Há exatos dois meses, Danilo Avelar soube que não atuaria mais pelo Corinthians após cometer um ato racista em uma partida de um jogo online. O clube anunciou que tomaria as medidas cabíveis para poder rescindir o contrato do zagueiro, mas, até agora, o jogador segue vinculado ao Timão e possui futuro incerto.
Desde então, o jogador busca um recomeço dentro e fora de campo. Vale ressaltar que ele ainda está em fase final de recuperação de uma lesão no ligamento do joelho direito, sofrida ainda no ano passado. Com isso, tenta conhecer melhor a realidade brasileira e busca reconstruir sua imagem apóso o caso de racismo. As informações são do portal “Globo Esporte”.
O atleta possui a expectativa de estar apto para poder atuar novamente entre o fim de setembro e o começo de outubro, e ainda tem mais 16 meses de contrato com o Corinthians, que é válido até de dezembro de 2022. Até o fim do vínculo, o clube tem que pagar cerca de R$ 7 milhões ao jogador.
De início, a ideia do Timão era rescindir o contrato de forma unilateral – por concordância de apenas um dos lados -, alegando justa causa. Entretanto, o clube não encontrou segurança jurídica para o desvencilhamento do zagueiro e, sendo assim, agora busca outros times interessados em contratá-lo.
Neste ínterim, Avelar trabalha para reconstruir sua imagem e para melhorar como ser humano. Pessoas ao seu redor dizem que ele resolveu “sair da bolha”, “abrir os olhos” e ir para as ruas poder entender a realidade social do Brasil. A postura vem sendo adotada desde o mês passado.
Portanto, o atleta visitou a Favela do Areião, em Guaianases. Na próxima semana, irá conhecer um time da Taça das Favelas. Nos encontros, ele conversa com moradores e líderes das comunidades e, nas redes sociais, pessoas próximas ao zagueiro chegaram a publicar imagens dele ao lado de membros da CUFA (Central Única das Favelas), em São Paulo.
Desde que emitiu um comunicado se desculpando pelo ato racista, Avelar não se pronunciou nas redes sociais e contou com o auxílio de sua assessoria de imprensa. Além disto, fez reuniões com uma empresa especializada em gerenciamento de crises – a agência, entretanto, acabou por não ser contratada. Depois, contou com os serviços de um coach, que o ajudou a entender o racismo no país e, na próxima semana, deve iniciar algumas aulas sobre o tema.
No período, Danilo Avelar adotou uma postura discreta e apenas suas esposa, de vez em quando, publica registros do filho e do marido. As primeiras horas e dias após o comentário racista viralizar na internet foram “desesperadores” para o jogador e sua família. O pai do zagueiro foi um dos que mais sofreu ao ver a imagem do filho derreter perante a opinião pública. Horas de choro, incerteza, angústia e arrependimento do jogador.
O Corinthians, por sua vez, manteve a mesma postura nos últimos dois meses. Nas atuais circunstâncias, o clube não pretende tornar seu o problema do atleta e tampouco colocá-lo em campo. Só uma reviravolta com a mudança da imagem do jogador perante a opinião pública poderia alterar o curso do afastamento. Dirigentes do clube afirmam que o ciclo do ex-lateral-esquerdo está esgotado.
Contudo, quando estiver apto a treinar sem restrições após se recuperar da lesão, há a possibilidade de Danilo Avelar voltar a treinar com o elenco profissional, já que o clube não quer ser acusado de assédio moral se colocá-lo para treinar em horários alternativas.
É neste momento de melhora física do jogador que o Corinthians quer encontrar uma equipe interessada, seja por empréstimo ou de maneira definitiva, já que seu salário é compatível com o de um atleta titular. O fato, mês a mês, acaba pesando nas contas alvinegras.
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