Clube e banco estatal terão mais dois meses para chegarem a um acordo amigável
Na última sexta-feira (08), o juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo, suspendeu até julho a ação movida pela Caixa Econômica Federal contra o Corinthians, referente à dívida do financiamento da Arena.
Assim, as partes têm até 7 de julho para chegarem a um acordo amigável. Durante esse período, o Corinthians tem o benefício de não precisar pagar as parcelas do financiamento.
Desde o ano passado, Corinthians e Caixa dialogam em busca de um acordo para o impasse. Assim, tendo em vista o interesse das partes em obter um fim consensual da execução, por duas vezes a Justiça determinou sua suspensão, estando o processo aguardando o desfecho do acordo que está sendo costurado.
As conversas já renderam grandes alinhamentos, destacando-se o alongamento do prazo para pagamento, que era até 2028 e vai se estender até 2032, o que deve ser mais estendido ainda, por causa da paralisação dos campeonatos. Outro acordo feito previamente foi a diminuição do valor das parcelas (atualmente R$ de 5,7 milhões mensais) nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, quando existem menos jogos na Arena Corinthians.
Porém, um dos temas que ainda travam a finalização do acordo, é o pagamento ou não da multa judicial, no valor aproximado de R$ 50 milhões, decorrente do atraso das parcelas. O clube entende que ela não teria que existir, já que não considera ter ficado inadimplente.
O diretor financeiro do Corinthians, Matias Romano Ávila, explicou recentemente em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, que em 2018, acertou com diretoria da Caixa que pagaria uma parcela menor nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, época em que a Arena não arrecada. Ocorre, que, com a mudança de governo (Federal), o contrato foi feito, mas não foi assinado. Com a mudança de direção do banco, o acordo formulado com a diretoria anterior foi ignorado.
O Corinthians fazia os pagamentos conforme havia acordado, mas o banco não considerou e utilizou o valor pago para amortizar a parcela cheia (R$ de 5,7 milhões). A Caixa cobra também, as parcelas dos meses de junho e julho, em que a Arena recebeu partidas da Copa América, e considera, assim, seis parcelas em aberto.
A Caixa emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. Mais de R$ 175 milhões já foram pagos. O Corinthians afirma que, mesmo considerando juros e correção, a dívida com a Caixa é de R$ 487 milhões. Já o banco, diz que o valor é superior a R$ 520 milhões.
A crise econômica provocada pelo novo coronavírus traz às conversas entre Corinthians e Caixa uma nova pauta. Sem bilheterias, eventos e outros serviços que arrecadam dinheiro na Arena, o Clube espera conseguir, junto ao banco, uma carência para que possa se reorganizar e voltar a pagar as parcelas do financiamento do estádio.
Por Redação da Central do Timão
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