Lendário presidente do Corinthians, Vicente Matheus nascia há 112 anos

Foi o comandante nos anos difíceis de seca de títulos, mas também nos anos de duas das principais conquistas do Corinthians: o Campeonato Paulista de 1977 e o Campeonato Brasileiro de 1990

Foto: Reprodução TV Cultura

Imigrante espanhol, nasceu em 28 de maio de 1908, num pequeno município da província de Zamora na Espanha. Um dos 11 filhos de Luís Mateos Encarnación (português) e Mangloria Valle Sánchez (espanhola), chegou ao Brasil aos seis anos de idade. De origem pobre, humilde, ajudava os pais no armazém da família, mas as coisas começaram a melhorar quando sei pai arrendou uma pedreira, segundo consta no livro “Quem sai na chuva e para se queimar”, que relata sua vida.

Ajudava o pai, carregava pedras, quebrava-as e, por fim, passou a cuidar dos pagamentos. Quando o pai morreu, herdou naturalmente a administração do negócio. Quando o pai morreu, assumiu o sustento da família.

“Nunca tive tempo pra estudar”, dizia.

Na década de 30, sua empresa venceu licitações para pavimentar as ruas de São Paulo, entre elas a rua São Jorge, que liga a avenida Celso Garcia até o portão de entrada do Parque São Jorge. O Corinthians já havia se mudado da Ponte Grande para o local. Foi quando Vicente Matheus, que já tinha identificação com o clube, mudou-se para o Tatuapé, para ficar perto do Corinthians. No ano seguinte tornou-se sócio do clube, e naturalmente chegou ao conselho.

Em 1954, ano da histórica conquista do Paulista do IV Centenário de São Paulo, tornou-se diretor de futebol. Iniciava-se assim na vida política do Parque São Jorge e em 1959 elegeu-se presidente pela primeira vez.

Foto: Reprodução

Foi o comandante nos anos difíceis de seca de títulos, mas também nos anos de duas das principais conquistas do Corinthians: o Campeonato Paulista de 1977, que encerrou um jejum de quase 23 anos sem taças no Estadual, e o Campeonato Brasileiro de 1990, o primeiro nacional de relevância do clube. Apesar da fama de pão duro, é incontável a fortuna que ele doou ao Corinthians. Dizia que o dinheiro era do Corinthians, não era dele para gastar como quisesse.

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Como presidente, Matheus fez de tudo para o Corinthians ganhar títulos. Contratou craques, buscou técnicos experientes, caçou sapos enterrados no Parque São Jorge (acreditando que o jejum era motivado por algum “trabalho”) e chegou até ser radical mandando para o Fluminense o maior jogador do time (e do clube), Roberto Rivellino, após o time perder a decisão do Campeonato Paulista de 1974 para o Palmeiras. Dizem que sofreu com essa decisão, mas, que queria ver o Corinthians bem. 

“Ele era um homem que acima de tudo amava o Corinthians. Fazia tudo pelo Corinthians e, apesar do que muitos pensam, administrava com a razão e não com a emoção”, disse José Teixeira, que foi técnico, auxiliar-técnico e coordenador do clube alvinegro.

Foto: Reprodução de acervo pessoal

Dizia que amava mais o Corinthians que sua própria família.

“A ser exata, o Vicente se resume a uma palavra, Corinthians”, dizia a esposa, Marlene Matheus.

Rico, humilde e carismático, dono de um bom humor inesgotável, grande frasista e apaixonado pelo Corinthians, vez ou outra soltava pérolas que se tornaram lendárias com o passar dos anos.

Vicente Matheus foi presidente do Sport Club Corinthians Paulista por vinte anos durante vários mandatos não consecutivos de 1959 a 1991. Em suas gestões, o clube foi campeão Paulista nos anos de 1977, 1979 e 1988 e campeão Brasileiro em 1990.

Faleceu em 8 de fevereiro de 1997, aos 88 anos, de problemas cardíacos.

“Fiel à sua nação até a morte”Esta é a frase que está na lápide do mais icônico e amado presidente da história do Corinthians, e resume bem quem ele foi.

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Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão

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