Muita confusão e título: 21 anos de um dos dérbis mais ‘loucos’ da história

Edílson sacramentou o empate e ‘decretou’ o final do jogo após embaixadinhas; relembre

20 de junho de 1999, o século XX estava no fim, mas a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras vivia momentos quentes. As equipes haviam se enfrentado pelas quartas-de-final da Libertadores, com a vitória dos alviverdes. Agora, outra decisão, a do Campeonato Paulista.

Corinthians x Palmeiras, 1999
Paulo Nunes e Nenê pelas quartas-de-final da Libertadores, confronto que já ‘esquentou’ a rivalidade.
Foto: MARIE HIPPENMEYER/AFP via Getty Images

No dia 13 de junho, na disputa da primeira partida da final, o Corinthians venceu por 3×0 o time misto do rival, que preparava para a decisão da Libertadores. No dia 16, o alviverde venceu o Deportivo Cali e ficou com o título. Além disso, os palmeirenses entraram em campo com os cabelos pintados de verde, em uma clara provocação ao Timão.

Desde o início, o confronto já estava tenso, perante à ‘brincadeira’ dos palmeirenses. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Marcelinho abriu o placar para o lado preto e branco. Porém, nos cinco minutos seguintes, Evair marcou dois e virou o jogo. O resultado ainda dava o título para o Corinthians.

Corinthians x Palmeiras, 1999
Disputa de bola na finalíssima, em 20 de junho de 1999.
Foto: MARIE HIPPENMEYER/AFP via Getty Images

Por mais que o Palmeiras tentasse, não conseguiu aumentar o placar. Já aos 28 minutos do segundo tempo, Edílson marcou o gol corinthiano e empatou a partida. A partir daí, o alviverde teria que golear o Corinthians para sair com o título, deixando a taça ‘na mão’ dos alvinegros.

Dois minutos depois do gol, o autor do tento, Edílson, ‘o capeta’, pega a bola quase na lateral do meio de campo e ‘peteca’ algumas embaixadinhas. Toda a tensão daquele 1999 cheio de rivalidade encontrara o estopim. O resultado: uma briga generalizada no gramado do Morumbi.

Chutes para um lato, tapa na cabeça para outro e goleiro caindo no vestiário; a confusão marcou época. Perante tamanha violência, o árbitro Paulo César de Oliveira resolve encerrar o jogo com 75 minutos de disputa. O Corinthians sagrava-se campeão paulista do último torneio estadual do século.

História das embaixadinhas
Emabaixadinhas de Edílson
Foto: Caio Guatelli / Estadão

Segundo Vampeta, meia corinthiano na época, Edílson planejou aas embaixadinhas ainda no vestiário.

“Aquela confusão, aquelas embaixadinhas, foi tudo planejado. Eu me lembro que, durante um treino em Atibaia, o Edílson falou: ‘nós temos que devolver a gozação para os caras’. O Dinei falou ‘pô, então vamos imitar a Tiazinha, a Feiticeira’, porque era assim que o Paulo Nunes costumava fazer“, declarou Vampeta à Jovem Pan, que ainda explicou a ideia de Edílson.

“Daí o Edílson disse ‘isso aí não. Só me avisem quando estiver para acabar o jogo, que eu vou cruzar o campo fazendo embaixadinha, independentemente do placar’. E ele fez, o jogo estava 2×2, gritaram do banco que faltavam 15 minutos para acabar, e o Edílson fez as embaixadinhas. Aí o pau quebrou“, finalizou Vampeta.

Em participação no ‘Desimpedidos’, canal do YouTube, Edílson relembrou o fato, ainda em 2019.

“Eu fazia aquilo nos treinamentos. Eu sempre gostei de ficar petecando a bola, fazer embaixadinha. O Palmeiras tinha sido campeão da Libertadores na quarta-feira e a gente tinha ganhado o primeiro jogo de 3×0. O Palmeiras tinha que ganhar da gente de quatro, o que era muito difícil. Quando eles ganharam o jogo da Libertadores, ficaram dizendo que o Paulista não valia de nada, ‘Paulistinha’. Eles tem essa mania de ‘Paulistinha'”, disse o ex-jogador.

Ficha técnica do jogo
Palmeiras 2×2 Corinthians
20 de junho de 1999
Morumbi
Campeonato Paulista, Final – Volta
Palmeiras: Marcos, Arce, Roque Júnior, Cléber, Júnior, Rogério, Zinho, Alex (Agnaldo) (Galeano), Paulo Nunes, Oséas e Evair. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Corinthians: Maurício, Índio, Gamarra, Nenê, Silvinho, Rincón, Vampeta, Ricarinho, Marcelinho, Edílson e Fernando Baiano (Dinei). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Gols: Marcelinho (34′), Evair (36′ e 39′) e Edílson (73′).

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Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão

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