Sem a concretização da arrecadação originalmente prevista por parte da Arena Corinthians, construtora não dá como certo o recebimento dos valores referentes às debêntures emitidas
No último dia 22 de abril, houve Assembleia Geral de Credores da Odebrecht, onde foram aprovado os termos de recuperação judicial da construtora e de outras 11 empresas que são controladas pelo grupo.
Entre elas a OPI (Odebrecht Participações e Investimentos), detentora de 11% da SPE Arena, Sociedade de Propósito Específico que opera e gere a Arena Corinthians e credora de R$ 610 milhões em debêntures emitidas à Arena Itaquera S/A. Tais títulos de crédito tiveram como finalidade o aporte de valores para viabilizar a realização da obra.
Apesar do expressivo valor, as dívidas do Corinthians, através da Arena Itaquera S/A, não foram inseridas na proposta aprovada pela Assembléia, descartadas pela própria Odebrecht, sob alegação da possibilidade de não pagamento da dívida por parte do Corinthians, ante as arrecadações abaixo do previsto. Tal retirada foi referendada por decisão judicial proferida nos autos do processo de recuperação judicial.
Em tese, o Corinthians está livre para negociar a dívida diretamente com a construtora, sem, porém, o amparo da recuperação judicial. Isso, na prática, significa que a negociação entre as partes não necessita da aprovação dos credores da empresa, e foi uma ótima notícia para o clube.
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Na última semana, em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, o diretor financeiro do Corinthians Matias Romano Ávila, revelou que o clube aguardava a decisão sobre a recuperação judicial da construtora junto aos credores da empresa, para definir o valor restante da dívida que o clube teria a pagar junto a Odebrecht.
O cartola afirmou que boa parte já teria sido quitada por meio dos CIDS e que o valor que o clube ainda teria que pagar à construtora seria por volta de R$ 130 milhões de reais.
Resta saber se a construtora vai aceitar que o valor restante da dívida é esse informado pelo clube.
Por Fábio Macedo (BlogdoMacedo) / Redação da Central do Timão
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