Paralisação tende a afetar mais gravemente o futebol feminino; entenda
O ano de 2019 foi marcante para o futebol feminino. A Copa do Mundo disputada na França atingiu números recordes. Ao todo, 1 bilhão de pessoas assistiram aos jogos. A média foi de 17 milhões de pessoas por partida, frente aos 8 milhões da edição de 2015. O Brasil registrou a maior audiência da história da competição, quando cerca de 30 milhões assistiram ao confronto entre Brasil e França.
No Corinthians não foi diferente e o clube também ajudou a bater recordes. A equipe venceu 42 jogos seguidos durante o ano de 2019, marca histórica no esporte. Além disso, a final do Paulista, contra o São Paulo, registrou o maior número de torcedores em uma partida do futebol feminino em terras nacionais. Na ocasião, cerca de 28 mil pessoas foram à Arena Corinthians.
Porém, a pandemia de coronavírus pode trazer um panorama diferente para as próximas temporadas da modalidade.
A Conmebol anunciou algumas mudanças para a disputa da Libertadores da América de 2020, que, até segunda ordem, deve ocorrer no Chile. Os clubes não precisam mais encaminhar o licenciamento das equipes à entidade, pois não é possível acompanhar o desempenho dos times, já que não há competições nacionais.
Ainda há a possibilidade de cancelamento da edição, o que não se confirmou. De acordo com a Conmebol, a Libertadores feminina de 2020 segue apenas suspensa, aguardando os desdobramentos da pandemia na América do Sul.
O Brasil havia encaminhado a candidatura à sede da Copa do Mundo Feminina FIFA de 2023. Porém, após a análise da entidade máxima do futebol, não foram encontradas garantias governamentais para a realização do torneio. Por meio de nota oficial, a CBF comentou o caso.
“O Governo Federal, por sua vez, elaborou para a FIFA uma carta de apoio institucional na qual garantiu que o país está absolutamente apto a receber o evento do ponto de vista estrutural, como já o fez em situações anteriores. No entanto, ressaltou que, por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela FIFA”, emitiu a assessoria da CBF.
Frente a tal cenário, a Confederação Brasileira optou por retirar a candidatura à sede do torneio, como diz outros trechos da carta.
“Sendo assim, a CBF decidiu retirar a candidatura brasileira e apoiar a Colômbia na disputa para a sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Desta forma, a CONMEBOL se apresenta com uma candidatura única, aumentando as chances sul-americanas na votação, além de reforçar a unidade que marca a atual gestão da entidade”, completou o documento.
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Os cortes nos salários do futebol feminino seguiram o padrão do masculino no Corinthians: 25% de redução. Os prejuízos podem ser maiores, já que, apesar da crescente em 2019, a modalidade não tem o mesmo apelo das competições entre homens. Treinador da equipe do Timão, Arthur Elias afirmou que é preciso manter os investimentos.
“Vejo que a gente não é uma receita tão alta dentro dos clubes de futebol. Se você faz o futebol feminino com 1%, 2% do faturamento dos clubes grandes, por exemplo, você faz projetos grandes dentro da modalidade. Então é uma questão de saber administrar e dar valor”, explicou Arthur.
O técnico lamentou a paralisação em um momento tão importante para a modalidade.
“Esperava-se esse ano que esses passos continuariam sendo para frente. Então, digo que a gente não vai dar muitos passos para trás, mas, obviamente, com a pandemia, é difícil qualquer setor esse ano dar passos adiante. Realmente, fica essa frustração, mas também temos que ver que a sociedade como um todo perde muito”, completou Arthur Elias ao Uol.
Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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