Um dos pontos de maior divergência entre os clubes para a criação da Liga Brasileira, a “cláusula de garantia” para Corinthians e Flamengo deve ser retirada pela Libra. Esse item incomodava não só membros da Liga Forte Futebol, mas também integrantes do próprio grupo, como o Palmeiras.
De acordo com o colunista Danilo Lavieri, do UOL Esporte, todos os clubes do Brasileirão de 2025, o primeiro organizado pela Libra, terão direito a receber, ao menos, o mesmo valor de receitas de transmissão que embolsam na edição de 2023, de forma proporcional. A “cláusula de garantia” dava esse direito apenas para Corinthians e Flamengo – entenda abaixo.
Mesmo assim, Corinthians e Flamengo seguirão recebendo mais do que os demais clubes. Agora, no entanto, Timão e Rubro-Negro assumem o mesmo risco dos outros, sem o benefício da garantia e com algum eventual prejuízo sendo distribuído aos outros 18 participantes da Libra.
A Libra acredita que essa cláusula não deve chegar a ser utilizada, mas precisa estar no contrato por uma segurança jurídica. A expectativa do bloco é de que as receitas do Brasileirão de 2025 sejam maiores em relação à edição de 2023.
O modelo, então, teria 40% do valor dividido igualitariamente entre os clubes, 30% conforme a audiência e outros 30% de acordo com a classificação final. Em caso de uma receita superior a R$ 4 bilhões, essa divisão seria alterada para 45-30-25. A diferença máxima de um valor recebido de um time para outro seria de 3,3 vezes.
Mas, afinal, o que é a “cláusula de garantia”?
A proposta para criação da Libra diz que Corinthians e Flamengo teriam direito a manter o mesmo valor recebido nos contratos atuais de direitos de transmissão no período de cinco anos de transição, entre 2025 e 2029, se a distribuição das cotas de receita de TV na nova liga ficasse abaixo do que ambos embolsam atualmente. Isso porque os clubes têm as duas maiores torcidas do país e, consequentemente, mais audiência.
No começo deste mês, o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, disparou críticas contra a cláusula, algo definido pelo dirigente como “ponto muito difícil de se acertar”. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também já se manifestou contra o item.
“O Atlético tem desempenhado muito, assim como outros times, para tentar a união dos dois blocos. Existe um ponto muito difícil de se acertar, que é a cláusula de garantia ao Flamengo e ao Corinthians“, disse Sérgio Coelho, em entrevista ao ge.globo.
“Nós, da LFF, não concordamos com isso. Assim como a Leila (Pereira, presidente do Palmeiras) percebeu e não aceita também. E acredito que outros clubes da Libra deveriam acompanhar esse raciocínio. Se eles perceberam e estão de acordo, então paciência…”
“Só existirá uma liga no futebol brasileiro se os 40 clubes se unirem. Sem essa união, não existe liga (…) A liga do futebol brasileiro tem que ser os 40 clubes, 20 da Série A, outros 20 da Série B. E com capacidade de organizar os Brasileiros das duas divisões, vender as propriedades juntos. Se não for dessa forma, as associações (LFF e Libra) não irão organizar seus campeonatos. Cada associação venderá seus direitos em blocos“, concluiu Coelho.
Quais são os clubes integrantes da LFF e da Libra neste momento?
Libra: Corinthians, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
LFF: ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
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