O meio-campista Edenilson, do Internacional, foi até a sede do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) nesta segunda-feira, 6, para prestar depoimento em inquérito que apura a acusação do jogador colorado contra Rafael Ramos, do Corinthians. Ele manteve sua versão de que o lateral-direito o teria chamado de “macaco” no empate por 2 x 2 entre as equipes, em 14 de maio.
“O depoimento do Edenilson demorou cerca de 30 minutos, depois tem a checagem do material, para ver se estava de acordo com o que ele falou. Deixamos ele muito à vontade, garantimos a ampla defesa, os advogados dele acompanharam, o advogado do Rafael também presenciou o depoimento”, declarou Paulo Feuz, auditor-relator do caso, ao “Globo Esporte”.
Paulo Feuz descartou a possibilidade da realização de uma acareação entre Edenilson e Rafael Ramos. Ele também acredita que o inquérito se estenderá por mais 35 dias, podendo demorar “um pouquinho mais”.
“Para ter uma acareação, só se tivéssemos muita dúvida. O problema aqui é saber exatamente o que foi falado, não é colocando um de cara para o outro que traria grande resultado para o processo (…) Queremos acabar no prazo legal, em torno de 30, 35 dias, mas como tem uma prova de perícia labial que não depende muito da gente, pode ser que tenha uma demora, um pouquinho mais. Nós teremos a perícia oficial, do tribunal”, disse.
Já o procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, disse que o lateral-direito gravou em vídeo a frase que alega ter dito ao meio-campista. O português depôs ao órgão na última terça-feira, 31 de maio. “Pelo pouco de experiência que eu tenho, será exatamente a leitura labial, vai pegar o vídeo do VAR que foi solicitado, fizemos também uma gravação do Rafael Ramos falando a frase (que ele alega ter falado em campo). E o perito, com as técnicas dele, vai dizer se houve ou não a palavra “macaco”’, declarou Piacente.
Na última sexta-feira, um laudo emitido pela empresa The Perfect Link Forensics, especializada em perícia forense, diz que Rafael Ramos não cometeu injúria racial contra Edenilson. De acordo com o laudo, o corinthiano disse a expressão “f…, mano, c…”, que conta com oito sílabas e oito fonemas. Edenilson diz ter ouvido a frase “f…, macaco”, que possui seis sílabas e seis fonemas.
No âmbito esportivo, Rafael Ramos pode ser enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A punição para atos discriminatórios varia de cinco a dez jogos, com multa de até R$ 100 mil. O lateral-direito também se defende na esfera criminal, em investigação conduzida pela Polícia Civil de Porto Alegre.
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