O capitão do Tetra vestiu a camisa alvinegra depois da Democracia Corinthiana
Um dos assuntos mais comentados do início de outubro é a possível contratação de Dunga como novo treinador do Corinthians, algo que não agradou os torcedores, que nas redes sociais manifestaram seu descontentamento de alguém que há 4 anos não comanda equipe alguma. Mas muitos corinthianos talvez não saibam que o capitão do Tetra vestiu o manto alvinegro dez anos antes de levantar a Taça Jules Rimet.
Gaúcho de Ijuí, Carlos Caetano Bledorn Verri, que no futebol ficou conhecido como Dunga, foi uma das gratas revelações do Inter de Porto Alegre do início da Década de 80, uma boa safra que teve vários nomes presentes nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Por ser um volante bem combativo, atraiu o interesse de outros grandes clubes do Brasil.
No Campeonato Paulista de 1984, o Corinthians não contava mais com Sócrates, que tinha sido vendido à Juventus da Itália e Casagrande jogava por empréstimo no rival São Paulo. Mesmo contando com importantes nomes como Wladimir, Biro-Biro e Zenon, que fizeram parte da Democracia Corinthiana bicampeã paulista, a espinha dorsal não estava mais presente, além de contar com o treinador Jair Picerni, que vinha com uma nova filosofia de trabalho.
Picerni foi treinou a Seleção Brasileira nas Olimpíadas, então ninguém melhor para aprovar a contratação do raçudo volante colorado, que estreou pelo Alvinegro do Parque São Jorge já no Segundo Turno do Estadual, em uma derrota por 1 X 0 para o São Paulo no Morumbi, em 14/10.
Com apenas 14 partidas, Dunga já disputava sua única final de um Paulistão, em 02/12, com o Santos sendo campeão no Morumbi pelo placar de 1 X 0.
Mesmo sendo jovem, Dunga já tinha o perfil conhecido por todos, de liderança e muita raça.
Em 1985 Dunga fez parte do time corinthiano que ficou conhecido como Seleção de Papel, um grande elenco que era formado por jogadores que jogaram com a camisa brasileira (inclusive ele), além do uruguaio Hugo De León, mas que só ficou no papel.
No final de 1985 Dunga encerrava sua rápida trajetória pelo Alvinegro da Capital, sem ser campeão. De acordo com o Almanaque do Timão de Celso Unzelte, anotou 5 gols em 61 jogos.
Depois a carreira decolou ainda mais no futebol, passando por Santos e Vasco, além do longo período na Europa, onde na Itália e na Alemanha. Ainda jogaria no Japão e encerra a trajetória como jogador no clube que o revelou. Seu ápice foi na Seleção Brasileira, que depois das duras críticas recebidas na Copa do Mundo de 1990, deu a volta por cima, levantando com muito orgulho como capitão a taça do Tetracampeonato na Copa seguinte, tendo a honra de disputar mais um Mundial, o de 1998.
Outro período de relativo destaque foi quando assumiu o comando da Seleção Brasileira, que apesar das críticas que sofreu devido à sua inexperiência no cargo e pelos métodos utilizados, teve bom retrospecto, especialmente em sua primeira passagem, quando venceu a Copa América e a Copa das Confederações, treinando o Brasil na Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul.
Mas o que mais importa é que Dunga foi jogador do Corinthians, mesmo sendo em um período curto, inclusive estando presente na inauguração da Arena, uma prova que sua passagem não foi esquecida.
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