O ex-zagueiro William ‘Capita’, que defendeu o Corinthians entre 2008 e 2010, participou de uma live no “Canal do Cereto” na última terça-feira (15) e comentou sobre diversos assuntos, incluindo a eleição da melhor dupla de zaga da história do clube.
Ele também deu dicas para João Victor, titular absoluto ao lado de Gil na zaga do Timão desde o ano passado. O ex-companheiro de Chicão ressaltou a alta qualidade técnica do jogador de 23 anos, mas disse para o jovem tomar cuidado com os muitos elogios que vem recebendo, para não parar de buscar evolução em sua carreira.
“Os jogos que eu assisti dele, eu fiquei impressionado com a capacidade técnica dele, com a velocidade e inteligência de jogo. Como ele é um jovem, o maior perigo, eu ouvi isso com 17 anos quando retornei da Seleção, tive um técnico que falou assim ‘William, você joga bem, mas acha que joga mais do que você joga’. Eu gostei muito do que ele falou para mim. A maior armadilha para qualquer profissional é você achar mais do que você é, de fato. Geralmente você estaciona e para de buscar evolução“, disse o ex-atleta.
“Eu acredito que tem que sempre estar melhor amanhã do que está hoje. No caso do João Victor, o perigo são os elogios. Se ele conseguir manter o foco e entender que tem potencial, mas que a cada dia precisa estar provando para poder não só estar no Benfica, mas na Seleção Brasileira, Real Madrid, PSG, Manchester City, e chegar lá e buscar mais, querer ser campeão, bicampeão, tricampeão… Para mim, essa seria a dica para esse menino que vem despontando muito bem no futebol brasileiro.”
William também comentou sobre outro zagueiro oriundo das categorias de base do Timão. Trata-se de Marquinhos, do Paris Saint-Germain, hoje considerado um dos melhores do mundo em sua posição, mas que deixou o Parque São Jorge em 2012 rumo ao futebol italiano sem receber tantas oportunidades do técnico Tite.
Capita, porém, tratou a saída do então jovem Marquinhos há pouco menos de dez anos como normal, já que não era possível saber que o defensor se tornaria um destaque mundial.
“Não dá para ter essa certeza (que um jovem vai ser um dos melhores do mundo), longe disso, ainda mais com essa idade. Mas os indícios são maiores com 20, 21, do que com 14, 15. Essas histórias de atletas que você segura e não dá certo, libera e dá certo, a gente viu, a gente vê e a gente verá. E no caso de venda de atleta, no final das contas passa muito pela decisão da comissão técnica e do jovem.”
“Quando é titular absoluto, o técnico vai brigar com unhas e dentes para segurar o cara. Quando é um jovem, não é titular, você sabe que faz parte do processo de formação, você coloca e ele vai muito bem em dois, três jogos, de repente falha, erra feio… É um processo de maturação, e às vezes o técnico não está focado nesse trabalho. O principal trabalho dele é fazer o time ganhar na quarta e no domingo”, concluiu.
William é considerado peça importante na campanha que culminou com o retorno do Corinthians à Série A do Brasileirão, com o título da Série B de 2008. Além da segunda divisão, o ex-zagueiro conquistou o Paulistão e a Copa do Brasil em 2009 com a camisa alvinegra, se aposentando no ano seguinte, após 161 jogos e quatro gols marcados pelo clube.
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