O capitão do Boca Jrs e ídolo no Corinthians fez fortes críticas a quem aumenta preços, lembrou a quarentena em lugares humildes e fez apelo à sociedade e ao mundo do futebol
Em entrevista, por telefone, a Alejandro Fantino da América TV, da Argentina, Carlitos Tevez falou sobre a pandemia de coronavírus Covid-19 e pediu conscientização, falou sobre prevenção. Mas também alertou os setores privilegiados que têm a chance de ajudar os mais vulneráveis.
“Todos temos medo de que ele mate nossos avós e, nossos pais, é o que gera mais angústia. Nas favelas, é onde o Estado tem que estar mais e fazer bem as coisas. Não importa a classe social, tem que fazer os fanfarrões entenderem que estão brincando com os sentimentos das pessoas. Não se pode especular sobre preços agora”, desabafou Carlitos.
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Carlitos se emocionou ao se lembrar de sua infância e adolescência em Fuerte Apache, um bairro pobre onde ele cresceu e onde nada era supérfluo.
“Hoje estou em outra situação, mas passei esses momentos. Quando você não tem nem batata para dar ao seu filho… É muito difícil para quem vive dia a dia. Um tem que ajudar o outro para ficar mais leve.”
Carlitos focou diretamente nas pessoas que moram no Fuerte Apache e fez um apelo à sociedade argentina para ajudá-las.
“Você não tem espaço, não tem dinheiro para pagar por eletricidade, gás, coisas com as quais muitos nem se preocupam mais. Então eu digo que as classes média e alta têm que estar com essas pessoas. O vírus é um inimigo invisível que está atingindo todos nós.”
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O atacante também aproveitou a entrevista para enviar uma mensagem aos seus companheiros de futebol.
“Qualquer jogador pode viver seis meses ou um ano sem receber ou com o salário mínimo. Não se compara às pessoas que vivem isso diariamente, que precisam sair às seis da manhã e retornar às sete da noite para ter o que comer no dia seguinte. Temos que ajudá-los.”
“É fácil falar da minha casa, sem me mexer, sabendo que tenho comida para os meus filhos. Mas as pessoas que estão desesperadas e sabem que, se elas saem, serão presas (por não respeitarem o isolamento), não podem alimentar seus filhos. Isso é o mais preocupante . Eu tento estar com as pessoas do meu bairro”.
Carlitos Tevez sugeriu que clubes e mais jogadores se mobilizem para alimentar as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“O mundo está dando voltas, como não vamos ajudar? Tomara que depois de tudo isso, tenhamos um mundo mais solidário. Estamos nos dando conta que somos todos iguais na pandemia, ela atinge nossos avós sem olhar quem são. Quando ela tocar em você, ela te leva. Espero que todos nós cresçamos como sociedade e amanhã mude o mundo para melhor”, acrescentou, emocionado.
Por fim, o capitão do Boca Jrs se ofereceu para ajudar.
“Estou à disposição do governo, do clube e de todos para ajudar e estar porque eu gosto de me sentir disponível. Eu não gosto de me esconder, quando você ajudar, tem que ser com o coração ”.
Recentemente, Carlitos, ao lado de sua esposa e filhas, gravou um vídeo pedindo união neste momento de pandemia e conscientizando a população para a importância de cumprir as medidas de contenção do vírus.
Tevez foi o líder da equipe corinthiana que conquistou o tetracampeonato Brasileiro em 2005. Naquela campanha, marcou 20 gols e foi eleito o melhor jogador do Brasileirão.
Conhecido por aliar raça e técnica em grandes doses, Carlitos se tornou ídolo instantâneo da Fiel mesmo jogando pouco mais de um ano com a camisa do Corinthians, com postura de humildade e muita determinação.
O argentino é o segundo maior artilheiro estrangeiro da história do clube do Parque São Jorge, com 46 gols em 78 jogos entre 2005 e 2006. É um dos ex-jogadores mais amados pela Fiel Torcida.
Por Redação da Central do Timão
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