O ídolo corinthiano nasceu em 28 de junho de 1928 e faleceu no dia 30 de outubro de 1996, aos 68 anos
“Centromédio de técnica refinada, era o patrão da defesa” – Celso Kinjô
“Um dos legendários heróis do IV Centenário, dono de técnica apurada” – Celso Unzelte
“Incansável, inesgotável, inexaurível” – Sílvio Lancellotti
“Classe, controle de bola, distribuição e visão de jogo” – Toquinho
De Belangero não faltam relatos memoráveis, mas qual outro jogador poderia se orgulhar de receber de Nilton Santos, a “Enciclopédia”, o seguinte elogio: “foi o jogador que eu vi bater mais bonito na bola até hoje”? A verdade é que no timaço do IV Centenário, entre o Gerente Cláudio, o Pequeno Polegar Luizinho, o Cabecinha de Ouro Baltazar e o Sangue Azul Idário, havia apenas um legítimo professor em campo: Roberto Belangero.
Nos 453 jogos e 22 gols marcados com a camisa corinthiana entre 1947 e 1960, o eterno camisa 6 do Timão foi o dono absoluto da posição de centromédio, espécie de volante no extinto esquema WM inventado por Herbert Chapman, multicampeão pelo Arsenal nos anos 30.
Naquela equipe dos dourados anos 50 corinthianos, Roberto Belangero atuava pelo lado esquerdo realizando um quase ofuscante contraste com seus companheiros de linha média, os raçudos Idário e Goiano. Sua técnica, sua calma no passe e seu domínio preciso resultaram, além do perfeito apelido de “Professor”, em sete títulos com a camisa corinthiana: três Campeonatos Paulistas, três Rio-São Paulo e a Pequena Taça do Mundo de 1953.
Clássico, Roberto jogava com a cabeça erguida e a elegância que o caracterizavam também fora de campo. Estudioso e poliglota, era o intérprete da delegação corinthiana nas diversas excursões feitas pela Europa. Sua história no clube não resume ao futebol jogado, certamente. Quando voltou ao Timão já como técnico nos anos 60, bancou Flávio Minuano, um dos maiores artilheiros da história do clube, e foi o professor literal de outro Roberto, o garoto do Parque: Rivellino, maior ídolo do Timão.
Desnecessário ressaltar a grandeza de Belangero desde os tempos de Maria Zélia, de onde chegou ao Corinthians junto com Luizinho, até a aposentadoria e idolatria no Newell’s Old Boys da Argentina. Belangero chegou em um clube sem títulos por mais de seis anos (desde 1941) e deixou uma galeria de cheia de troféus, entre eles um dos títulos mais importante da história do clube alvinegro: o IV Centenário de 1954.
Roberto Belangero é símbolo de um Corinthians vencedor, corajoso e elitista – na melhor acepção da palavra. Foi sinônimo de um lado do futebol que se recusa a ser reduzido ao debate sobre o nada na hora do almoço, ao patofalar de jornalistas e ao brado simplório de “Raça!”.
Roberto Belangero foi sinônimo de futebol-arte no Corinthians, uma face alvinegra que nunca pode ser esquecida por ser ela parte crucial da identidade corinthiana tanto quanto a vontade e o sangue de Idário e Goiano.
Por Redação Central do Timão
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Realmente foi um craque.