CBF quer reunião de urgência com clubes por público em estádios

Presidente do Corinthians, apesar de ter sido o único que se manifestou publicamente contra a volta isolada de público somente aos times que jogam no Maracanã, tem o apoio de outros clubes

A volta apressada de público no futebol brasileiro, em meio à pandemia do novo coronavírus, já é possibilidade para 4 de outubro, no jogo Flamengo x Athletico-PR, pelo Campeonato Brasileiro.

No entanto, chama a atenção a informação de que apenas o Maracanã poderá ser usado inicialmente. No estádio apenas Flamengo e Fluminense mandam seus jogos. Botafogo e Vasco não poderão usar seus estádios próprios. Caso queiram receber torcida em seus jogos, terão que usar o Maracanã.

A Ferj e a Prefeitura do Rio, apesar de não terem autorização da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), entidade que comanda o campeonato, já anunciaram que o jogo do dia 4 de outubro, entre Flamengo e Athletico, já terá venda de ingressos.

A CBF não se manifestou. Até o momento, observa as reações dos outros clubes prejudicados com a volta isolada apenas no Rio de Janeiro, mas já age nos bastidores. Segundo a coluna de Danilo Lavieri, no UOL Esportes, neste sábado (19), a entidade está falando com os clubes para marcar uma reunião urgente para tratar do assunto.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Na noite de ontem (18), após o anúncio da volta de público no Maracanã, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, foi às redes sociais e se pronunciou contra a medida,  inclusive ameaçando melar o Brasileirão, retirando o Corinthians de campo, caso a medida seja colocada em prática.

“O Corinthians só aceita a volta do público aos estádios se todos os times da Série A tiverem a mesma oportunidade, independente do estado ou cidade. Se não forem as mesmas condições para todos, não entraremos em campo”, escreveu.

Neste sábado, o repórter gaúcho Carlos Lacerda, que cobre o dia a dia do Internacional, publicou em seu Twitter que o presidente do Colorado, Marcelo Medeiros, revelou achar a decisão injusta e que o clube estaria disposto a seguir a decisão do Corinthians e também não jogar a competição caso seja colocado em prática.

Falei com presidente do Internacional Marcelo Medeiros e ele tem o mesmo pensamento do presidente do Corinthians. Clube acha injusto Flamengo ter público e os outros não. Internacional fica inclinado não jogar a competição nesses moldes”.

Imagem: Reprodução

Ainda segundo o colunista do UOL Esportes, embora não tenham se manifestado a exemplo do presidente do Corinthians, Palmeiras, Atlético -MG, Fluminense, Botafogo, Internacional, Grêmio, Ceará e Bahia também são contra o retorno do público de forma isolada. Na opinião deles, quebra a isonomia da disputa e isso trará desequilíbrio ao campeonato, favorecendo os times beneficiados com a medida.

A CBF já havia enviado ao Ministério da Saúde uma proposta de retorno gradual do público aos estádios a partir de novembro e aguarda posicionamento do órgão para conversar com clubes para alterar a regra número um da diretriz técnica do Campeonato Brasileiro, o documento que rege o torneio.

As medidas aqui estabelecidas levam em consideração que a retomada do futebol se dará sem público. Qualquer alteração nesse quadro será devidamente comunicada e este documento será ajustado se necessário for”, diz o texto do documento.

Além da quebra da isonomia (condições iguais para os 20 times), para vários clubes, o Flamengo rompeu o acordo feito no início do Brasileiro. O combinado entre eles era começar debates para o retorno gradual do público apenas em novembro, quando acontece a virada de turno do Brasileirão.

Além disso, faltam acordos e entendimentos em todas as cidades que recebem jogos do Brasileiro – São Paulo, Santos, Bragança Paulista, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Recife e Fortaleza.

Cabe destacar que a liberação de público em eventos cabe a Estados e Prefeituras, levando em consideração o momento da pandemia do coronavírus Covid-19 em cada uma das cidades que recebem os jogos.

Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão

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