Neste final de 2023, o Corinthians passa por uma transição de gestão após Augusto Melo ter sido eleito o novo presidente do clube. Rozallah Santoro, escolhido como novo diretor financeiro do Timão, detalhou como encontrou as finanças do Alvinegro Paulista e revelou o tamanho da dívida atualmente.
“Diminuiu um pouquinho. Falam que a dívida do clube cai para R$ 850 milhões. Na real, é tirar a dívida de longo prazo e espremer o curto. Antecipando de alguma forma a dívida lá da frente, mas continua a pressão com as dívidas que vencem até o meio do ano. A dívida é de R$ 1,7 bilhão, R$ 1,6 bilhão. Cerca de R$ 850 milhões no clube e mais R$ 700 milhões na arena.”, disse o diretor, em entrevista ao Uol Esporte.
“Não tem dinheiro carimbado no caixa. O grande desafio no dia a dia é entender quais são as parcelas das dívidas longas que não se pode deixar de pagar e perder o que foi negociado, e como se encaixa o dia a dia nisso. A dívida da arena está para 20 anos, numa taxa de juros que se eu for buscar no mercado eu não consigo a mesma taxa.”, continuou Rozallah.
“O refinanciamento de impostos pós-pandemia foi feito, e são cerca de R$ 550 milhões em 12 anos, reajustados na taxa Selic. Mais barato que Selic ninguém consegue. O grande desafio é manter o fluxo do que foi negociado para longos prazos e não perder os benefícios. O dia a dia é uma pressão louca. Receitas recorrentes e extraordinárias. O fluxo tem que linearizar”, completou.
Rozallah Santoro também explicou como a nova direção deseja buscar contratações para o elenco corinthiano diante da situação financeira complexa. Segundo ele, o caminho para comprar direitos econômicos de atletas é fazendo propostas parceladas.
“Com o sufoco do curto prazo, posso até ter orçamento e o dinheiro não é carimbado no caixa. Tenho verba para gastar, mas precisa ter no caixa e o problema é agora. Quando falamos que tivemos recorde de receita em 2023, próxima de R$ 1 bilhão, boa parte veio da venda de Murillo, Pedro, Adson, Róger Guedes. O pacotão é de uns R$ 250 milhões. E não veio à vista.”, disse o diretor.
“É uma receita, não está errado, mas não mexe no caixa em 2023. Entra nos próximos anos, meses. Diria para você que o caminho, sim, é fazer proposta parcelada. Vai querer R$ 10 milhões à vista? Fica mais difícil. Todos os clubes têm mesma situação de caixa, a nossa um pouco mais, mas não significa que outros não têm”, continuou Rozallah Santoro.
“É nessa linha. A gente vai ter que buscar compor, sempre. Qualquer negociação compromete o caixa de alguma forma e deixaremos de pagar algo pela aquisição. É uma decisão. Uma decisão executiva do presidente e é papel nosso, do financeiro, fazer isso acontecer. E ele vai colocar os desafios para gente. Não podemos fugir da responsabilidade.”, finalizou o membro da nova direção corinthiana.
O elenco do Corinthians passa por uma reformulação para 2024. Renato Augusto, Gil, Giuliano e Cantillo foram alguns dos jogadores que já deixaram o Alvinegro Paulista, enquanto apenas Hugo, do Goiás, já está acertado com o clube. A nova direção terá o desafio de contratar uma grande quantidade de atletas para suprir as saída que vêm acontecendo.
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