O lateral-direito Fagner foi o escolhido para a tradicional entrevista coletiva do Corinthians nesta terça-feira (24). O jogador fez um balanço sobre a temporada da equipe, se mostrou otimista sobre a evolução da equipe, falou sobre a recuperação da confiança e até sobre voltar à Seleção Brasileira.
Veja os principais tópicos da coletiva de Fagner:
“É como 2014, é um ano de reconstrução. Muitos jogadores chegaram ao clube, começamos o ano com um treinador, a ideia do clube era mudar a filosofia de trabalho, a ideia de jogo. Deu certo por um momento, depois acabou não dando. No futebol, a confiança é muito importante, a gente acabou perdendo a confiança e veio a troca de treinador. Não conseguimos vitórias com o Coelho, que fez de tudo para nos ajudar. Chega o Mancini, já acolhe todo mundo, assim com o Coelho acolheu, e estamos buscando melhorar, fazer com quem as coisas deem certo. Aos poucos, estamos recuperando a confiança, a equipe está evoluindo”.
“A confiança no futebol, o mental do atleta, é tudo. Não é só correr e colocar a bola no pé, ele precisa ter tranquilidade, confiança e respaldo em tudo o que está em volta. A equipe está evoluindo, isso vai nos dando segurança, a gente vai sentindo que a coisa vai andando no caminho certo. Isso nos deixa feliz, temos certeza que vamos, ao longo dos jogos, conseguir vitórias e melhorar na tabela”.
“A gente fica feliz, óbvio, com o desempenho da equipe. Sabemos a dificuldade que foi o jogo, gostaríamos da vitória, mas por tudo o que aconteceu saímos com a sensação de dever cumprido, todo mundo saiu no seu limite. Sabemos da dificuldade que é jogar contra o Grêmio com 11 x 11. Aí você joga com dois a menos e ainda tivemos uma grande chance de sair com a vitória. A sensação do vestiário foi uma sensação de dever cumprido por todas as circunstâncias do jogo, e tínhamos que enaltecer algumas situações que fazem parte do dia a dia. Fico feliz pela minha atuação, mas muito se deve aos companheiros pelo apoio, pela ajuda. O futebol é um esporte coletivo, quando você vai bem não foi sozinho, mas com alguém te ajudando. Eu fico feliz e espero que esse jogo sirva como parâmetro pra conseguirmos as vitórias que nos interessam.”
“A pandemia trouxe algo raro para nós, atletas, que é ficar quatro meses dentro de casa. Normalmente temos jogos o ano todo, isso faz com que tecnicamente as equipes cheguem nessa época do ano já numa fase de controlar a parte física para não ter lesão ou conquistar campeonato. Estamos tendo muitos casos de Covid-19. Você pode perder cinco, seis ou sete jogadores para uma partida, e aí tem que mudar a estratégia. O Brasileiro sempre foi muito equilibrado, mas os visitantes têm dado mais trabalho por não ter a torcida mandante em casa. Esse equilíbrio se dá por vários fatores, citei alguns. É difícil dizer quem vai ser campeão ou vai acabar caindo, está tudo muito embolado. Vai ser jogo a jogo.”
“A gente sabe que precisa vencer, mas, no futebol, não é de qualquer jeito. Você precisa ter organização, uma estrutura montada. A gente conseguiu nesse jogo montar uma organização grande, pela circunstância do jogo. A equipe vem crescendo, e sabemos da importância das vitórias, sabemos dos confrontos que teremos agora pela frente e a importância dos três pontos para sair de uma zona desconfortável e, quem sabe, a partir daí, começar a pensar um pouco mais para frente, porque o campeonato está embolado. Se for pegar a tabela hoje, a diferença do nono para o primeiro time fora da zona é pequena. Duas vitórias te colocam numa situação mais confortável e um ou dois jogos que não ganha te colocam numa situação de perigo. Precisamos saber jogar cada jogo, saber pontuar também, porque não são todos que você vai vencer. Mas ter na cabeça que, mesmo quando não ganha, não pode perder. Precisa ter uma ideia clara, muito decidida do que vamos fazer em campo para sair com as vitórias e tirar o Corinthians dessa situação.”
“Hoje em dia, com redes sociais, as opiniões mudam da noite para o dia, as coisas são rápidas e dinâmicas. Procuro me prender à minha família, sou um cara que sempre me cobrei muito, independente da situação ou do momento. A gente é ser humano, vai ter jogo que não vai dar certo, vão existir esses momentos e minha família estará do meu lado. Com a maturidade procuro manter o equilíbrio e continuar trabalhando, porque nem tudo é céu ou inferno. Se não fizer bom jogo na quarta-feira, a cobrança já volta. O jogo de domingo ficou no passado, agora é se preparar para o jogo de quarta-feira pra poder ajudar o Corinthians”.
“A gente sabe da importância dos dois jogos, duas equipes próximas da gente, jogos de seis pontos. É pontuar, tentar fazer um grande jogo para buscar a vitória e sair dessa situação incômoda. Temos condições de fazer dois grandes jogos, mas pensando num jogo de cada vez, um adversário por vez.”
“A gente sabe da dificuldade que é, num clube grande existe uma pressão grande, sabemos da dificuldade e do risco, mas estamos trabalhando do lado positivo, para evoluir, buscar as vitórias e sair dali o quanto antes. Não adianta ficar se lamentando ou pensando muito, isso só atrapalha. Vamos rodada a rodada para conseguir os pontos, sair daquela parte da tabela e, quem sabe, brigar por coisas melhores”.
“Eu sempre falei, quando todo mundo começou a cogitar que eu poderia ir para a Seleção, que meu foco seria sempre o Corinthians. É óbvio que todo jogador sonha em voltar ou ir pela primeira vez (para a Seleção). Eu venho buscando fazer um bom trabalho no clube, estar bem, ajudar minha equipe, e se acontecer de voltar para a Seleção vai ser por algo bom que eu esteja fazendo no clube”.
Fagner ainda falou com orgulho sobre seu filho Henrique, de 11 anos, ter assinado nesta terça seu primeiro contrato como jogador do Corinthians. Henrique já atuava no futsal de base do Timão e nesta temporada se transferiu para o futebol de campo, atuando na equipe Sub-12.
“É uma felicidade muito grande por ver ele estar sendo federado no clube onde eu também comecei. Estou vendo minha família toda feliz por ele. Ele está no início, como eu já estive lá atrás. Espero que ele possa a partir de agora não ter o nome Fagner por trás dele, mas de Henrique, que o Henrique possa, com sua qualidade e competência, escrever sua história no clube, que chegue no profissional e consiga seus objetivos, escrevendo uma história como Henrique, não só como filho do Fagner.”
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