Durante sua participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que aconteceu na noite de segunda-feira (09), o ídolo do Corinthians, Walter Casagrande Júnior, opinou sobre os recentes episódios de violência no futebol.
“O racismo, as violências, sempre aconteceram, só que antigamente não tinham visibilidade. Não tinha internet, celular, não se gravava ou filmava nada. Hoje se filma, então nós estamos ficando assustados porque nós começamos a ver a situação, mas essa situação está muito grande. As pessoas perderam o medo de ser racistas, perderam o medo de jogar uma bomba no ônibus de um time, perderam o medo de ficar imitando um macaco dentro de um estádio de futebol, seja aqui ou fora”, ponderou o comentarista da TV Globo.
“O jogador de futebol precisa começar a comentar isso. Os jogadores, os clubes, confederações e federações têm que se posicionar, parar um campeonato. Aqui não pode parar porque envolve grana, tem que ganhar dinheiro. No ataque ao ônibus do Bahia e do Grêmio, tinha que parar o campeonato, tinha que ficar rodada sem jogar, pelo menos.”
O ídolo do Corinthians também relatou um episódio de violência sofrido por ele e pela equipe da Globo antes de um jogo no estádio Nilton Santos (Engenhão), no Rio de Janeiro.
“Jogo entre Botafogo x Corinthians, fomos fazer a abertura do Campeonato Brasileiro e ficamos presos no meio da torcida do Botafogo. Nosso carro parado no meio da torcida. Eu já passei por isso várias vezes, né? De chacoalharem o carro, tapa no vidro e tal. Parecia que ia estourar o carro. Então, para quem comenta, para quem vai cobrir os jogos, é um risco muito grande, porque o jornalista hoje é um alvo, independentemente de que segmento venha o jornalista, ele é um alvo.”
Recentemente, o Corinthians também se posicionou contra a violência no esporte e lançou uma campanha de conscientização, idealizada pelo presidente Duílio Monteiro Alves e intitulada #FutebolSemÓdio. A ideia surgiu após alguns jogadores do clube e suas famílias serem ameaçados de morte em decorrência dos resultados do time em campo.
“Não podemos mais permanecer imóveis diante de um contexto que ameaça todos os clubes e jogadores. É preciso que a sociedade reflita sobre qual futebol quer para si, para suas famílias, para o presente e para o futuro”, afirmou o presidente do Corinthians.
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