Especialista em finanças avalia risco e diz que Corinthians “não pode se dar ao luxo de errar”

  • Por Tatiane Vidal / Redação da Central do Timão

O sócio da Sports Value, Amir Somoggi, especialista em estudos de finanças dos clubes brasileiros, concedeu entrevista para o LANCE!, avaliando a incompatibilidade dos gastos do Corinthians com os resultados no campo.

O Corinthians gasta como um Flamengo e Palmeiras, mas não performa. Tem de diminuir isso. Quem se enforcou em dívidas, como Vasco, Botafogo e Cruzeiro, acabou na Série B. Quem tem passivos históricos, não pode se dar ao luxo de errar, mas segue errando“, explicou o especialista.

Gastos com futebol em 2020, segundo estudo da Sports Value:

1) Flamengo – R$ 562,7 milhões
2) Palmeiras – R$ 519,7 milhões
3) Corinthians – R$ 461,6 milhões

Somoggi também falou sobre o histórico das dívidas Alvinegras, ponderando, que se não houver uma ruptura, e mudança urgente na gestão financeira, pode piorar a grave crise fiscal que o Clube se encontra.

O Corinthians cometeu tantos erros que inviabilizou seu futuro. Em algum momento, um gestor vai entrar e entender a necessidade de redução de gastos, de reduzir o endividamento, de zerar o déficit e atrair novas receitas. O Corinthians atraía R$ 62 milhões com o estádio, mas atualmente não tem e não se sabe quando vai voltar a ter“, ponderou.

O clube precisa ter uma ruptura, uma pessoa ligada a finanças e que dê credibilidade ao Corinthians no mercado. O Corinthians hoje é um dos maiores devedores, tem uma grave crise fiscal.”

Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians

Isso não parece ser novidade para nova gestão do Corinthians. O balanço divulgado em março, não foi otimista em relação a 2021, em razão da crise causada pandemia do coronavírus Covid-19. O documento de 50 páginas, assinado pela RSM, empresa de consultoria contratada pelo Timão, exibe a dívida do clube até o final do ano passado e descreve a ação da pandemia sobre as finanças do Timão prevendo “impactos que afetarão os exercícios futuros”.

Em decorrência dessa pandemia, algumas paralisações vêm ocorrendo e com redução das atividades econômicas, especialmente no setor de entretenimento em qual o Clube se insere, especialmente por não haver condições da presença de público em eventos esportivos. O Clube está continuamente avaliando esses impactos, porém nesse momento não se pode determinar o potencial impacto econômico e contábil em suas demonstrações financeiras do exercício vindouro que que teve início em 1 de janeiro de 2021 e que se encerrará em 31 de dezembro de 2021, além daqueles já refletidos no exercício de 2020 conforme nota explicativa” observa a empresa responsável pelo balanço financeiro do clube.

O Clube tem feito cortes para redução de folha salarial, e no primeiro bimestre de 2021 teve superávit de R$ 1,076 milhão

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