O técnico que teve uma passagem de seis meses pelo Corinthians em 2000, está internado no Hospital Albert Einstein e luta contra o câncer
O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Hospitalizado desde a semana passada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Vadão, 63 anos, descobriu um tumor no aparelho digestivo no início deste ano. Além disso, o fígado também foi afetado e se complicou nos últimos dias. Por sua condição, não será possível fazer um transplante. O tratamento vem sendo realizado por rádio ou quimioterapia.
Vadão iniciou seu trabalho como técnico no Mogi Mirim de 1991. Com o péssimo resultado no Paulistão de 1991, o presidente Wilson Fernandes de Barros radicalizou: reuniu um grupo apenas com jovens jogadores. Alguns das categorias de base do próprio Mogi Mirim, outros contratados de clubes de menor expressão.
Para comandar a garotada, o escolhido foi Vadão que era preparador físico da equipe. Ele foi convencido pela diretoria a assumir o comando técnico do Mogi Mirim.
Chamou a atenção o esquema tático utilizado por Vadão: o 3-5-2. Com o grupo que tinha em mãos, implantou um sistema de jogo com muita velocidade e que nenhum atleta guardava posição. Os três zagueiros, os alas em linha com os meias e os dois atacantes ainda chocavam muitos. A inspiração era o Carrossel Holandês, que imortalizou o Futebol Total da Holanda na Copa de 1974. A equipe, capitaneada por Rivaldo, Válber e Leto, porém, dava espetáculo a cada partida.
Quem viveu o futebol na década de 90 lembra do Corinthians de 1993. Apesar da frustração de não conquistar nenhum título na temporada, o elenco está no coração e na mente do torcedor Corinthiano que viveu aquela temporada. Após o vice-campeonato paulista, o Corinthians trouxe um pacotão de cinco reforços, quatro deles do Mogi Mirim. O meia Valber, os atacantes Rivaldo e Leto, além do lateral esquerdo Admílson, que haviam feito sucesso no Mogi-Mirim entre 1992 e 1993 com o Carrossel Caipira do técnico Vadão. O goleiro Hugo, do Rio Branco, fechou a lista dos contratados naquela ocasião.
Com a camisa do Corinthians, o desempenho do Carrossel Caipira foi excelente no segundo semestre de 1993. Mesmo sem a conquista de títulos, os atletas tiveram extrema importância na campanha do vice da Copa Rio-São Paulo e especial na campanha do Campeonato Brasileiro daquele ano.
Exatos 45 dias após a traumática segunda eliminação para o Palmeiras nos pênaltis na Libertadores, que ocasionou a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira, o Corinthians retomava sua rotina de jogos. O local escolhido: Paris, na França.
Foi lá, distante da Fiel, a estréia de Vadão como técnico do Corinthians. Convidado pelos franceses para a festa de apresentação do atacante Anelka pelo PSG, o Timão, totalmente desfigurado com a saída de vários jogadores campeões do Mundo, empatou com o Paris Saint-Germain, por 2X2, no Parque dos Príncipes, na capital francesa.
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O time entrou em campo sem alguns craques da temporada anterior – como Dida e Edu já negociados, além de Fábio Luciano e Vampeta, que estavam na Seleção Brasileira. Edílson também já não era mais do grupo, esperando por uma proposta para deixar o clube após brigar com a torcida. Para compensar o previsível desentrosamento, Vadão esperava que o Corinthians explorasse o futebol solidário e competitivo.
Em campo se o atacante Diowara marcou duas vezes, o bom e velho Luizão também repetiu o feito e garantiu o empate corintiano em Paris. O que ninguém esperava era que o segundo semestre fosse tão penoso para o Corinthians, remontando a equipe em meio ao campeonato, e encerrando o ano com uma marca negativa, o maior jejum de vitórias da história do clube.
No comando do Timão, Vadão atuou em 21 partidas. Com apenas quatro vitórias, seis empates e 11 derrotas.
Seu último emprego foi na seleção feminina, durante a Copa do Mundo de 2019. O Brasil avançou para a fase eliminatória, mas foi eliminado pela França. Vadão foi demitido em julho e abriu caminho para a chegada de Pia Sundhage.
Veja os gols de PSG 2 x 2 Corinthians, partida que marcou a estreia de Vadão como técnico do Timão.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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