Quando Garrincha foi contratado pelo então presidente Wadih Helu, o Corinthians vivia o seu jejum de títulos paulistas: quase 23 anos que só findariam em 1977
Manoel Francisco dos Santos, conhecido como Mané Garrincha, nasceu em Pau Grande, Distrito de Magé, no Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro de 1933. O apelido, dado pela irmã, veio do nome de um passarinho que ele gostava de caçar quando criança.
Ponta-esquerda, Garrincha encantava com seus dribles desconcertantes e lances que o eternizaram como craque. O início de sua carreira profissional foi em 1953, no Botafogo, clube em que permaneceu durante treze anos, disputando, ao todo, 614 partidas, com 245 gols marcados. Foi contratado pelo alvinegro carioca por dois mil cruzeiros, depois de se destacar pelo Serrano, clube amador de sua cidade natal.
Garrincha defendeu a Seleção Brasileira, sendo bicampeão do mundo nas copas de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Foram 60 partidas vestindo a camisa amarelinha, contabilizando 17 gols. Naquela época, Garrincha era referência de habilidade e recursos dentro de campo.
Em 1966 Garrincha chegou ao Corinthians, onde recebeu a camisa de número 7. Sua estreia no clube foi no dia 2 de março de 1966, contra o Vasco da Gama, jogo que finalizou com derrota para o Corinthians, pelo placar de 3×0.
O primeiro gol veio em uma partida contra o Cruzeiro, no mesmo ano de estreia. Naquele dia, o meia surpreendeu 41.728 torcedores, com um futebol de levar a arquibancada à loucura.
No segundo tempo, deu dois dribles, deixando o lateral caído no gramado, se aproximou do goleiro Tonho e tocou para Tales, que abriu o placar para o Timão. O empate veio em seguida, com um pênalti sofrido por Dirceu Lopes. Mas aos 30 minutos do segundo tempo, o lendário Garrincha brilhou no Mineirão: quando os jogadores esperavam um cruzamento, ele notou a má colocação de Tonho e chutou direto para o gol, encobrindo o goleiro.
O mais surpreendente da atuação de Garrincha naquela partida é o fato de ele ter vindo do Botafogo com sérios problemas nos joelhos, que se agravaram durante a sua passagem pela Seleção Brasileira. Mas, aquele dia, ele voltou cheio de vigor e mostrou toda a sua categoria.
Ao todo, foram 13 partidas com a camisa do Timão (cinco vitórias, dois empates, seis derrotas) e apenas dois gols marcados, o último deles contra o rival São Paulo, partida em que o Corinthians venceu por 2×0. O desempenho do atacante não chegou nem perto de seu auge, mas marcou a história do Timão.O nome “Timão” é o legado de Garrincha para o Corinthians. A partir de sua chegada no Parque São Jorge, juntamente com Ditão e Nair, o Alvinegro passou a ser carinhosamente chamado de “Timão”, apelido dado pelo “A Gazeta Esportiva”, jornal periódico extinto. O apelido caiu no gosto da Fiel e acabou ficando para sempre.
Um documentário intitulado “Garrincha do Timão”, lançado em 2018, traz detalhes sobre a história de sua rápida passagem pelo clube, contada por meio de depoimentos de Elza Soares, dos jornalistas José Trajano, Juarez Soares, José Maria de Aquino e Celso Unzelte, do professor José Teixeira e dos ex-jogadores Coronel, Jair Marinho, Marcos e Rildo, entre outros.
Considerado por muitos o maior jogador brasileiro de todos os tempos depois de Pelé, Garrincha defendeu a equipe do Parque São Jorge no ano de 1966. Em 13 jogos pelo Timão, o jogador marcou dois gols e fez parte da conquista do Torneio Rio-São Paulo daquele ano.
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