Três dias depois de perder nos pênaltis para o Flamengo e ficar com o vice-campeonato da Copa do Brasil, o Corinthians sofreu, mas venceu o Santos na Vila Belmiro, na noite deste sábado, pela 33ª rodada do Brasileirão. Em um clássico com duas expulsões, uma para cada lado, Róger Guedes marcou nos minutos finais do segundo tempo e deu a vitória para o Timão.
O Corinthians, com várias mudanças em relação à final da Copa do Brasil, não fez um bom primeiro tempo e ainda perdeu Yuri Alberto, que sofreu o segundo cartão amarelo ainda antes do intervalo. No início da etapa final, Lucas Barbosa também recebeu vermelho no Santos, o que deu tranquilidade ao Timão, que passou a incomodar e marcou com Róger Guedes, aos 43 minutos.
E como fica?
Com a vitória, o Corinthians soma mais três pontos no Brasileirão, chega aos 57 e pula para a quarta colocação, com um ponto a menos em relação ao Flamengo, que está na terceira posição. O Timão, vale lembrar, tem um jogo atrasado no campeonato, contra o Goiás.
Agora só com o Brasileirão em disputa, o Corinthians volta a campo na quarta-feira, às 21h45, para realizar um duelo direto com o Fluminense, na Neo Química Arena, pela 34ª rodada. Os comandados de Vítor Pereira ainda devem entrar em campo seis vezes até o término da temporada, no meio de novembro.
Escalação do Corinthians
O técnico Vítor Pereira contou apenas com o desfalque de Adson para o clássico. O meia-atacante deixou a final da Copa do Brasil antes do término do segundo tempo, e teve uma lesão muscular na coxa esquerda constatada durante a semana. Mesmo com somente uma baixa, o treinador português decidiu poupar nomes como Gil, Fagner, Fábio Santos, Du Queiroz e Renato Augusto, e escalou uma equipe mista na Vila Belmiro.
O Corinthians, portanto, entrou em campo com Cássio; Rafael Ramos, Robert Renan, Balbuena e Lucas Piton; Fausto Vera, Maycon e Giuliano; Gustavo Mosquito, Róger Guedes e Yuri Alberto.
Escalação do Santos
O treinador interino Orlando Ribeiro não pôde contar com quatro jogadores para o duelo: Maicon e Soteldo (lesionados), Eduardo Bauermann (suspenso) e Luan (pertence ao Corinthians e está emprestado ao Santos, que descartou pagar uma multa de R$ 2 milhões).
Sendo assim, o Peixe entrou em campo com João Paulo; Madson, Luiz Felipe, Alex Nascimento e Felipe Jonatan; Rodrigo Fernández, Camacho e Ed Carlos; Ângelo, Lucas Braga e Marcos Leonardo.
Arbitragem
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) escalou o árbitro Flavio Rodrigues de Souza (FIFA) para apitar o Clássico Alvinegro. Ele foi auxiliado por Marcelo Carvalho Van gasse (FIFA) e Alex Ang Ribeiro. Já o quarto árbitro foi Douglas Marques das Flores, e Thiago Duarte Peixoto ficou responsável pelo VAR. Todos são de São Paulo.
Primeiro tempo
O Corinthians foi o responsável por dar a saída de bola, e logo buscou envolver a marcação santista com toques rápidos no primeiro ofensivo. A ação originou um cruzamento de Gustavo Mosquito pelo lado direito, que desviou no meio do caminho e parou nas mãos de João Paulo, com apenas um minuto de jogo.
O Timão começou agressivo e tentava infiltrar principalmente pelos lados, com Róger Guedes e Gustavo Mosquito. Do outro lado, o Santos conseguiu acalmar a posse corinthiana somente aos quatro minutos, após bola espirrada que Robert Renan acabou afastando mal, e quase deu nos pés de Marcos Leonardo.
Pouco depois, Rafael Ramos cometeu falta em Lucas Braga pela esquerda, rente à área. O atacante driblou o português, que não permitiu a ultrapassagem. Felipe Jonatan cobrou na segunda trave, Piton afastou parcialmente e o Corinthians ficou com a bola. Dois minutos depois, Lucas Braga partiu pela esquerda, cruzou e Robert Renan tirou o perigo.
O Santos foi equilibrando o clássico e chegou mais uma vez aos nove minutos, após cruzamento para Lucas Braga na segunda trave. Rafael Ramos estava na marcação do atacante e afastou parcialmente, mas a bola seguiu viva na área. Cássio saiu de soco na bola e acabou atropelando o adversário, que reclamou de pênalti, não marcado pelo árbitro.
O jogo começou bem aberto, com os times buscando as jogadas pelos lados. O Corinthians voltou a incomodar aos 11, após escanteio cobrado por Maycon. Yuri Alberto desviou e Fausto Vera completou de cabeça, mandando nas mãos de João Paulo.
Aos 15 minutos, mais uma boa chegada santista. Ângelo cobrou escanteio, Cássio saiu estranho e a bola sobrou para Lucas Braga, que cabeceou para fora, com o gol vazio. O goleiro corinthiano ficou caído e teve de receber atendimento médico, mas seguiu atuando normalmente.
O Corinthians até conseguia trocar passes no campo ofensivo, mas pecava no último passe. E era o Santos que, mesmo sem a posse na maior parte do tempo (60% x 40% para o Timão na primeira metade do jogo), levava mais perigo, e quase marcou o primeiro aos 22. Ângelo disparou em velocidade pela direita com a defesa corinthiana desarrumada, tabelou com Marcos Leonardo e ficou cara a cara com Cássio, que saiu bem. Na sobra, Lucas Braga chutou com o gol vazio, e Fausto Vera tirou praticamente em cima da linha.
O Peixe seguia levando perigo pelos lados e, aos 27 minutos, Rafael Ramos segurou Lucas Braga, que dançou na frente dele, e cometeu falta. Felipe Jonatan cobrou, e Róger Guedes mandou para escanteio. Logo após a cobrança, Rodrigo Fernández arriscou finalização e isolou.
Ao longo do primeiro tempo, o Corinthians perdeu o ímpeto que teve nos primeiros três minutos, e passou a ver o Santos crescer. Os jogadores do Timão começaram a exagerar nas faltas próximas à área de Cássio, algo que aconteceu novamente aos 31 minutos, quando Fausto Vera parou Marcos Leonardo na entrada da meia-lua e sofreu o primeiro cartão amarelo do jogo. O jovem atacante cobrou com perigo, mas para fora.
A partida foi ficando mais “quente”, e um novo cartão amarelo saiu aos 35 minutos, agora para Yuri Alberto, que chegou de carrinho por trás de Rodrigo Fernández e cometeu falta dura no adversário. O uruguaio chegou a receber atendimento médico, e seguiu em campo.
Já após o reinício do jogo, quem teve falta perigosa foi o Corinthians. Róger Guedes partiu pela esquerda e foi parado pelo adversário na entrada da área santista. O próprio atacante foi para a cobrança, mas acertou a barreira. Pouco depois, Alex se complicou na saída de bola e quase deu chance para o Timão.
Já aos 41 minutos, Lucas Braga recebeu na esquerda, driblou Rafael Ramos e bateu cruzado. A bola passou por Cássio e atravessou toda a pequena área, sem ninguém chegar para completar.
E aos 42, o jogo passou a ficar ainda mais complicado para o Corinthians. Yuri Alberto, que havia acabado de receber amarelo por entrada dura em Rodrigo Fernández, recebeu o segundo cartão e foi expulso por deixar o braço no peito de Luiz Felipe em disputa aérea no meio-campo. O Timão, assim, passou a jogar com um homem a menos ainda no fim do primeiro tempo.
Depois da expulsão, o árbitro Flavio Rodrigues de Souza acrescentou quatro minutos na etapa inicial, enquanto o Corinthians se defendia para levar pelo menos um empate para o intervalo. Já nos acréscimos, Marcos Leonardo recebeu dentro da área e parou na marcação de Balbuena. O lance causou reclamação de pênalti por parte dos santistas, mas nada foi marcado. Logo depois, o primeiro tempo foi encerrado com empate sem gols, com superioridade do Santos.
Segundo tempo
O técnico Vítor Pereira, de fato, não aprovou a atuação do Corinthians no primeiro tempo e realizou quatro alterações durante o intervalo. Saíram Maycon, Giuliano, Fausto Vera e Rafael Ramos e entraram Du Queiroz, Roni, Ramiro e Bruno Méndez, respectivamente. Já do outro lado, o treinador interino Orlando Ribeiro colocou Lucas Barbosa na vaga de Rodrigo Fernández, amarelado.
A ideia de Vítor Pereira foi ajustar a marcação do Corinthians e dar mais combatividade ao meio-campo, que pouco funcionou durante o primeiro tempo.
Logo aos três minutos, no entanto, mais um cartão amarelo para o Corinthians, agora para Balbuena, que fez falta utilizando o braço. Logo depois, Lucas Barbosa, que entrou no intervalo, cometeu infração em Ramiro e também foi advertido com amarelo.
Aos cinco, Gustavo Mosquito mandou cruzamento para escanteio, e Balbuena afastou o perigo após a cobrança. Com um jogador a mais, o Santos começou a se lançar para o ataque, e teve boa oportunidade com Luiz Felipe, que foi lançado por Ed Carlos nas costas da marcação. O zagueiro chegou livre na segunda trave, pegou mal e mandou para fora, mas o assistente anotou impedimento.
O Corinthians se fechava em uma linha de cinco defensores, com Gustavo Mosquito como lateral-direito, Lucas Piton pela esquerda e Bruno Méndez, Balbuena e Robert Renan como zagueiros. Du Queiroz, Ramiro e Roni formavam uma segunda linha no meio-campo, e Róger Guedes aparecia isolado no ataque.
Já aos sete minutos, Marcos Leonardo recebeu em projeção dentro da área, chutou forte e carimbou Balbuena, que chegou de carrinho. O Santos continuava em cima do Corinthians, que só se defendia e tentava a ligação direta para Róger Guedes.
O Corinthians, porém, viu o jogo se equilibrar a partir dos 13 minutos, quando Lucas Barbosa disputou com Cássio, tocou o goleiro com os pés, sofreu o segundo amarelo e foi expulso. Assim, os dois times passaram a ter dez jogadores em campo.
A equipe mandante viu seu ímpeto diminuir após a expulsão de Lucas Barbosa, e o Timão já conseguia sair com mais facilidade. E aos 20, em uma escapada pela direita, Mosquito invadiu a área, cruzou em cima da marcação e Du Queiroz apareceu livre. O volante chegou batendo, mas Luiz Felipe bloqueou.
Aos poucos, o Corinthians foi criando chances, até ter nova finalização aos 24 minutos. Robert Renan deu bom lançamento para Róger Guedes, que dominou na esquerda, encarou a marcação e devolveu para o zagueiro. Da entrada da área, o garoto arriscou um chute perigoso, que passou perto da trave de João Paulo.
Logo depois, o técnico interino Orlando Ribeiro realizou três alterações no Santos: saíram Madson, Luiz Felipe e Ed Carlos para as entradas de Auro, Derick e Sandry.
Mais confortável em campo, o Corinthians teve nova oportunidade com Róger Guedes, aos 27. O atacante arrancou pelo meio e chutou da entrada da área, conseguindo escanteio após desvio no meio do caminho. Pouco depois, Mosquito cruzou para o camisa 10, que fez o movimento de cabeceio, mas Alex interceptou.
Com 30 minutos, o árbitro Flavio Rodrigues de Souza paralisou o clássico por conta de um drone, que sobrevoava a Vila Belmiro. Neste momento, a posse de bola estava em 50% para cada lado. Antes do reinício, Miguelito substituiu Ângelo no Santos.
O jogo, bem truncado, passou a carecer de boas chances e esfriou após a expulsão de Lucas Barbosa. E, aos 34 minutos, Lucas Braga cometeu falta em Mosquito e sofreu o sétimo cartão amarelo do clássico. Pouco depois, Mateus Vital entrou na vaga de Mosquito no Corinthians.
A entrada de Mateus Vital melhorou o Corinthians, que voltou a chegar aos 41 minutos. Du Queiroz disparou pela ponta direita, cruzou rasteiro e Róger Guedes deixou passar para Roni finalizar. O volante, no entanto, pegou mal e isolou.
Primeiro gol do Corinthians: o Corinthians, que já não sofria após a expulsão de Lucas Barbosa, ainda conseguiu deixar a Vila Belmiro com um gol de Róger Guedes aos 43 minutos. Em bom contra-ataque pela esquerda, o atacante avançou, invadiu a área e chutou de bico na saída de João Paulo – assista ao gol abaixo.
Após sofrer o gol, o Santos se lançou ao ataque em busca do empate. O árbitro Flavio Rodrigues de Souza acrescentou seis minutos no segundo tempo. Já nos acréscimos, Cássio sofreu cartão amarelo por retardar o reinício do jogo em cobrança de tiro de meta.
Aos 47 minutos, Camacho bateu de fora da área e Cássio fez a defesa segura. Nos segundos finais, Marcos Leonardo cruzou em cima de Roni, que mandou para escanteio. Após a cobrança, o próprio volante afastou, e o árbitro Flavio Rodrigues de Souza encerrou o Clássico Alvinegro com vitória corinthiana por 1 x 0.
Estatísticas gerais (SofaScore)
Corinthians: um gol marcado, 48% de posse de bola, oito finalizações (duas no gol, duas para fora e quatro travadas), quatro escanteios, nenhum impedimento, 11 faltas cometidas, cinco cartões amarelos (Yuri Alberto [duas vezes], Fausto Vera, Balbuena e Cássio), um cartão vermelho (Yuri Alberto), uma grande chance criada, duas defesas de Cássio, 376/453 passes, 23/57 bolas longas, 1/12 cruzamentos, 4/10 dribles, 117 perdas da posse de bola, 42 disputas de bola vencidas, nove disputas aéreas vencidas, 17 desarmes, sete interceptações e 35 cortes.
Santos: nenhum gol marcado, 53% de posse de bola, 12 finalizações (três no gol, quatro para fora e cinco travadas), sete escanteios, um impedimento, 15 faltas cometidas, três cartões amarelos (Lucas Barbosa [duas vezes] e Lucas Braga), um cartão vermelho (Lucas Barbosa), uma grande chance criada (e perdida), uma defesa de João Paulo, 412/487 passes, 24/49 bolas longas, 4/28 cruzamentos, 9/18 dribles, 140 perdas da posse de bola, 46 disputas de bola vencidas, 14 disputas aéreas vencidas, 13 desarmes, duas interceptações e 13 cortes.
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