Seguro, elástico e arrojado, o goleiro foi uma das principais figuras da conquista do título paulista do IV Centenário, em 1954 e amado pelo país inteiro
Há exatos 69 anos, Gylmar dos Santos Neves fazia sua primeira partida com a camisa do Corinthians. Em amistoso contra o Madureira (RJ), no Estádio do Pacaembu, quando o Timão venceu por goleada de 8 a 2, com gols de Carbone (3), Nelsinho, Luizinho (2) e Nardo (2).
Naquele dia, o técnico era Newton Senra mandou o Timão a campo com Gylmar; Homero e Rosalem (Alfredo); Idário, Ciciá e Julião (Roberto); Jackson, Luizinho (Eduardo), Nardo, Carbone (Jonas) e Nelsinho (Colombo).
Ídolo do Corinthians durante toda uma década, Gylmar defendeu o gol corinthiano de 1951 a 1961. Foram 395 jogos e quatro títulos conquistados: o bicampeonato Paulista de 51/52, o estadual de 1954 e o Torneio Rio-São Paulo do mesmo ano.
Vindo do Jabaquara, de Santos, sua cidade natal, aos 21 anos de idade, em 1951, meio “sem querer”, pois o Jabaquara só vendia o meio-campista Ciciá para o Corinthians, após o Timão aceitar a vinda de Gylmar, como contra-peso.
Não demorou para tomar o lugar do titular absoluto Cabeção. Seria o início de uma trajetória fantástica no Timão, onde se tornou o maior goleiro do país.
Gylmar chegou a ser acusado de corpo mole, após goleada sofrida pela Portuguesa de 7 x 3, em 1951. Mas superou as críticas e entrou para a história como um dos maiores ídolos da história do Corinthians.
Seguro, elástico e arrojado, foi uma das principais figuras da conquista do título Paulista do IV Centenário, em 1954, principalmente por suas defesas no empate em 1 x 1 contra o rival, Palmeiras, que garantiu o troféu ao Alvinegro. Recebeu o apelido de “Supremo Guardião do Campeão do IV Centenário”.
Nesse período, Gylmar defendeu, também, a Seleção Brasileira. Em 1958, ajudou o Brasil a conquistar a sua primeira Copa do Mundo, na Suécia. Em 1961, aos 31 anos, Gylmar dos Santos Neves deixou o Timão para voltar à sua cidade natal, onde passou a defender o Santos, de Pelé.
Pela Seleção canarinho, Gylmar atuou em 94 jogos, entre 1953 e 69, tendo participado também do bicampeonato mundial, no Chile, em 1962, quando já não era mais jogador do Timão. Foi o único goleiro do mundo a ser campeão duas vezes em Copa do Mundo como titular, e ídolo de um país inteiro.
Em 2012 foi homenageado pelo Corinthians pela última vez, em vida, quando teve suas mãos eternizadas na Calçada da Fama do Memorial no Parque São Jorge, juntamente com seu companheiro Cabeção. Gylmar faleceu em 25 de agosto de 2013, três dias após completar 83 anos.
Por Nágela Gaia/ Redação da Central do Timão
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