O Corinthians voltou a campo na noite deste sábado (16), para enfrentar o Avaí, na Neo Química Arena, em partida válida pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. No duelo, o Timão contou com grande atuação de Róger Guedes, que fez os três gols da equipe na vitória por 3×0.
Após a partida, o técnico Vítor Pereira concedeu entrevista coletiva e falou sobre diversos assuntos relacionados à equipe e ao jogo. O treinador foi perguntado sobre as mudanças que tem feito nas escalações iniciais do Timão nos últimos compromissos.
“O que é experiência. No meu entender, podemos ter 10 anos de experiência e acumular 10 anos fazendo asneiras. Isso não é experiência. Para mim, é, quando vivenciamos determinada situação, somos confrontados com os problemas, refletimos em conjunto e chegamos à conclusão de que, chegar a uma semifinal, no caso contra o São Paulo, naquele estado, saímos envergonhados. Porque sabemos que podemos jogar um futebol de muito mais qualidade, muito mais consistente, agressivo. Mas, por incapacidade física, por não ter tido tempo para recuperar e eu ter insistido na mesma equipe, chegamos ao jogo num estado… Experiência é vivenciar isso, perceber o tempo de recuperação dos meus jogadores, que são diferentes de outros que já tive, com médias de idade mais baixas e recuperação mais rápida“, afirmou.
“A experiência é o saber sobre o saber fazer. O que isso quer dizer? É uma frase da faculdade, que repetiam muito. Só crescemos em experiência quando experimentamos, erramos, se erramos, refletimos, e aí não vamos fazer da mesma forma. Mas tem quem está sempre no campo da teoria, e esses não ganham experiência porque não experimentam o que fazem. Do ponto de vista teórico, sempre têm razão, mas o que acontece? Não são confrontados com a realidade de ter que decidir. Eu experimento, chegamos ao São Paulo e eu decidi ir com a mesma equipe, pensando que era a melhor e eles iam recuperar“, disse o técnico.
“Chegamos completamente mortos. Repeti a equipe e não teve capacidade de recuperar. Eu, porque não tive tempo para perceber a recuperação de todos, imaginei que a qualidade poderia disfarçar alguma incapacidade física. O que aconteceu? Perdemos bem, fomos eliminados na semi. A seguir, não posso cometer o mesmo erro. Se eu cometer o mesmo erro, vou experimentar a mesma coisa. Tenho que aprender com a experiência. Se aprendi com a experiência, a seguir vou decidir de outra forma. Com um calendário como esse, tomei essa decisão. Até podemos abaixar um pouco o nível, mas mantemos a capacidade de competir. Isso é experiência. Através da falha, vamos fazer de outra forma para ter resultados diferentes“, concluiu Vítor Pereira.
Depois, o técnico falou sobre como mantém os jogadores do elenco motivados, que segundo o treinador, vale tanto para os mais novos como para os mais experientes também.
“Aprendendo com os erros. Eu questiono sempre assim. Vamos imaginar que chamo um dos jogadores à minha sala. Olhando para seu tamanho, seu currículo, o que ganharam, como vou convencer que ele precisa entender que, se não tiver bem para se expressar em campo, vai jogar em um nível que não corresponde a seu nível e será criticado, naturalmente, porque aqui se cobra. Se vou ao campo cansado, não consigo pressionar, fazer movimentos, entrar nos espaços, não tenho energia. Naturalmente, não é essa imagem que querem ter. Um jogador que já ganhou tudo, o que pretende no fim de carreira, é reconhecimento. Joga para ouvir as pessoas que, apesar da idade, está bem, consegue ajudar. É assim que tento convencê-los. Porque quando vão a campo e estão cansados, não conseguem jogar no nível deles. Mas isso, tanto é válido para um mais experiente, quando para um mais novo“, afirmou o técnico português.
“Quando o mais novo joga 90 minutos e o duelo exigiu muito, passando três dias ele vai ao jogo, com 60 minutos cai o nível. Estou pensando em dois jogadores, não vou dizer quem são. Estava pensando em um no primeiro exemplo, agora em outro. Um mais experiente e outro jovem. O que quero dizer com isso? Se não estivermos disponíveis fisicamente, podemos até disfarçar um pouco com experiência e nível técnico, mas o andamento, a rotatividade, vê-se que não está bem. E eles querem jogar no nível deles. Se querem jogar no nível deles, ser reconhecidos e ouvir elogios, é melhor descansar. É dessa forma que tento que eles percebam a necessidade de descansar”, disse o treinador.
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