bonito. Eu já imaginava que ia dar um buxixo, o clube ter uma parceria. No fundo, o Corinthians virou um banco, dono da metade de um sub banco, vamos dizer assim. Eu mencionei os 25 milhões que é realmente uma aporte de caixa que foi feito na assinatura do contrato e pronto, quando saiu o detalhamento que eu nunca escondi: ‘Ah, mas essa antecipação?’ Ela vai entrar, não estou enganando ninguém. E foi uma boa idéia, fica comprovado pelo que toda a gente tá vendo aí na frente “
O valor pago pelo BMG antecipadamente era menos que a metade do que o Corinthians tinha recebido em seu último contrato de patrocínio máster. A Caixa Econômica Federal pagava R$ 30 milhões por temporada, até abril de 2017. Com o anuncio da parceira e valor da antecipação de R$ 25 milhões atrelado a abertura de contas, a torcida questionou fortemente nas redes sociais. Passados três anos, Rosenberg acredita que o acordo foi bom.
“Quando Andrés esteve aqui há duas semanas, ele me contou que já tem 150 mil contas, então o Corinthians está ganhando mais do que imaginamos. Claro que já se passaram quase quatro anos”.
“Tentamos fazer isso sempre, a gente não alugou academia maravilhosa que tem lá (na Neo Química Arena) é outra vez participação de resultados, a universidade que tem lá, é participação de resultados. Para isso a gente é muito seletivo em trazer, não é batendo na porta do marketing, quero fazer o projeto, e fazer. Tem muito cuidado, muita auditoria em cima desses números. Então eu não tenho dúvidas que esse é o caminho, e estou muito contente de ter tido a oportunidade de fazer isso“, concluiu.
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