Serei direto. O Sport Club Corinthians Paulista chegou nesta segunda-feira à inacreditável marca de 166 finalizações sofridas em nove jogos. Vou repetir: cento e sessenta e seis. Uma média de quase 18,5 chutes por partida.
Doze gols sofridos. Haja traves e Cássios…
Caso mantenha a rotina, o time “treinado” por Luxemburgo se aproximará de 200 chutes em 10 jogos. O líder Botafogo é o próximo adversário.
Na coletiva após o aterrorizante 4 a 4, Luxemburgo foi cirúrgico como raramente costuma ser ao avaliar o que aconteceu. Segundo o técnico, tivemos um jogo de “quatro contra quatro, cinco contra cinco”. Errado ele não está. Mas qual o motivo disso? Onde estavam os outros cinco, seis jogadores?! Bom, posso tentar responder. Rojas trotava em campo, não ajudava na recomposição e nem conseguia superar a marcação quando tinha a bola. Nem entrarei no mérito da perda de amplitude que ele causa ao time – puxa todas para dentro. Otero II?
O jovem Pedro é uma criança ainda. Taticamente cru, deixava Fábio Santos isolado no setor defensivo. Fágner e Fábio já não são os mesmos, abandonados pelos pontas, e com a pouca intensidade dos homens de meio então…
Na cabine de imprensa [parte alta da Arena] era ainda mais desesperador de ver a primeira linha completamente abandonada e esburacada pelos lados.
Restou a Caetano e Lucas Veríssimo (a melhor contratação da temporada), a ingrata missão de correr. Correr muito.
Que bagunça sem intensidade é o Corinthians quando não tem a bola. Que deserto criativo é o Corinthians quando a tem. Difícil acreditar que esse elenco não estava de férias na Data Fifa.
Maycon e Moscardo correm desordenadamente tentando compensar a falta de padrão. Por quatro vezes não deu [parece até brincadeira]. Não fosse Veríssimo, poderíamos estar presos no estádio até agora em meio a protestos…
Era roteiro de noite trágica. De novo. Mas assim como contra o Estudiantes, a equipe teve mais sorte do que juízo. Desrespeito com a tradição de um time que sempre marcou muito forte ao longo da história.
O Corinthians de hoje vive pura e exclusivamente do talento individual.
Fica aqui a menção honrosa ao lutador Yuri Alberto, que fez uma das melhores partidas dele pelo clube. Pode ter brigado com a bola durante toda temporada, mas nunca se escondeu. Contra o Grêmio acertou quase tudo.
Wesley banco é quase tão absurdo quanto achar “bonito” o que aconteceu nesta noite. Sim, as palavras não são minhas:
“O jogo foi do jeito que a gente gosta no futebol brasileiro!” (Luxemburgo, Vanderlei)
Eu devo ter nascido em Cuba…
Isso não é Corinthians. Que nos reencontremos logo.
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