Na semana passada a Justiça condenou o Timão a pagar R$ 14 milhões ao ex-volante; nesta noite (16), o ex-mandatário fez longo relato através de suas redes sociais, com detalhes do andamento do caso Jucilei em seu mandato
O jogador entrou com uma ação contra o clube ainda na gestão Mario Gobbi,em 2013, mas só nesta terça (09) houve a sentença. O Corinthians parcelou o valor em 18 vezes e já precisa pagar a primeira neste mês de junho.
Jucilei afirmou não ter recebido o valor referente à sua rescisão de contrato para o Anzhi, clube russo que o contratou por 10 milhões de euros. O clube, neste caso, deveria depositar na conta do atleta, o 13º, assim como os salários proporcionais. Jucilei ainda exigia direitos de arena, que recebeu apenas 5%, mas por lei deve ser 20%. Na primeira audiência, em 2014, o Corinthians alegou que não teve participação nos 10 milhões de euros que envolveram a ida de Jucilei para a Rússia.
A partir daí iniciou-se nos bastidores uma verdadeira caça às bruxas, para encontrar o responsável pelo não cumprimento das responsabilidades trabalhistas. Nesta terça (16), ao participar do programa Jogo Aberto, na Band TV, o diretor de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro, alfinetou o ex-presidente Mário Gobbi, provável candidato à presidência do clube, nas eleições de 28 de novembro próximo.
“Mas tem muito um jogo de empurra, quem era oposição, quem era situação, e quem não é mais hoje. O ex-presidente Mario Gobbi coloca sempre que ele era protagonista nos títulos que conquistou. E eu também acho que tem que ser protagonista das contas que não pagou, dos acordos que não cumpriu. Tem que ser protagonista em tudo. Fica fácil você jogar a responsabilidade para o sucessor“, ‘cutucou’ Duílio.
Na noite desta terça-feira (16), Mário Gobbi usou suas redes sociais para publicar o andamento do caso Jucilei em sua gestão. Veja abaixo, na íntegra:
“Jucilei, Corinthians e J. Malucelli – Fakes & Fatos
Nos últimos dias, o meu nome tem sido indevida e lamentavelmente ligado a um processo do J. Malucelli contra o Corinthians por conta da venda dos direitos federativos do atleta Jucilei. A ação movida pelo clube paranaense foi motivada pela falta de anuência na venda do jogador, como constava em contrato, em fevereiro de 2011 – portanto, em um período que eu já não fazia mais parte da administração do clube, pois fui diretor de futebol de dezembro de 2007 a dezembro de 2010, e presidente de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015.
O único envolvimento da minha gestão neste caso é o recebimento de apenas parte do pagamento dos direitos do Jucilei, no dia 29 de fevereiro de 2012, no valor de R$ 11.428.000,00; e o repasse de R$ 4.800.000,00 ao J. Malucelli. A quantia de R$ 914 mil foi segurada, pois, se somada, ultrapassaria os 50% líquidos que a equipe paranaense tinha direito por contrato, descontadas as despesas de comissão, taxas, impostos, etc.
Mais de três anos depois, no dia 22 de maio de 2015, o J. Malucelli distribuiu a ação na Justiça do Paraná pedindo indenização, em um valor aproximado de R$ 5 milhões, por perdas e danos por conta descumprimento do contrato que obrigava a anuência na transferência, repasse a destempo e descontos indevidos (como não participou da negociação em 2011, o clube paranaense não aceitou o desconto, feito nas duas parcelas de recebimento, em 2011 e em 2012, das despesas de comissão, taxas, impostos, etc). No dia 22 de novembro de 2016, exatamente 18 meses após a ação ter sido distribuída, a sentença foi de improcedência. Em março de 2018, um recurso do J. Malucelli foi provido no Tribunal por maioria. Em agosto de 2019 foi certificado que o Corinthians não interpôs os recursos de Agravo em Recurso Especial e Agravo em Recurso Extraordinário, tendo o processo transitado em julgado em 09 de agosto de 2019.
Duas semanas depois, em 23 de agosto de 2019, o J. Malucelli ingressou com a execução da quantia de R$ 13.931.138,83 (valor da ação e dos honorários sucumbenciais com atualização e correção monetária, além de juros de mora). Continua nos comentários…
Em outubro de 2019, foi certificado que o Corinthians recebeu intimação para pagar a dívida e não pagou, havendo a incidência de multa de 10% sobre o saldo devedor total, apresentado cálculo atualizado de R$ 16.969.779,67 e pedido de penhora de verbas da Globo, CBF e BMG.
No dia 09 de dezembro, um acordo foi celebrado com o valor de R$ 14.437.00,00, em 13 parcelas ao J. Malucelli, sendo a primeira de R$ 1 milhão já penhorada da Globo, e
R$ 3.519.000,00, em cinco parcelas ao escritório de advocacia, com multa de 20% e vencimento antecipado em caso de nova inadimplência.
Em fevereiro de 2020 o J. Malucelli e o advogado do clube paranaense denunciam que o Corinthians não pagou a segunda parcela vencida, em 31 de janeiro de 2020. O Corinthians é intimado a pagar sob pena de multa. Em março, o J. Malucelli denuncia novo descumprimento, da terceira parcela e do pagamento menor da segunda parcela.”
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Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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