Na tarde de 18 de agosto de 1926, o então presidente do Corinthians, Ernesto Cassano, assinava, no 6º Tabelionato de Notas de São Paulo, a escritura de compra de 45 mil metros quadrados no Tatuapé, a primeira gleba do Parque São Jorge. O local se perpetuou como sede social do Corinthians, e passou a ser chamado de “Fazendinha”, por ser situado em local repleto de árvores e ao lado do Rio Tietê, ainda despoluído.
No terreno, já havia um campo de futebol com arquibancadas, praça de esportes, campo de tênis, salão de dança e bar. A inauguração aconteceria dois anos depois, em 22 de julho de 1928, em partida contra o América-RJ, diante de dois mil torcedores, e que terminou empatada em 2 x 2.
Desde então, o Corinthians fez 469 partidas oficiais, com aproveitamento de 74%: 347 vitórias, 60 empates e 62 derrotas. O Timão marcou 1.321 gols e sofreu 480. O último jogo foi no dia 3 de agosto de 2002, com vitória de 1 x 0 diante do Brasiliense.
O gol mais rápido da história do estádio foi justamente o seu primeiro: De Maria abriu o placar para o Timão contra o América-RJ com 29 segundos de jogo, em marca nunca superada até aqui. Já o primeiro título viria naquele mesmo ano: o Corinthians derrotou a Portuguesa e faturou a taça do Campeonato Paulista de 1928.
O Corinthians acertou a compra do local, por 750 contos de réis, dos vendedores Assad Abdalla e Nagib Salem, simpatizantes do Esporte Clube Sírio, e teria 12 anos para pagar. De acordo com o livro “Coração Corintiano”, de Lourenço Diaféria, o balancete do clube mostrou o pagamento de 65 contos em 1926, nada em 1927, 50 contos em 1928, 55 contos em 1929, 60 contos em 1930, 65 contos em 1931 e 45 contos em 1932.
No primeiro semestre de 1933, o clube pagou outra parcela de 60 contos e já somava 400 contos do pagamento, em sete anos, restando ainda 350 contos para completar a conta. No mesmo período, 439 contos haviam sido investidos em benfeitorias no local.
No entanto, 11 anos após a compra, um ano antes do acertado, com ajuda de Alfredo Schürig, o time quitaria o local. Em 5 de abril de 1937, pagaria 210 contos de réis, com juros, para ficar definitivamente com a área.
De 1927 a 1933, período em que se tornou presidente e o clube quitou sua compra, Schürig desembolsou 227 contos, 375 mil e 100 réis. Com isso, o clube cresceu, quitou o terreno e terminou as obras em seu estádio, que ganharia o nome do benfeitor presidente.
Não existem registros de grandes envolvimentos de Schürig com o futebol. Mas foi nas suas mãos que o Corinthians constituiu um grande patrimônio, transformou-se em um clube poliesportivo, passou a participar das regatas, e houve um grande crescimento no número de associados do clube.
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Atualmente, a área da Fazendinha tem mais de 158 mil m², e abriga o maior conjunto aquático brasileiro, bosques arborizados, ginásios poliesportivos, playground, quadras, espaços para eventos e completa estrutura para alimentação com restaurante e lanchonetes.
Conta ainda com uma academia completa, locais para práticas desportivas, teatro e o Memorial do Corinthians com a exposição permanente de diversos materiais da história do Alvinegro paulista. Além do Estádio Alfredo Schürig, utilizado pelas categorias de base de futebol masculino e pelo futebol feminino.
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