Nascido em Nápoles, no sul da Itália, em 1º de abril de 1883, Raffaele Perrone de nascimento, também grafado como Raphael Perrone/Rafael Perrone ou Rafael Perroni, fixou residência na cidade de São Paulo, quando, no começo do século XX, sua família imigrou da Itália para o Brasil.
Sapateiro de profissão, Rafael também era zagueiro no time de várzea Botafogo, do Bom Retiro, que cedeu muitos dos primeiros jogadores e ídolos do Corinthians, como Neco, Amílcar Barbuy, Francisco Police, Fulvio Benti, Casemiro Gonzalez, César Nunes (irmão de Neco), Davi, João Pizzocaro, José Apparício Delgado, Rafael Apparício Delgado e Sebastião.
Em 1º de setembro de 1910, Rafael (sapateiro) e seus amigos Joaquim Ambrósio e Antônio Pereira (pintores de parede), Anselmo Correia (cocheiro) e Carlos Silva (trabalhador braçal da linha férrea) fundaram o Sport Club Corinthians Paulista.
Os cinco fundadores ainda contaram com o apoio de outras oito pessoas: Miguel Battaglia (1º Presidente), Alexandre Magnani (2º Presidente), Salvador Lopomo, Antonio Vizzone, Emilio Lotito, Antônio Nunes, César Nunes e Jorge Campbell, também considerados sócios-fundadores do Corinthians.
Eles provavelmente não sabiam o quanto afetariam a vida de milhões de pessoas no país. Para eles, era só uma diversão para as tardes de domingo, mas estavam, na verdade, criando o único grande clube brasileiro de origem operária.
Antonia Perrone, sua primeira esposa, foi a costureira que, em 1913, teve a honra de bordar nas camisas o lendário e primeiro símbolo do Timão, o CP — Corinthians Paulista. Mais tarde, a primogênita do casal, Amélia Perrone, foi conselheira do Corinthians.
No clube que ajudou a criar, Rafael Perrone foi zagueiro, o primeiro capitão e ainda treinador. Comandou o time em campo em 18 oportunidades e participou de oito vitórias, um empate, duas derrotas e sete partidas com resultado desconhecido. Ele também participou do primeiro jogo da história do clube: União da Lapa 1 x 0 Corinthians. Sua carteirinha está marcada com o número 3, de sócio-fundador.
Antes de morrer em 1959, Rafael Perrone vendeu parte de seus bens e doou ao Corinthians. Em 2018, seus familiares, em gesto semelhante ao do fundador alvinegro, decidiram doar alguns objetos pessoais, documentos e a carteirinha de sócio-fundador ao museu do Corinthians. A cerimônia foi realizada no átrio da Neo Química Arena, em dia de jogo do Timão, com a presença dos netos de Rafael, que foram homenageados pelo Departamento Cultural do clube e receberam das mãos da então vice-presidente, Edna Murad, uma placa de honra.
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