Mandatário do Timão diz que não foi permitida a saída do Corinthians pela pista do aeroporto e que eles foram informados que eram só dez a doze torcedores
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, convocou entrevista coletiva para o início da tarde desta terça-feira (15). O dirigente chamou de “emboscada” o episódio ocorrido no Aeroporto de Guarulhos, quando o elenco Alvinegro foi cercado por cerca de 30 torcedores membros de uma organizada e hostilizado de forma violenta.
“Primeiro que realmente é lamentável, até porque nós, historicamente, sempre atendemos os torcedores. No Corinthians você sempre é cobrado, agora, ser intimidado, ameaçado, isso não faz parte da torcida do Corinthians. Fazia anos que não acontecia isso. Foi uma emboscada. A própria polícia, seguranças do aeroporto e do clube, falaram que tinham dez, doze pessoas, pedimos para sair pela pista, mas não permitiram. Saímos e, infelizmente, houve aquele absurdo, que não condiz com a torcida do Corinthians. Obviamente que os jogadores estão muito assustados e tristes, eu também. No dia seguinte ficar ameaçando jogador e familiares, é ridículo. Nas redes sociais não se sabe quem tá falando, isso é muito ruim. Os jogadores estão se recuperando.”
“Se eu soubesse quem eu tomaria atitude, mas quero não acreditar nisso. Quando desembarcamos a segurança do aeroporto disse que poderíamos sair tranquilamente. Pedimos para sair pela pista, não deixaram, aí de repente aparecerem trinta pessoas.”
“O que eu vi e ouvi foi dedo na cara, xingamento e uma cobrança desproporcional. No Corinthians, sendo a favor ou contra, sempre atendemos quem pediu para falar. Nos sentimos muito incomodados pela intimidação que sofremos, esperava que nunca mais acontecesse isso no Corinthians. Ser cobrado é até bom, mas da maneira que foi… acredito que fora a invasão do CT, na época, fazia muito tempo que não havia uma intimidação dessa. Protesto tem que fazer, é democracia. Mas não achamos que foi no momento certo e nem da maneira correta.“
O presidente desmentiu boatos que surgiram nas redes sociais de que o meia-atacante Luan pediu ao seu agente que o negociasse com um time do exterior e que Cássio ou outros jogadores estariam de saída do Clube.
“O Avelar nem tava no jogo, nem tava na delegação. Luan também não. Foi muito desagradável, até porque sempre abrimos as portas para atender. Ser cobrado é uma coisa, ser pressionado é outra coisa, mas ali foi intimidação. Nenhum jogador pediu nada, todos estão tristes, meio assustados, mas hoje já é um dia melhor. Não teve ninguém pedindo para ser negociado ou pedindo para sair do Corinthians.”
O goleiro Cássio foi um dos mais intimidados pelos torcedores no aeroporto e precisou de forte segurança para chegar até o ônibus. Andrés lamentou.
“Lamentável. É um dos mais respeitados aqui dentro, exemplar, espero que a gente se recupere o mais rápido possível. Confiamos no elenco. Estamos passando por dificuldades, mas esperamos que isso vire. Futebol é assim, vira de um dia para a noite. Depende de nós e dos atletas”, diz Andrés Sanchez.
Questionado se pensou em alguma ação mais radical depois das ameaças, o mandatário ponderou:
“Felizmente não houve agressão física, mas não foi protesto e nem cobrança, foi intimidação, isso deixou nós todos magoados, até pela abertura que os torcedores têm. Se fosse um protesto seria muito bem recebido, mas foi intimidação, isso incomodou todo mundo”, concluiu.
Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
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