Na última segunda-feira, 1° de julho, Igor Ribeiro, Gerente de Comunicação Institucional do Corinthians, foi desligado do clube. A saída foi divulgada pelo próprio profissional em seu perfil oficial no Linkedin, rede social focada em assuntos profissionais. Além de se despedir, o ex-membro da diretoria corinthiana fez um desabafo.
Em seu texto de despedida do Corinthians, Igor Ribeiro criticou a gestão de Augusto Melo e apontou ingerência por parte da diretoria que assumiu o clube em 2024, tirando a autonomia de seu trabalho no departamento. O profissional alegou que suas ideias para ações no setor não eram ouvidas e que decisões foram “empurradas goela abaixo” por um pequeno grupo dentro da instituição.
Além disso, o ex-gerente de comunicação do Corinthians apontou que o comportamento adotado pela nova gestão gerou um impacto negativo à imagem do clube no mercado, com notícias negativas sendo constantemente veiculadas na imprensa.
Igor Ribeiro continuou o texto dizendo que a atual diretoria vinha entrando em conflito com profissionais responsáveis da mídia e da imprensa, e apontou que, por outro lado, estabelecia parcerias com outras partes “mais questionáveis”, em sua visão. No entanto, apesar das críticas à, Igor elogiou a equipe de profissionais que passaram e estão presentes na comunicação do Timão.
Igor Ribeiro deixa o departamento de comunicação do Corinthians pouco mais de um ano após sua contratação, realizada ainda na gestão de Duilio Monteiro Alves. O ex-gerente de comunicação do Alvinegro Paulista conta com mais de 25 anos de experiência no mercado.
Confira a nota divulgada por Igor Ribeiro:
Bye, Corinthians! Ou melhor… Até logo, Parque São Jorge. Pois o Timão estará sempre comigo.
Sim, esse ciclo se fechou. Pouco mais de um ano depois de ser contratado para assumir a Gerência de Comunicação Institucional, o clube me comunicou, semana passada, que já não precisa mais dos meus serviços.
Saio com consciência tranquila, ciente que sempre procurei superar as expectativas do cotidiano frenético de um clube de futebol, fossem as demandas internas das dezenas de departamentos; fosse o trabalho junto ao Marketing nas comunicações de projetos e negócios; fossem os alinhamentos de táticas específicas junto às modalidades; fosse o intenso atendimento a imprensa e criadores de conteúdo, principalmente na interface de questões espinhosas que, como se sabe, não foram poucas nos últimos meses.
Posso dizer, sem receio, que os projetos com cronogramas definidos foram entregues com excelência, principalmente porque faziam parte de um trabalho coletivo. Uma equipe talentosíssima, extremamente profissional, que trabalhava arduamente em prol do Sport Club Corinthians Paulista e seus parceiros, e conseguia focar no trabalho independentemente do que se passava nas instâncias superiores. E muitas vezes, apesar de haver gente que a atrapalhasse, não raro interna, não raro intencional.
Não entro no mérito de comparar as gestões, até porque conheci ótimos profissionais em ambas. Testemunhei seu amor e empenho pelo Timão antes e depois, e fizemos parcerias extremamente éticas antes e depois.
Mas nunca antes, nem no Corinthians nem em qualquer outra empresa que trabalhei, vi lideranças literalmente interromperem ou atrapalharem processos e trabalhos que funcionavam, que tinham um racional por trás com resultados comprovados. Poderiam afirmar, claro, que novos chefes podem chegar com ideias melhores que as anteriores e que, assim, mereceriam ser ao menos debatidas ou testadas pela equipe legada. Todavia, esse foi um empenho pontual. Quando começava a se insinuar um modelo mais participativo, ele logo foi tolhido em vez de incentivado. Até poucos tempo atrás, o comportamento vinha sendo quase o mesmo: decisões empurradas goela abaixo a título de puro absolutismo de um pequeno grupo, empoderado e talvez orgulhoso demais para se confessar equivocado.
Imagine só: me converti ao corinthianismo assistindo ao Sócrates jogar, vendo crescer a Democracia Corinthiana. Diante do temperamento atual e ganancioso, faz sentido que qualquer pensamento coletivo fique parecendo uma aberração. (Aliás, esse individualismo histérico tem prevalecido sobre o coletivismo em muitos lugares, instituições e situações, não é? Mas isso é outra história.)
O resultado desse comportamento orientado por viéses vaidosos, individualistas e nada solidários é visível no derretimento da relação do clube com o mercado. E está estampado quase diariamente na mídia.
Estas duas entidades – mercado e mídia – ainda são compostas, em grande parte, por gente muito responsável. E, infelizmente, o clube vinha preferindo entrar em conflitos com as partes saudáveis e estabelecer parcerias com àquelas mais questionáveis. Diante de extenuante pressão pública, algumas mudanças têm se pronunciado. Espero que para o bem.
Para mim, certos valores são inegociáveis. E eles saem do clube comigo. Não perco as esperanças, porém, que logo o Corinthians voltará aos eixos. E, com isso, não me refiro especificamente às vitórias do futebol profissional masculino (embora sejam estas muito benvindas). Mas todo um ecossistema de governança que precisa responder a boas práticas humanas, culturais, comerciais, financeiras, jurídicas e desportivas. Nos últimos dias, havia sinais positivos, e deixo o Coringão confiante em dias melhores. Isso se deve aos excelentes e resilientes profissionais que lá estão (e outros muitos que saíram antes de mim). Deixo a esses amigos meu muito obrigado e levo deles um carinho imensurável, que viverá eternamente em meu coração.
Aos profissionais de comunicação com quem trabalhei dentro e fora do clube, seguem também meus agradecimentos mais que especiais. Tentei estabelecer com vocês sempre uma parceria prioritariamente estratégica, consultiva, muito mais de relações públicas do que de mera assessoria de imprensa. Creio que, na grande maioria das vezes, conquistamos coisas muito boas graças a esse profissionalismo. Em posts separados, aqui mesmo no LI, vou relembrar algumas das conquistas de todo esse time, incluindo aquelas que ficaram um tanto ofuscadas diante do noticiário mais polêmico e urgente.
Um salve especial ao Gilberto Corazza, que me deu esta oportunidade incrível. Ao Jose Colagrossi, que confiou no meu projeto. E aos amigos Bruno Bastida Lopes, Vinícius Alves e @Flavio Ortega que tão bem me acolheram e me ensinaram.
Deixo o clube com emoções várias. Nenhuma é maior que o carinho pelos amigos que fiz e a gratidão que levo para sempre
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