Um dos heróis do título da Copa Libertadores pelo Corinthians em 2012, Emerson Sheik soltou uma carta relatando em sua visão a campanha vitoriosa na competição. O ex-atacante foi artilheiro na final da competição com dois gols no segundo jogo da decisão, diante do Boca Juniors, no Pacaembu.
Sheik revelou que sempre teve certeza de que faria o gol na final da Libertadores. Apesar de já ter marcado no jogo de ida da semifinal, contra o Santos, na Vila Belmiro, Emerson afirmou que queria mesmo marcar na decisão.
“Sempre tive a certeza de que faria um gol na final.
Com a camisa do Corinthians, fiz 28 em 196 jogos. Até 4 de julho de 2012, havia feito 12, três na Libertadores, sendo um na semifinal contra o Santos, na Vila Belmiro. Mas eu queria mesmo era aquele da final.
Naquela noite, o importante era a gente vencer o título, que era inédito para o clube. Por isso que a Libertadores de 2012 foi tão especial: eu não tinha o título, o clube não tinha, e o torcedor merecia.
Já sonhei mil vezes com aqueles lances. Não tem como esquecer. Mas até os gols saírem e a festa começar, foi um dia tenso. Tivemos treino e concentração. Falei com Deus e o mundo naquele dia, com minha família, com meus amigos. Lembro que o Tite pedia para a gente ficar 100% concentrado no jogo.
O Tite e a comissão técnica nos passaram vídeos da nossa família na palestra antes da partida como forma de motivação. Jogamos concentradíssimos. Havíamos empatado por 1 a 1 na Bombonera. E no Pacaembu, naquele 4 de julho, olhávamos um para o outro no campo e dizíamos: “Nós conseguimos”
Fiz os dois gols no segundo tempo. Um aos oito minutos, depois de um passe de calcanhar do Danilo. E o segundo aos 26, quando roubei a bola do Boca e só fui parar dentro do gol.
Dali em diante, eu só conseguia pensar que o título estava muito próximo e que minha família estava ali no Pacaembu me vendo fazer aquilo ao lado de uma torcida que me abraçaria como ídolo.
Por falar em abraço, depois do apito eu só queria abraçar todo mundo. O Tite também. Nosso abraço foi o mais apertado e demorado.
A partir dali, os bastidores foram maravilhosos. Quando acabou o jogo, começamos a festa no vestiário do Pacaembu mesmo. Bebi todas e só cheguei em casa no dia seguinte. Foi uma festa incrível.
Hoje, aos 43 anos, sei que meus filhos já sabem exatamente o tamanho e a importância que esse título teve para a minha vida. Mudou tudo.
Em 2015, quando deixei o clube (depois ainda voltaria em 2018), recebi uma camiseta com a frase “Obrigado, Sheik”.
Foi incrível e vai continuar sendo.
Por isso, eu é que agradeço, Fiel“, relatou Émerson Sheik ao GE.
Nesta terça-feira (5), Corinthians e Boca Juniors fazem a reedição da final da Libertadores de 2012, mas agora nas oitavas de final da competição. A partida inicia às 21h30 (Brasília), na La Bombonera e será o jogo de volta. Na ida, as equipes empataram sem gols na Neo Química Arena.
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