Mesmo com o período sem vencer o Campeonato Paulista, Timão é um dos maiores campeões do território nacional
Após levantamento feito pelo jornalista Diego Salgado, do portal UOL Esporte, a teoria de que “o Corinthians nasceu em 1990” foi por água abaixo, afinal foram contabilizados os torneios de maior relevância faturados pelos quatro maiores clubes de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos).
Fundado em 1910, o Corinthians conquistou seu primeiro título no futebol em 1914, quando ergueu a taça do Campeonato Paulista e, desde então, empilhou taças ao longo de sua história. Vale lembrar que o campeão estadual em 1914 e 1916 não disputou competições oficiais em 1915 por boicote da Associação Paulista de Esportes Atléticos, que consistia em não permitir que equipes de operários disputassem torneios oficiais ao lado de equipes da elite. Tal boicote ficou conhecido como “Golpe da APEA”. O episódio proporcionou protesto do Timão, que criou a tradicional camisa preta com finas listras brancas na vertical, como forma de protesto, em vitória sobre a Atlética Caçapavense por 2 a 1, em 1915.
Em seus primórdios, Timão goleou o Santos, na Vila Belimiro, por 11 a 0, na maior goleada da história do clube até hoje.
Foto: Reprodução
Desmitificando o jargão criado por rivais de que o Corinthians ganhou espaço apenas em 1990, é válido esclarecer que o Campeonato Paulista possuía importância infinitamente maior do que nos dias atuais, tendo em vista que era o torneio mais nivelado nas décadas passadas, com intensos duelos entre equipes da capital e do interior, onde foram formados grandes ícones da história do futebol, como por exemplo, Sócrates, que iniciou sua trajetória no Botafogo-SP, dentre outros. Maior vencedor do Paulistão, o Timão sagrou-se tricampeão da competição em 1922/23/24, em 1928/29/30 e 1937/38/39 no século passado.
Já na década de 1950, liderados por Cláudio, Luizinho e Baltazar, um dos maiores esquadrões da história do clube fez história e encantou o mundo. O Esquadrão Mosqueteiro – como ficou conhecido na época – faturou o Paulista de 1952 e foi convidado para a disputa da Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, no ano seguinte, com equipes como AC Roma e FC Barcelona na disputa, além do anfitrião Caracas XI. O torneio consistia em duelos entre as equipes em turno e returno, onde quem mais pontuasse, levantaria a taça. O Timão, com vitórias sobre a italiana Roma (1 a 0 e 3 a 1), sobre os espanhóis, favoritos no início do torneio (3 a 2 e 1 a 0) e sobre os afitriões (2 a 1 e 2 a 0), foi campeão incontestável com 100% de aproveitamento. Assim como em 2017, o Corinthians era considerado como a “quarta força” da competição e , após a conquista, foi aclamado em sua volta ao Brasil. Importante deixar claro que o Sport Club Corinthians Paulista jamais buscou reconhecimento em entidades máximas do futebol para oficializar o torneio como Mundial de Clubes e derivados, apesar de o torneio ter caráter internacional e contar com as mais fortes equipes do mundo na época.
É de suma importância valorizar também os cinco títulos do Torneio Rio-São Paulo conquistados pelo Timão, uma vez que, antes de 1970, o país enfrentava problemas de locomoção, onde não era possível organizar competições nacionais de grande porte e com equipes de todo o país dadas as dificuldades de locomoção na época. O torneio regional, com as equipes mais fortes do Brasil, reunía craques do país todo. Não à toa, um dos eventos mais aguardados nas décadas passadas era o amistoso entre as seleções de Rio e São Paulo. Por incrível que pareça, o torneio possuía até mesmo caráter nacional, justamente pelos motivos citados acima.
Ainda na década de 50, o Timão faturou o importantíssimo Paulista de 1954, edição que celebrou o IV Centenário da cidade de São Paulo. O Corinthians sagrou-se campeão contra o supersticioso Palmeiras após empate em 1 a 1, em jogo que o rival apelou para o sobrenatural e atuou de azul, sem sucesso. O título alvinegro rendeu até música, onde um dos trechos afirmava que o “Corinthians, por cem anos serás o campeão”.
Em 1955, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), atual CBF, organizou a Taça Charles Miller, também com caráter internacional, semelhante à Copa Rio de 1951 e 1952, com a participação do poderoso Benfica (POR), futuro campeão da Liga dos Campeões da Europa. Após bater Palmeiras e Benfica, o Timão faturou mais um torneio internacional, porém, como um clube correto e ímpar, não busca reconhecimento da conquista nos dias de hoje.
Fechando a década vitoriosa, o Corinthians venceu a Taça do Atlântico, de caráter continental, após eliminar Danúbio (URU) e os rivais Santos e São Paulo. A competição, que contava com as principais equipes da América do Sul, curiosamente não teve uma final, pois o Boca Juniors (ARG) negou-se a vir até o Pacaembu para duelar contra o Timão. O título, portanto, foi dada ao Sport Club Corinthians Paulista, proclamado campeão da competição pela IFFHS e pela RSSSF
Assim como todos os clubes de futebol do mundo, o Corinthians viveu período de seca nas décadas de 60 e 70, mas engana-se quem pensa que o clube ficou quase 23 anos sem gritar “É campeão!”, afinal o Timão faturou o Torneio Rio-São Paulo de 1966, onde dividiu a conquista com o Santos e os cariocas Botafogo e Vasco, por conta da Copa do Mundo daquele ano. O regional, portanto foi interrompido e as entidades responsáveis na época optaram por encerrar o torneio dividindo a taça entre as equipes com as melhores campanhas.
Mais recentemente, o Corinthians conquistou a pouco mencionada Supercopa do Brasil de 1991. Campeão Brasileiro em 1990, o Timão disputou o título contra o Flamengo, campeão da Copa do Brasil do mesmo ano. O Todo Poderoso sagrou-se campeão do torneio após bater o rubro-negro de Marcelinho e Luxemburgo por 1 a 0 no Morumbi, com gol de Neto. O Corinthians obteve o direito do mando de campo do decisivo duelo por ter faturado o Brasileirão no ano anterior.
Com as conquistas ao longo de toda a sua história, o Corinthians lidera o ranking de títulos conquistados ao longo de sua história, embora a Fiel Torcida tenha crescido mais durante o período apontado por muitos como o mais crítico da história do clube, na década de 60, o que rendeu a alcunha de “Fiel”.
Mesmo líder no ranking mencionado acima e com sua Fiel Torcida crescendo cada vez mais, comprova-se, à cada dia, que o corinthiano definitivamente não vive de títulos. O corinthiano vive de Corinthians.
Por Redação Central do Timão
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Sensacional Garoto! Vc está voando!
Parabéns!